Provocação de estudantes deu início a confronto em Sorocaba, diz sindicalista

13/04/2006 - 20h03

Lourenço Melo
Repórter da Agência Brasil

Brasília – O presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes em Sorocaba (SP), Paulo Estaufia, contou sua versão para o confronto ocorrido hoje (13) naquela cidade, envolvendo estudantes e militantes partidários.

O incidente ocorreu no [campus] avançado da Universidade Federal de São Carlos (Ufscar), onde o presidente Luiz Inácio Lula da Silva esteve para participar da cerimônia que marcou o início de obras da universidade.

Segundo Estaufia, os estudantes chegaram mais cedo ao local onde ia acontecer a cerimônia e ocuparam os lugares da frente, junto com pessoas que vestiam camisetas do PSTU. "Ambos os grupos falavam, abertamente, que iam tirar a roupa quando o presidente Lula chegasse e virar de costas, mostrando o bumbum", disse o sindicalista, cuja entidade que representa está ligada à Central Única dos Trabalhadores (CUT).

Na avaliação dele, "as pessoas que estavam ali, em geral, sentiram que ia ser um desrespeito também com relação a todos os presentes". Por isso, acrescentou, "os estudantes e os militantes do PSTU foram convidados a se retirar do local". Ele explica que "houve resistência" dos grupos em sair, o que causou o empurra-empurra "que lamentavelmente resultou em pessoas machucadas".

De acordo com a diretora de Comunicação da Ufscar, Mariana Bezzo, "houve provocação mútua entre as lideranças, que resultou em agressões físicas e ferimentos sem gravidade". Algumas pessoas, disse Bezzo, foram queimadas por cigarros e outras receberam chutes. As que se machucaram foram atendidas no local, informou a diretora.

O diretor do Diretório Central dos Estudantes da universidade, Ettore Paredes Antunes, disse à Agência Brasil que "alguns militantes da CUT e do PT entenderam errado o sentido de um manifesto" que eles pretendiam distribuir no local. "O manifesto não tinha nenhum sentido político ou partidário; queríamos apenas apoio para nossas reivindicações", disse.