As informações são da CNN
Washington - Os homens que não são circuncisados têm oito vezes mais chance de contrair o vírus da Aids que os que já se submeteram à operação. A conclusão é de um estudo apresentado esta semana durante reunião da Sociedade de Enfermidades Infecciosas dos Estados Unidos, elaborado pelo pesquisador Steven Reynolds, da Universidade Johns Hopkins, em Baltimore (EUA). O pesquisador concluiu que a superfície interna do prepúcio não tem a mesma capa protetora que se encontra no exterior da pele que cobre a ponta do pênis, o que torna o homem não circuncisado mais vulnerável a uma infecção por HIV.
A circuncisão masculina é comum na América do Norte e em outras partes do mundo por razões religiosas e culturais, assim como para ajudar a impedir as infecções do sistema urinário e o câncer de pênis. Na circuncisão se corta o prepúcio – a capa de pele móvel que cobre a ponta do pênis. A cirurgia geralmente é feita pouco depois do nascimento dos meninos. Nos Estados Unidos, dois terços das crianças nascidas a cada ano são circuncisadas. O índice, porém, varia de país a país, de acordo com a cultura e a religião de cada um. Entre os judeus, por exemplo, a cirurgia faz parte da cultura do povo.
Segundo Steven Reynolds, é importante que a circuncisão seja difundida especialmente em países menos desenvolvidos como forma de evitar a disseminação do vírus da Aids. Embora a pesquisa defenda a cirurgia, a Academia de Pediatria dos Estados Unidos não recomenda a circuncisão porque, apesar de reconhecer alguns benefícios médicos, acredita que pode haver complicações no procedimento.
A Univeridade Johns Hopkins também estudou o risco de outras Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST) entre homens circuncisados e não circuncisados. Embora a incidência de outras DSTs como a sífilis, a gonorréia e o herpes genital tenha sido maior em homens que não estavam circuncisados, o estudo não reuniu estatísticas suficientes para defender a cirurgia também para evitar a proliferação das demais DST´s.
O pesquisador Steven Reynolds lembrou que existem métodos que os homens não-circuncisados podem utilizar para se protegerem da Aids, como as camisinhas. No futuro, o pesquisador acredita que será desenvolvido um microbicida de uso tópico para ser aplicado no prepúcio antes das relações sexuais como forma de evitar a doença.