Dilma Rousseff defende "regras claras" para setor de aviação civil

28/12/2006 - 0h16

Juliana Andrade
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, defendeu "regras claras" para o setor de aviação civil no país, que vive uma crise com atrasos de partidas e chegadas de vôos nos aeroportos. Durante conversa com jornalistas no Palácio do Planalto, Rousseff disse que o problema é complexo, porque a própria trajetória do setor mostra dificuldades, como a crise da Varig, os controladores do vôo e agora as empresas aéreas com sobrecarga de passageiros.Segundo a ministra, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) tem menos de um ano de criação e, como as outras agências reguladoras do país, ainda passará por um processo de amadurecimento. "A Anac é nova. Pegou um setor monopolista, sem uma política de aviação civil clara. Antes, a Varig era a política de aviação civil", disse. Rousseff ainda lembrou que cabe às agências regular setor e não fazer seu planejamento. Quem regula não pode planejar política, segundo ela."Não tenho dúvida nenhuma de que a crise aérea será capaz de restruturar o setor", afirmou a ministra. Indagada sobre o desempenho do ministro da Defesa, Waldir Pires, Rousseff o elogiou como um dos principais quadros brasileiros pela experiência na redemocratização do país. Também enfatizou que não dispõe de todos os elementos para analisar as diversas faces da crise do setor, como é o caso da proposta de desmilitarização dos controladores de vôo.Ontem (27), após se reunir com representantes da Casa Civil, da Infraero, da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e do Ministério do Turismo, o ministro Waldir Pires determinou que não sejam admitidos novos fretamentos de vôos charters, aqueles em que operadoras de viagem reservam todos os lugares de um determinado vôo, pagando às empresas aéreas com o resultado de suas vendas. O ministro não especificou a partir de quando a medida entrará em vigor.