Negociações sobre TV digital com o Japão foram bem sucedidas, comenta Costa

13/04/2006 - 21h56

Roberta Lopes
Repórter da Agência Brasil

Brasília - O ministro das Comunicações, Hélio Costa, afirmou hoje (13) que as negociações com o Japão para uma possível adoção do sistema de TV digital japonês no Brasil foram bem sucedidas. Costa disse que esse modelo se chamaria nipo-brasileiro.

Brasil e Japão assinaram hoje, em Tóquio, um protocolo de intenções no qual o governo japonês se compromete a ceder tecnologia ao Brasil para a implantação da TV digital. Segundo a assessoria de imprensa do Ministério das Comunicações, não foi firmado documento semelhante com a União Européia e nem com os Estados Unidos para a implantação da televisão digital.

Hélio Costa disse que a missão foi vitoriosa porque o Brasil terminou todas as negociações com um bom resultado. Ele afirmou ainda que o compromisso firmado vai possibilitar implantar no Brasil a indústria de semicondutores, que são peças usadas na fabricação de celulares, computadores e televisões: "Esse é um trabalho conjunto para que se possa levar ao Brasil a indústria de semicondutores, que nós estamos esperando para dar um passo à frente, principalmente, porque o Brasil precisa se firmar na era da eletrônica".

No dizer do ministro de Relações Exteriores, Celso Amorim – que assinou o protocolo de intenções com o ministro dos Negócios Estrangeiros do Japão, Taro Aso –, o Brasil deve decidir por adotar o modelo japonês de televisão digital. "Eu acho que está tudo encaminhado nesse sentido. O importante era ter um memorando que demonstrasse o engajamento do governo do Japão com o desenvolvimento tecnológico, com o desenvolvimento industrial, com a abertura para as inovações técnicas feitas no Brasil", comentou, ressaltando que a assinatura do documento não representa uma decisão definitiva.

O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan – que também participou das negociações –, afirmou que várias empresas japonesas virão ao Brasil nos próximos meses para ampliar seus investimentos no Brasil e fazer do país uma base de operações para exportação. Segundo Furlan, um grupo da empresa Toshiba vem ao Brasil nas próximas duas semanas para começar os estudos para a instalação de uma fábrica de semicondutores.