Chinaglia diz que instalação da CPMI dos Correios é desnecessária

23/05/2005 - 21h20

Brasília, 23/5/2005 (Agência Brasil - ABr) - O líder do governo na Câmara, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), disse considerar desnecessária a instalação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para apurar denúncias de corrupção nos Correios. "Em conversas com os líderes, a opinião unânime é a de que a CPMI tem como objetivo um palco político-eleitoral para desgastar o governo e, nesse sentido, cada líder com a sua respectiva bancada, seus partidos têm discutido no sentido de não dar apoio à CPI", afirmou.

Chinaglia reconheceu que o prazo até quarta-feira (25) é curto para se conseguir retirar as assinaturas e não permitir a instalação da CPMI. Ele admitiu que se a comissão for instalada o governo vai "com tranqüilidade fazer os enfrentamentos políticos no nível que a oposição colocar". Segundo o líder, "o tempo é curto tanto para retirar quanto para aumentar as assinaturas. Serve também para que a oposição acrescente assinaturas, e na minha opinião ela vai fazê-lo. Eu não posso fazer previsão, mas acho possível a retirada de assinaturas em número suficiente para não acontecer a CPMI. Se eu tivesse de responder agora, evidentemente que com o quórum atingido, a CPMI tem tudo para acontecer. Nós estamos preparados para qualquer eventualidade".

O líder do PT na Câmara, Paulo Rocha (PA), disse ter a mesma posição do líder do governo em relação ao objetivo da CPMI. "Naturalmente, quem não entender que a CPMI passou a ser instrumento de disputa política, de antecipação das eleições, não está entendendo o jogo político da oposição", observou. Ele informou estar trabalhando para que os deputados do partido retirem suas assinaturas do requerimento para abertura da CPMI. "Mantendo as assinaturas, fica mantido nas mãos da oposição o palanque de disputa política de desgaste do governo. O PT não vai aceitar", acrescentou.

Segundo Paulo Rocha, o trabalho que está sendo feito pela liderança do PT para a retirada das assinaturas é no sentido do convencimento sobre o momento político. "Quem não entender o momento que estamos vivendo está fazendo o jogo da oposição", alertou.