Reunião da OIT define agenda para a criação de trabalho decente nos próximos dez anos

05/05/2006 - 21h10

Mylena Fiori
Repórter da Agência Brasil

Brasília – Terminou hoje (5), em Brasília, a 16ª Reunião Regional Interamericana da Organização Internacional do Trabalho (OIT). Depois de três dias de debates, representantes de governos e de organizações de empregadores e trabalhadores definiram uma agenda (Agenda Hemisférica 2006-2015) para a criação de trabalho decente nos próximos dez anos e se propuseram a incrementar a inclusão social pelo trabalho, como forma de redução das desigualdades.

Segundo o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, o debate sobre a promoção do trabalho decente tem como foco a implementação de uma política de crescimento e desenvolvimento sustentável, com distribuição de renda, redução do desemprego e melhoria das condições de trabalho. É, também, um esforço pela erradicação definitiva do trabalho infantil e do trabalho escravo.

"As pessoas tem que poder trabalhar para sustentar sua família dignamente, o trabalho tem que ser suficiente para isso e é esse o objetivo que queremos alcançar no Brasil", disse Marinho. "O trabalho decente pressupõe um choque de distribuição de renda para que o Brasil possa se desenvolver crescendo de forma sustentável."

Além de reafirmarem seu compromisso com a erradicação do trabalho infantil, governos, empregadores e trabalhadores comprometeram-se com a geração de empregos para jovens e mulheres, a formalização da economia informal, a promoção de pequenas e médias empresas e a formação profissional permanente.

O diretor-geral da OIT, Juan Somavia, destacou que é preciso pensar políticas de longo prazo respeitando as especificidades de cada país. "Com o objetivo de promover o trabalho decente e reduzir a pobreza nos próximos dez anos, propomos que as políticas contidas na Agenda Hemisférica 2006-2015 olhem para as estratégias de desenvolvimento dos países da região. Que cada país determine as metas que tem condições de alcançar de acordo com suas respectivas realidades e prioridades", disse ele na conclusão dos trabalhos.