Participantes de seminário concluem que é preciso investir no social para reduzir a violência

10/12/2003 - 21h39

São Paulo, 10/12/2003 (Agência Brasil - ABr) - Participantes do Seminário Internacional para Cidades Mais Seguras, que discutiu formas de combater a violência, realizado em Guarulhos , na Grande São Paulo, chegaram ao consenso de que é necessário investimento na área social para diminuir os índices alarmantes da violência. Elias Carranza, diretor geral para América Latina e Caribe do Instituto Latino Americano das Nações Unidas para a Prevenção do Delito e Tratamento do Delinqüente, foi enfático ao afirmar que o momento é de ter tolerância zero à exclusão social. "A miséria nas cidades resulta no aumento do número de delitos", justificou. Ele defendeu que os programas de inclusão social devem atender as realidades específicas de cada município, que deve definir as políticas de inclusão social.

"Investir na segurança como um bem comum, esse é um dos caminhos a serem seguidos", segundo disse a coordenadora do programa Cidades Seguras da Organização das Nações Unidas (ONU), Soraya Smaun, ao relatar os exemplos de cidades como Bogotá, na Colômbia, e de cidades como São Paulo, Guarulhos e Santo André, entre outras cidades no Brasil, que vêm recuperando espaços públicos e a urbanização de favelas, entre outras medidas. Segundo ela, é muito importante entender as causas da criminalidade, e para isso é necessário contar com a participação da comunidade.

No encontro, que contou com a participação de 39 prefeitos da Grande São Paulo, a representante da ONU defendeu o combate à pobreza, que segundo ela pode alterar os altos índices de criminalidade em países subdesenvolvidos. "Por muito tempo acreditamos que a polícia poderia oferecer segurança", disse.

O secretário de Relações Internacionais da prefeitura de Guarulhos, Luiz Carlos Fabbri, apresentou no encerramento do encontro, proposta da criação de uma Rede Latino-Americana de Segurança Cidadã, que foi aceita pelos participantes. Ele explicou que um comitê será formado no próximo ano por prefeitos, representantes de governos municipais, membros de organizações não-governamentais, para elaborar uma proposta que pretende viabilizar projetos voltados para a segurança nas cidades. Segundo ele, a criação da rede poderá agilizar e divulgar as experiências bem sucedidas entre os municípios parceiros no projeto, e facilitar a identificação de formas e fontes para obter financiamentos nas atividades da rede. "Vamos discutir a segurança cidadã, não apenas a segurança pública", declarou.