Cristina Índio do Brasil
Repórter da Agência Brasil

Rio - Apolônio de Carvalho foi um militante envolvido e aberto às opiniões diferentes das suas. A avaliação é do deputado federal (PT-SP) e ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, que esteve hoje (25) no velório do ativista político no cemitério São Francisco Xavier, no Caju, zona portuária do Rio de Janeiro.
Segundo Dirceu, nas discussões internas do Partido dos Trabalhadores (PT), Apolônio sempre disputava e participava das votações. "Ele sempre foi muito ativo na executiva, no diretório e nos encontros. Era muito respeitoso das divergências e muito cioso do pluralismo democrático. Sempre foi um homem disposto a opinião, mas tinha respeito às opiniões contrárias", explicou.
Para o deputado, Apolônio de Carvalho deixou como legado ao PT uma visão profundamente democrática e humanista e também a experiência política como um quadro revolucionário tanto de dirigente como de homem do mundo. "Conhecia profundamente o Brasil, o seu povo e sua história. É uma vertente importante que contribuiu para a construção do PT", afirmou.
Dirceu lembrou a participação política de Apolônio na Guerra Civil Espanhola, na luta contra o nazismo na França e na redemocratização do Brasil, além da construção de partidos políticos no país, como o Partido Comunista Brasileiro Revolucionário (PCBR) e o PT. "Um homem que sempre ficou fiel aos seus ideais, sempre soube mudar sem mudar de lado, e deixou exemplo também para nós de simplicidade de capacidade de aprender, capacidade de conviver com a diferença", disse.
Ainda no cemitério, José Dirceu cumprimentou rapidamente o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a primeira-dama Marisa Letícia, que tinham acabado de deixar a capela B, onde o corpo estava sendo velado.