Itamaraty quer reestruturar carreira diplomática e aumentar número de embaixadores na África

01/09/2005 - 14h32

Benedito Mendonça
Repórter da Agência Brasil

Brasília – O Ministério das Relações Exteriores está elaborando um projeto para reestruturar a carreira diplomática, ampliar o número de cargos e melhorar a infra-estrutura das embaixadas brasileiras no exterior, principalmente, nos países da África. Segundo o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, a proposta será encaminhada à Presidência da República dentro dos próximos dias.

O anúncio foi feito por Amorim, durante a solenidade de formatura dos alunos que ingressaram na carreira diplomática em 2002, no Instituto Rio Branco. O evento faz parte das comemorações do Dia do Diplomata, que aconteceu no dia 20 de abri e foi realizado no Itamaraty, sede do Ministério.

De acordo com o ministro Amorim, esse projeto deverá contemplar, prioritariamente, o efetivo aumento dos quadros. "Não podemos viver mais com os mil diplomatas que tínhamos no passado", defende Amorim. O ministro citou outros dois pontos, como "não menos importantes": melhorar a infra-estrutura das embaixadas no exterior para apoiar as autoridades brasileiras em visitas internacionais e a criação de estímulos de carreira, pecuniários e de educação para os filhos de diplomatas no exterior.

Além dessas reivindicações, o ministro das Relações Exteriores também citou como outros pontos importantes da atual diplomacia brasileira: a "renovação dos quadros da carreira diplomática" e também a melhoria da perspectiva de ascensão dos colegas que entram na carreira.

Amorim fez ainda referência à importância conquistada pela atual política externa empreendia sob a coordenação do presidente Lula. Falou que o Brasil ganhou destaque mundial como um importante interlocutor em temas que vão desde o desarmamento ao comércio internacional, da reforma da Organização as Nações Unidas à integração continental. "Talvez, mais do que em qualquer outros desses temas, o Brasil tem se destacado no combate à pobreza que foi introduzido no cenário mundial pelo governo Lula", destacou.

Na visão do embaixador Celso Amorim, a política externa brasileira que o presidente Lula tem levado a cabo está de acordo com "o objetivo permanente que o Brasil tem perseguido, apenas com mais ênfase e adicionando o elemento de reforma social. "Raramente vi, em quase 40 anos na vida diplomática, a política externa brasileira tão ativa e tão respeitada por esse mundo afora", observou.

Segundo Amorim, nos dois anos e meio do atual governo, o presidente Lula recebeu "mais ou menos o dobro" de dirigentes estrangeiros que foram recebidos pelo seu antecessor. "O número de viagens de ministros ao exterior é infinitamente maior do que antes e tudo isso exige apoio, dedicação e recursos materiais em nossas embaixadas", disse ele, ressaltando que tudo isso traz resultados positivos e está longe de serem ações "ideológicas" como sugerem alguns setores da imprensa.