Brasília, 5/11/2002 (Agência Brasil - ABr) - O secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Célio Porto, concluiu hoje, após reunião com representantes do setor de suinocultura, avicultura e produtores de milho e sorgo que o estoque de milho do Brasil não é suficiente para chegar até fevereiro, quando tem início a próxima safra. Hoje, segundo os dados apresentados na reunião, o estoque brasileiro do grão é de 14 milhões de toneladas. Desse total, de 8 a 9 milhões de toneladas são do pequeno produtor.

A escassez do milho deve-se à falta de chuvas, principalmente no Paraná e Goiás, maiores produtores do grão. A única solução para a questão é importar o produto, avaliam os produtores. Este ano, o Brasil produziu 36 milhões de toneladas. Desse total, foram exportadas 2 milhões de toneladas. Em 2001, a produção foi de 41 milhões de toneladas e a exportação de 6 milhões de toneladas.

Uma alternativa é estimular a produção do sorgo (semente) que substitui o milho na alimentação dos animais. O presidente da Comissão Nacional de Cereais, Fibras e Oleaginosas, Macel Félix Caixeta disse que a produção de sorgo é pequena e não dá para resolver essa situação. Segundo Caixeta, a expectativa para 2003 é aumentar a produção de milho e diminuir a exportação.

De acordo com o secretário, se for necessário o governo estimulará a produção de sorgo na safrinha, período de plantio. O Nordeste é o estado que mais sofre com a escassez porque costuma comprar milho do Paraná, que teve a safra prejudicada por causa da falta de chuvas. O preço do milho também é uma das dificuldades para quem precisa do produto. A saca do grão (com 60 quilos) chega ao preço de R$ 27 no Paraná, o mais caro dos últimos dez anos.