Parlamento do Mercosul apóia soberania argentina sobre Ilhas Malvinas

25/06/2007 - 22h48

José Carlos Mattedi
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O Parlamento do Mercosul reuniu-se hoje (25), em Montevidéu, e aprovou duas declarações. Uma reafirma a soberania argentina sobre as Ilhas Malvinas, atualmente sob o domínio da Grã-Bretanha. A outra defende a posição dos países do Mercosul em relação à Rodada Doha, na Organização Mundial do Comércio (OMC). A primeira declaração foi tirada a partir de pleito da delegação argentina. A segunda, de um documento apresentado pelo senador brasileiro Aloizio Mercadante."Essas duas posições são importantes manifestações políticas do Mercosul. Significa que um parlamento está surgindo com autonomia e independência, e manifesta-se politicamente em temas internacionais importantes”, afirmou à Agência Brasil sublinha um dos vice-presidentes do parlamento, o deputado federal Dr. Rosinha.Outro ponto que estava em pauta, mas não foi debatido por falta de quorum, foi a não renovação, pelo presidente venezuelano Hugo Chávez, da concessão da emissora de televisão privada RCTV, obrigada a sair do ar. “Essa discussão ficou para 30 de julho, quando acontece a próxima reunião do parlamento”, disse o deputado.A falta de quorum, segundo Dr. Rosinha, foi ocasionada pela retirada da delegação argentina, que no início da noite antecipou seu retorno devido a problemas no vôo para Buenos Aires. A maioria da delegação paraguaia também não estava presente, pois ficou em Assunção por causa da eleição das mesas diretoras da Câmara e do Senado locais. Sem parlamentares suficientes, o encontro, que terminaria amanhã (26), foi encerrado hoje.De acordo com Dr. Rosinha, a falta dos representantes paraguaios atrapalhou a aprovação do regimento interno do parlamento. "Isso repercutiu negativamente, e não pudemos analisar e aprovar o regimento. Isso prejudicou as atividades", frisa o deputado, que é relator da matéria. Assim, essa ausência em massa acabou adiando a principal proposta para a sessão de junho do Mercosul, que era a votação do regimento. “Um parlamento sem regimento interno não existe”, finaliza Rosinha.Os quatro países membros do Mercosul (Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai) e a Venezuela (em processo de adesão) têm representações iguais: 18 parlamentares. Os mandatos vão até 2010, quando será realizada a primeira eleição direta para os futuros legisladores do Mercosul. Atualmente, a Casa é presidida pelo Uruguai, com um vice-presidente de cada um dos outros países.