Juliana Cézar Nunes
Repórter da Agência Brasil

Brasília - O superintende da Polícia Federal em Rondônia, Marco Aurélio Moura, acaba de determinar o encerramento do dia de buscas a garimpeiros desaparecidos desde a semana passada na reserva indígena Roosevelt. Ao longo da tarde, um helicóptero com cinco agentes das polícias civil e federal sobrevoou a área.

Uma nova operação está prevista para amanhã. "Apesar do estado de greve, o sindicato dos policiais federais liberou os agentes para participar da operação desta quinta-feira, que contará com três helicópteros e um avião pequeno", conta Moura.

Dois indigenistas da Fundação Nacional do Índio (Apoena Meireles e Valter Bois) chegam na reserva na madrugada desta quinta-feira para participar da operação. Eles querem tentar contato com a tribo Cinta Larga, acusada de atacar, na semana passada, garimpeiros que exploravam ilegalmente diamante na reserva.

Até agora, três corpos já foram encontrados pela Polícia Federal na região do confronto. A intensificação das buscas aos supostos desaparecidos ocorreu na manhã de hoje. Funcionários da Polícia Federal, governo de Rondônia e a Funai receberam a denúncia de que vinte garimpeiros invadiram a reserva e encontraram os corpos de 17 colegas.

As informações foram dadas por líderes sindicais reunidos no município de Espigão D´Oeste, a três horas da reserva. Em entrevista à Agência Brasil, um desses líderes contou que o grupo de vinte garimpeiros entrou na reserva domingo. "Eles ligaram hoje por Globo Star pra avisar que encontraram oito corpos em um local e nove em outro", afirma um líder chamado Gilton que, assim como outros líderes sindicais, prefere não revelar o sobrenome.

Desde 1999, quando a mina de diamante foi encontrada na reserva indígenas, Gilton trabalha como motorista garimpeiros. "Cerca de 5 mil pessoas trabalhavam lá (cinco homens para um mulher)", calcula o líder. "Para levar comida e óleo, eu ganhava uma média de R$ 3 mil por viagem."