Suposto aumento do gás boliviano não afetará economia brasileira, diz Mantega

05/05/2006 - 23h13

Bruno Bocchini
Repórter da Agência Brasil

São Paulo – O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou hoje (5) que um suposto aumento do preço do gás boliviano não produzirá nenhum impacto na economia brasileira. De acordo com Mantega, a Petrobras tem capacidade de enfrentar eventuais alterações do preço do gás boliviano em razão de seus sucessivos recordes de lucro, motivados pela alta internacional do petróleo.

"Se houver alguma alteração de custo [do gás boliviano] não haverá impacto na economia brasileira. O barril [de petróleo] há pouco tempo estava a US$ 50, US$ 60, depois foi a US$ 74. Imagina quanto que a Petrobras está ganhando a mais por causa disso. Principalmente em um momento que nós temos auto-suficiência de petróleo", disse.

Mantega disse que a Petrobras já está realizando novos investimentos para que o país possa substituir o uso do gás boliviano, caso isso seja necessário. "Não quer dizer que a gente vai deixar de consumir. Mas vamos ter reserva, vamos estimular a produção do gás aqui na bacia de Santos, o que vai, digamos, deixar a economia brasileira imune a esse tipo de problema", afirmou.

O ministro da Fazenda considerou correto o comportamento do Brasil diante da decisão boliviana de nacionalizar as reservas de gás e petróleo do país. Segundo Mantega, "a atitude do presidente Lula é a atitude de um estadista que dirige o país mais poderoso da América do Sul".

"Nós temos aumentado muito o comércio brasileiro entre a Comunidade Sul-americana e entre o Mercosul. Então, o Brasil tem vantagem sim em ter um comportamento amistoso, em atrair esses países e em pensar nos países mais pobres", disse.