Ministro afirma que venda de remédios mais baratos não prejudica distribuição pelo SUS

13/04/2006 - 15h58

Juliana Andrade
Repórter da Agência Brasil

Brasília – A venda de remédios mais baratos nas farmácias populares não prejudica a distribuição de medicamentos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A afirmação foi feita hoje (13) pelo ministro da Saúde, Agenor Álvares.

Segundo ele, as duas medidas são complementares. "Não é uma atividade substitutiva. Não estamos substituindo a distribuição na rede pública pela dispensação (entrega) nas farmácias", assegurou, em entrevista à Radiobrás.

Com a expansão do programa a estabelecimentos da rede privada desde o mês passado, medicamentos para diabetes e hipertensão podem ser encontrados em drogarias e farmácias parceiras do governo federal a preços até 90% inferiores aos de mercado. Pelo sistema, o governo arca com 90% do preço do produto e apenas 10% ficam por conta do usuário.

O ministro disse que a iniciativa visa a atender pacientes que precisam usar medicamentos de uso contínuo, mas não estão cadastrados no SUS. "A nossa preocupação é com aqueles que não estão cadastrados e que podem não estar tendo acesso a medicamentos nem para hipertensão nem para diabetes".

De acordo com o Ministério da Saúde, a estimativa é de que 16,8 milhões de brasileiros com idade igual ou superior a 40 anos sofrem de hipertensão. Desse total, cerca de 7,7 milhões estão cadastrados no SUS e recebem os medicamentos gratuitamente. No caso de diabetes, o número total de portadores da doença é de cerca de 5 milhões, também na faixa acima de 40 anos. Desses, 2,6 milhões são pacientes SUS.

"Quando você tem uma doença dessa natureza, que exige um fornecimento de medicamento de uso contínuo, as pessoas são cadastradas naquelas unidades onde são atendidas. O paciente tem um cadastro ali, porque aquela unidade sabe que aquele paciente vai voltar depois de um certo tempo para pegar o medicamento", explicou o ministro.

O problema, de acordo com ele, é que muitas pessoas que não possuem esse cadastro não têm condições de seguir o tratamento de forma adequada. "Muita gente, até por dificuldade de acesso a um centro de saúde - não tem um centro de saúde próximo - ou pela dificuldade de chegar, pela própria distância, não procura esses medicamentos. Então, pode acontecer de estar tomando esporadicamente. A nossa intenção é que essas pessoas possam ter acesso a esse medicamento", completou.