Senador defende prorrogação dos trabalhos da CPMI da Terra

18/04/2005 - 22h41

Curitiba, 18/4/2005 (Agência Brasil - ABr) - O presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da Terra, senador Álvaro Dias (PSDB-PR), defendeu a prorrogação dos trabalhos da comissão, criada em dezembro de 2003 para traçar um diagnóstico dos problemas fundiários no Brasil. Inicialmente prevista para ser concluída em um ano, a CPMI já teve seu prazo prorrogado para o dia 15 de junho, mas segundo o senador, muitos fatos novos que surgem durante os depoimentos justificam o prazo maior.

As denúncias feitas e os dossiês entregues nesta segunda-feira serão apurados com rigor, segundo Dias, para quem as autoridades devem investigar aquelas que envolvem os secretários estaduais de Segurança Pública e do Trabalho, pela gravidade. "O clima de tensão da CPMI reflete o que ocorre no campo", opinou.

A previsão é que a audiência prossiga até a madrugada desta terça-feira. Ainda serão realizadas duas sessões sigilosas para ouvir novamente o superintendente da Pol[icia Federal do Paraná, Jaber Saab, responsável pelo inquérito que resultou na prisão de oito pessoas acusadas de formação de quadrilha e tráfico intenacional de armas, que estariam sendo utilizadas para patrulhar fazendas no Paraná, e o acusado de chefiar a quadrilha, tenente coronel Valdir Copetti Neves, da Polcia Militar.

Um dos convidados a depor na CPMI, o coordenador da Comissão Pastoral da Terra, dom Ladislau Biernaski, denunciou que desde 1980 foram assassinados 50 trabalhadores rurais no Paraná, além de 59 tentativas de assassinato, 106 casos confirmados de tortura, 543 ameacas de morte e 680 prisões.