Grupo de Trabalho Amazônico discute asfaltamento da BR-163

06/09/2006 - 7h44

Raquel Mariano
da Agência Brasil
Brasília - O artesanato, aprodução de borracha, a pesca e outras atividades daAmazônia Legal vão ganhar novo impulso com apavimentação da BR–163, que liga Cuiabá (MT)a Santarém (PA), cortando toda a região.Paraestimular a discussão do tema pela sociedade brasileira, o Grupo de Trabalho Amazônico, formado por organizaçõesnão-governamentais e movimentos sociais,lançou nessa terça-feira (5) o Projeto de Fortalecimento da ParticipaçãoSocial no Processo de Asfaltamento da BR-163. O grupo quer garantir aparticipação no projeto de todos os envolvidos, como madeireiros,produtores rurais, comunidades indígenas e quilombolas.Oprojeto tem como metas o desenvolvimento sustentável daAmazônia e a redução nos impactos ambientais esociais produzidos pelo asfaltamento. Segundo a ministra do MeioAmbiente, Marina Silva, esta é a primeira vez que se constróiuma estrada com planejamento socioambiental. Ela afirmou que “só no ano passado, caiu o desmatamento daregião em 91%”.A BR-163 está em um dos pontosda Amazônia com maior diversidade cultural e biológica.Quase 2 milhões de pessoas vivem próximo àestrada, que tem 1.756 quilômetros de extensão. Até agora, forampavimentados 800 quilômetros. A rodovia começou a ser construída em 1972, no períododa ditadura militar, para integrar a Amazônia ao territóriobrasileiro.  A estrada tinha como objetivo promover aexpansão da agropecuária em Mato Grosso e povoar aAmazônia. Com o corte nos subsídios na década de80, as obras de pavimentação do trecho paraense ficaram paradas emuitas famílias abandonaram a área.No DiaInternacional do Meio Ambiente, 5 de junho, o governo lançouum pacote de medidas ambientais para a área. O PlanoBR-163 Sustentável deverá custar em torno de R$ 1,1bilhão. A conclusão das obras de asfaltamento estáprevista para daqui a três anos.