Parque nacional deve receber R$ 3,5 milhões para obras de restauro e conservação

13/04/2006 - 17h51

Aline Beckstein
Repórter da Agência Brasil

Rio – O Parque Nacional de Itatiaia, localizado na região serrana do Rio de Janeiro, deve receber investimentos de cerca de R$ 3,5 milhões para uma série de ações de revitalização. No pacote de obras, está prevista a recuperação das vias de acesso, trilhas, sede e do centro de visitantes, bem como a construção de dutos subterrâneos para a passagem de fiação elétrica e telefônica. As obras devem incluir melhoria na sinalização e o início da regularização fundiária do local.

Segundo o chefe do parque, Walter Berh, essa unidade nacional de conservação vem enfrentando uma série de problemas, como extração ilegal de madeira, caçadores, construções irregulares e deteriorização das instalações que atendem a turistas e pesquisadores.

Ele informou que os recursos são "uma compensação ambiental destinada para a implementação da unidade e recuperação dessas estruturas históricas". Cerca de R$ 3 milhões serão provenientes da empresa privada de energia Novatrans e o restante, da estatal Furnas Centrais Elétricas.

O Sistema Nacional de Unidades de Conservação determina que empresas que tenham um potencial de impacto ambiental, como é o caso das duas produtoras de eletricidade, devem destinar uma parte do valor total do empreendimento à conservação do meio ambiente.

Berh disse estar otimista na obtenção de novas parcerias "para alavancar outros projetos, conseguindo, assim, uma proteção mais efetiva do parque, que um é marco das unidades de conservação do Brasil". A expectativa dele é que o trabalho de recuperação seja concluído no ano que vem, quando o parque completa 70 anos.

Criado em 1937, Itatiaia foi o primeiro parque nacional brasileiro. Ele protege centenas de nascentes, o Pico das Agulhas Negras e a formação rochosa conhecida como Prateleiras, uma importante reserva de Mata Atlântica (hoje reduzida a 7% de sua extensão nacional original), e é refúgio para uma rica flora e fauna, incluindo o sapo Flamenguinho, espécie que só existe na região.

A liberação dos recursos faz parte do Programa de 70 anos do Parque, lançado ontem (12) pela ministra do Meio Ambiente, Marina Silva. Durante a cerimônia, ela também anunciou o Programa Nacional de Estruturação de Uso Público em Parques Nacionais, cujo objetivo equipar e aumentar a visitação nessas unidades de conservação.