Especialista acha que reeleição de Bush beneficia relações comerciais com o Brasil

03/11/2004 - 23h13

Andréia Araújo
Repórter da Agência Brasil

Brasília - O gerente de Relações Internacionais da Câmera de Comércio Exterior Brasil/EUA, Fábio Rua, afirmou, durante o programa "Dialogo Brasil", transmitido agora à noite pela TV Nacional em rede pública de televisão, que o resultado das eleições presidencias norte-americanas não prejudicará as relações comerciais entre o Brasil e os Estados Unidos porque os dois candidatos presidenciais - John Kerry e George W. Bush - tinham um perfil de privilegiar o comércio exterior.

Rua lembrou que Bush, o presidente reeleito, assinou quatro projetos importantes de comércio extrerior entre os países latino americanos. Para provar seu tese, Rua informou que nos últimos três anos a relação comercial entre Brasil e Estados Unidos creceu de 8% a 10%. Em 2003, a balança comercial entre os dois países ficou em R$ 7 bilhões favorável para o Brasil, fato que não acontecia há muitos anos.

O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) engrossou o coro dos otimistas com a reeleição de Bush, apesar de dizer que sua expectativa era que Kerry vencesse as eleições, principalmente pelas "precipitações de Bush". Suplicy acredita que, com a reeleição do republicano George Bush, o Brasil deve manter as relações de "parceria" com os norte-americanos.

O pesquisador do Instituto Brasileiro de Pesquisa Social, Geraldo Tadeu Monteiro, rebateu o posicionamento de Fábio Rua. Segundo Monteiro, durante os quatro primeiro anos de seu mandato Bush adotou uma postura unilateral e não manteve um diálogo com os países latinos. Para Monteiro, o que evitou uma postura mais radical do presidente norte-americano, em relação à guerra do Iraque, foi a candidatura á reeleição. Agora que Bush já está eleito, Monteiro acredita que o presidente norte-americano deve "radicalizar".