Movimentos sociais do Nordeste pretendem reagir às obras de integração

12/06/2007 - 0h27

Sabrina Craide
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Os movimentos sociais do Nordeste pretendem manifestar sua posição contrária ao início das obras de integração do Rio São Francisco. De acordo com Ruben Siqueira, coordenador do projeto de articulação popular na bacia do São Francisco e membro da Comissão Pastoral da Terra na Bahia, estão também mobilizados o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), o dos atingidos por barragens, o das mulheres camponesas, o dos índios, o dos povos tradicionais e o dos quilombolas, além de organizações não-governamentais.

“Nós estamos nos articulando, conversando com movimentos sociais de toda a região para ver o que vamos fazer. Ainda não está definido o quê, nem quando, mas alguma coisa vai acontecer”, afirmou Siqueira.

Ele disse considerar "atrasado" o projeto do governo, por  não propor uma solução para o semi-árido brasileiro. “O nordeste não precisa dessa água, precisa de uma reforma agrária e hídrica para partilhar os recursos de terra e água que lá existem e são suficientes para a população viver lá”, acrescentou. Siqueira também disse lamentar que, mesmo depois de mais de dez anos de enfrentamento da proposta, com a realização de manifestações, acampamentos e até greve de fome, o governo federal não mudou sua posição em relação ao projeto. Segundo ele, é preciso diversificar as formas de acesso aos recursos naturais no Nordeste – a concentração de terras e água tem o objetivo de manipular o fenômeno natural da seca para obter uma “mão-de-obra farta e barata”.