Operação militar no sul do Pará não tem data para terminar, informa comandante

17/02/2005 - 21h11

Spensy Pimentel
Enviado Especial

Altamira (Pará) – O general Jairo César Nass, comandante da operação militar no sul do Pará, afirmou nesta quinta-feira (17), em entrevista coletiva, que a operação não tem tempo para terminar. "Não sabemos quanto tempo será necessário", afirmou. O comando das operações foi instalado na noite desta quinta-feira, na sede da 51ª Brigada de Infantaria e de Selva, em Altamira. "Vamos fechar o cerco em cima dos ilícitos", explicou o general. "Isso inclui uma série de atividades que no momento estão em conflito e geraram essa situação".

Nass informou também que já ocorreram deslocamentos de tropas a partir de Altamira e Marabá. Seis municípios já estão sendo patrulhados: Porto de Moz Senador José Porfírio e Anapu, próximas a Altamira, e Novo Repartimento, Parauapebas e. Pacajá, que se localizam na região de Marabá. O número de soldados envolvidos na operação não foi divulgado, mas a previsão é que sejam deslocados 2 mil homens para todo o sul do estado. O general ressaltou que, em toda a região, existem sob seu comando "quatro mil homens aquartelados em condições de serem utilizados".

Na manhã desta quinta se deslocaram para Anapu, de helicóptero e caminhão, 110 homens. Eles estão trabalhando no auxílio ao patrulhamento da cidade e na fiscalização das vias terrestres. A expectativa principal dos agentes da Polícia Civil e da Polícia Federal que estão na cidade é pela chegada de helicópteros militares que ajudem na busca dos suspeitos de assassinar a missionária Dorothy Stang. Segundo o exército, a utilização das aeronaves já foi autorizada. Elas devem entrar em operação na sexta (18), a depender do tempo na região, que nesta época do ano é bastante chuvoso.

Além dessas operações de apoio às forças policiais, o general ressaltou que devem ser mantidas as ações conjuntas de fiscalização ambiental entre o exército e o Ibama. Segundo ele, essas operações já ocorrem "há muito tempo" e foram intensificadas desde agosto. "À medida que tivermos recursos, vamos apoiar", disse. O general também informou que o exército deve contar, "possivelmente", com agentes da Agência Brasileira de Inteligência (Abin).