Índice de morte por desidratação ainda é alto

30/01/2003 - 17h06

Brasília, 30/1/2003 (Agência Brasil - ABr) - No perío de férias de verão, quando a população aumenta na faixa litorânea, cresce também o número de casos de desidratação, principalmente, em crianças. Segundo a médica Flávia Gallenucri Garcia Moskoski, pediatra do Hospital Beneficência Portuguesa de Santo André (SP), um dos principais motivos é a combinação de água do mar poluída e sol forte. Se não houver tratamento adequado, essa disfunção pode levar a pessoa à morte, mas, com ações preventivas e cuidados rápidos, os casos de desidratação podem ser resolvidos de maneira simples, como o uso do soro caseiro.

Normalmente, um ser humano adulto perde, em média 2 litros de água por dia, seja pela urina, fezes, suor ou até mesmo pela respiração. Para equilíbrio constante, é preciso ingerir o mesmo volume de líquidos, todos os dias. "Muitas pessoas pensam que desidratação é uma doença, mas na verdade é um estado de desequilíbrio do organismo, por uma perda de excessiva de líquido", diz Flávia. De acordo com ela, perda de líquido de até 5% é considerada leve; até 10%, é moderada. Acima desse índice, trata-se de um quadro grave. Quando não é tratada rapidamente, a desidratação pode provocar colapso cardiovascular e a morte.

As principais causas da desidratação são diarréia aguda, vômitos repetidos, aumento da freqüência respiratória, como ocorre em crises de bronquite. A febre pode ser um agravante, pois o aumento da temperatura intensifica a perda de água. "A desidratação pode ocorrer em todas as idades. Porém, na infância e na velhice é mais comum, devido a fragilidade do organismo. Independente da idade, o estado nutricional, imunológico e a potência do agente causador é que irão desencadear a desidratação", diz a médica.

As crianças têm 75% do seu peso formado por água, enquanto o adulto tem apenas 53%, (para os homens) e 46% (para as mulheres), em média. Isso significa que, quanto maior a quantidade de gordura no corpo, menor a quantidade de água. Esse fato é importante porque, no caso das crianças, qualquer perda de água no corpo vai afetar profundamente o peso e o metabolismo.

É importante ficar atento aos sinais e sintomas de desidratação, sede intensa, diminuição da urina, olhos fundos e desânimo. Em bebês, observar se a moleira está funda. Quando detectado esses sintomas, não ingerir medicamentos, procurar sempre a orientação de um médico. Ingerir muito liquido é o melhor remédio, mas deve-se usar o bom senso, pois refrigerantes e sucos artificiais podem agravar a situação. Para uma recuperação rápida, recomenda-se uma dieta leve, com sopas, sucos, vitaminas de frutas e água.