Médicos negam envolvimento no tráfico de órgãos

10/08/2004 - 21h27

Brasília, 10/8/2004 (Agência Brasil - ABr) - O médico Pedro Henrique Torrecillas negou, durante depoimento à CPI do Tráfico de Órgãos da Câmara dos Deputados, que tenha praticado eutanásia nos 18 anos em que atua na área de transplantes. Ele, juntamente com outros três cirurgiões - Rui Noronha Sacramento, Antonio Aurélio de Carvalho Monteiro e Mariano Fiore Júnior - são acusados de praticar eutanásia em pacientes de hospitais de Taubaté, em São Paulo.

Os quatro médicos, que depõem hoje na CPI, foram acusados em depoimento na Comissão pelo diretor da Faculdade de Medicina de Taubaté, Roosevelt de Sá Kalume. Na ocasião, Kalume acusou os médicos de acelerarem a morte de pacientes com o intuito de retirar seus órgãos e vendê-los para transplantes.

Os depoimentos dos quatro médicos estão sendo tomados separadamente, a pedido do presidente da CPI, deputado Neucimar Fraga (PL-ES).

Torrecillas disse que a inveja e o ciúme foram os motivos para o ex-diretor da Faculdade de Medicina de Taubaté acusar os quatro médicos paulistas de praticar eutanásia. Ele disse que na época o Conselho Regional de Medicina não apontou indícios de tráfico de órgãos ou de erro nos transplantes realizados em Taubaté.

O médico Rui Noronha também negou a prática de eutanásia. Noronha denunciou que exames que comprovam a regularidade das cirurgias foram retirados dos prontuários médicos de pacientes. Entre os exames, citou eletroencefalograma que comprovam a morte de pacientes.