Participação das mulheres nas eleições continua pequena, afirma pesquisadora

03/10/2006 - 0h08

Gabriella Noronha
da Agência Brasil
Brasília - A participação das mulheres nas eleiçõescontinua pequena, afirmou hoje (2) a pesquisadora Almira Rodrigues, doCentro Feminista de Estudos e Assessoria (Cefemea). Em entrevista à Rádio Nacional, ela acrescentou que nas eleições passadas o número de candidatas cresceu, o que não ocorreu neste ano. "A política brasileira ainda é um território muito fechado e masculino, com leis que dificultam a entrada não só das mulheres, mas também dosnegros, dos jovens e daquelas pessoas que têm menos recursosfinanceiros e econômicos”, disse.Segundo apesquisadora, apesar de ter ampliado participação na candidatura acargos majoritários, os partidos não conseguem atingir o mínimo de 30%de candidaturas de mulheres. Na avaliação dela, um dos fatores quelevaram à redução é o fato de o processo eleitoral ser “excludente”,baseado no poder econômico. E as mulheres têm menos recursos e menostempo para se dedicar à política, por assumirem atividades domésticas.AlmiraRodrigues destacou ainda que os partidos políticos não têm dado aatenção necessária para aumentar a participação feminina em toda a vidapartidária – e não apenas nesse período eleitoral.“Háum consenso, não só do Cefemea, mas de grande parte dos movimentos demulheres, em torno da necessidade de adoção do financiamento públicoexclusivo de campanhas eleitorais. Outra proposta é a lista fechada, ouseja, vota-se num determinado partido, que monta sua lista alternandohomens e mulheres”, disse.Esse sistema de lista fechada, segundoa pesquisadora, funciona na Argentina – único país da América do Sul ater mais que 30% de mulheres no parlamento.