Para Mentor, procuradoria fará o que precisa ser feito ao investigá-lo

16/06/2006 - 20h03

Iolando Lourenço
Repórter da Agência Brasil

Brasília - O deputado José Mentor (PT-DF) disse hoje (16), por meio da assessoria de imprensa, que não considera uma novidade a autorização dada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) para abertura de inquérito sobre o envolvimento do parlamentar com o doleiro Richard Otterloo. Para Mentor, a Procuradoria Geral da República, que abrirá o inquérito juntamente com a Polícia Federal, está fazendo o que precisa ser feito: investigar.

O deputado do PT é acusado de receber R$ 300 mil de Otterloo para não incluir o nome do doleiro no relatório final da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Banestado, na qual Mentor foi relator. A autorização para que a Procuradoria Geral da República e a Polícia Federal faça as investigações sobre o caso foi concedida pelo ministro Cezar Peluso no dia 7, mas só hoje (16) o STF publicizou a autorização.

A Corregedoria da Câmara já começou a analisar as denúncias contra José Mentor. Na semana passada, o deputado encaminhou ao corregedor da Câmara, deputado Ciro Nogueira (PP-PI), a decisão do STF de investigá-lo. No entanto, a corregedoria aguarda o depoimento do parlamentar e também do doleiro sobre as denúncias. Na defesa por escrito encaminhada à Corregedoria, Mentor considerou "absurda" a denúncia e lembrou que durante a CPMI do Banestado pediu a quebra de sigilo bancário, telefônico e fiscal de Otterloo.

Se a corregedoria entender que o deputado quebrou o decoro parlamentar, caberá a Mesa Diretora da Câmara decidir se encaminha mensagem ao Conselho de Ética e Decoro Parlamentar pedindo a abertura de processo de cassação. No ano passado, Mentor foi acusado de ter recebido dinheiro do empresário Marcos Valério, tido como principal operador do chamado "mensalão". O parlamentar respondeu processo no Conselho de Ética e foi absolvido pelo plenário da Câmara.