Ministério da Agricultura informa que indústrias de laticínios não estão interditadas

02/11/2007 - 19h30

Alessandra Bastos e Mariana Jungmann
Repórteres da Agência Brasil
Brasília - OMinistério da Agricultura informou hoje (2) quenenhuma indústria de laticínios está interditada, aocontrário do que divulgaram alguns veículosde imprensa. Segundo a assessoria de imprensa do ministério, o leite longa vida de quatroempresas está na verdade suspenso apenas para análise, cujo resultado não será divulgado porque faz parte de investigação da Polícia Federal. A comercialização do produto pasteurizado, que precisa ser resfriado e fervido para consumo, não foisuspensa.A Cooperativa dos Produtores de Leite do Vale do Rio Grande(Coopervale), a Cooperativa Agropecuária do Sudoeste Mineiro(Casmil), o Aviário Porto-Alegrense (Avipal) e as unidades da Parmalat deSanta Helena (GO) e Carazinho (RS) são investigadas pela Polícia Federal após a descoberta de que cooperativasprodutoras de leite vinhamadicionando água oxigenada e soda cáustica paraaumentar a duração e a rentabilidade do leite longavida, o leite de caixinha que não precisa ser resfriado nemfervido.Oministério afirma que o leite longa vida dessas quatro empresas não chegou aossupermercados. E explica que esse tipo de fiscalizaçãoé uma ação de rotina. Toda vez que um produtovai passar por vistoria, ele é proibido de ser comercializadoaté que o resultado ateste a qualidade do produto. Segundo oministério, isso não significa que a empresa nãopossa continuar a fabricar e estocar.A suspensão nãose refere ao leite que está nas prateleiras dos supermercados, que éde responsabilidade da Agência Nacional de VigilânciaSanitária (Anvisa), mas à distribuição do fabricante para os pontos de venda, informa o ministério.Noúltima dia 26, as quatro empresas receberam um ofício-circularavisando que, a partir daquela data, “os produtos” estavamproibidos de ser comercializados para vistorias. Como o documentonão informava quais produtos, segundo o ministério, asempresas suspenderam a comercialização de todos osdemais produtos. Por esse motivo, ontem (1º), o ministérioenviou um novo ofício com o mesmo conteúdo, mas alterando o termo por “leite UHT”, que significa produto pronto para consumo e que não precisa ser mantido emrefrigeração.Nestasemana, o Ministério da Agricultura anunciou medidas paraaumentar o controle do leite vendido no país. Uma delas éo aumento no número de auditores para fazer inspeçõese fiscalizações de surpresa.Para evitar que os próprios fiscais facilitem as fraudes, foiextinta a figura do auditor fixo das empresas ou cooperativas deleite. A escolha, a partir de agora, será aleatória.Antesdo posicionamento do ministério, algumas empresas haviamdivulgado à imprensa a informação de que não foram interditadas econtinuavam a trabalhar normalmente.A Casmilinformou, por meio da assessoria de imprensa, que estáfuncionando normalmente. A cooperativa foi interditada pelo MinistérioPúblico Federal e pelo Procon de Minas Geraisentre 22 e 24 de outubro. Depois da nomeação dequatro interventores e do afastamento da antiga diretoria,a cooperativa foi reaberta. Ainda segundo a assessoria, durante operíodo de interdição, 74 mil litros de leite se perderam ou “azedaram”. Por isso, esseleite será descartado em Varginha, numa das estaçõesde tratamento da Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa).Aassessoria de imprensa da Parmalat informou que nenhuma sede da empresa está interditada. E que durante a rotina de fiscalização do Ministérioda Agricultura, uma amostra de leite é colhida de lotealeatório e enviada para análise. O laudo leva 24 horas paraficar pronto e enquanto isso, o lote fica interditado. A assessoria deimprensa informou ainda que as fábricas continuamfuncionando dentro da normalidade e que vai divulgar nota deesclarecimento ao consumidor.