situação da Colômbia https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//taxonomy/term/179772/all pt-br Colômbia necessita de política eficaz de atendimento às vítimas de conflitos https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//noticia/2013-12-07/colombia-necessita-de-politica-eficaz-de-atendimento-vitimas-de-conflitos <p><img alt="" src="http://agenciabrasil.ebc.com.br/ckfinder/userfiles/images/Banners e selos/Forum-Mundial-de-Direitos-Humanos-banner.png" style="width: 730px; height: 150px;" /></p> <p>Leandra Felipe<br /> <em>Correspondente da Ag&ecirc;ncia Brasil/EBC</em></p> <p> Bogot&aacute; &ndash; A Col&ocirc;mbia vive um dos mais antigos conflitos armados e tem um hist&oacute;rico de massacres e crimes de direitos humanos e de lesa-humanidade. O desafio no pa&iacute;s &eacute; colocar as v&iacute;timas no centro da tem&aacute;tica da solu&ccedil;&atilde;o de conflitos. &ldquo;Mais que as identificar, investigar, atribuir e reconhecer responsabilidades, o Estado deve ser capaz de atender &agrave;s pessoas e de promover a&ccedil;&otilde;es eficazes no p&oacute;s-trauma&rdquo;. Essa &eacute; a vis&atilde;o do professor e cientista pol&iacute;tico colombiano Alejo Vargas Vel&aacute;squez, um dos palestrantes do F&oacute;rum Mundial de Direitos Humanos (FMDH), que ocorrer&aacute; em Bras&iacute;lia, de 10 a 13 de dezembro.</p> <p> Doutor em Ci&ecirc;ncias Pol&iacute;ticas, e diretor do Centro de Pensamento e Seguimento ao Di&aacute;logo de Paz da Universidade Nacional da Col&ocirc;mbia, Alejo Vargas tem dez livros publicados e &eacute; coautor de mais 50 livros. Ele participar&aacute; do painel Defesa dos Direitos Humanos e o Enfrentamento &agrave;s Viol&ecirc;ncias.</p> <p> Previsto para a programa&ccedil;&atilde;o do quarto dia do FMDH (13), o painel abordar&aacute; o tema do enfrentamento &agrave;s viol&ecirc;ncias e as pol&iacute;ticas p&uacute;blicas de atendimento &agrave;s v&iacute;timas. Alejo conversou com a Ag&ecirc;ncia Brasil sobre o assunto e os desafios que n&atilde;o s&oacute; a Col&ocirc;mbia, mas tamb&eacute;m outros pa&iacute;ses latino-americanos enfrentam.</p> <p> A primeira dificuldade encontrada para lidar com a defesa de direitos humanos &eacute; qualificar quem &eacute; a v&iacute;tima. &ldquo;Uma v&iacute;tima de um roubo de carro, cujo assaltante tenha agido com viol&ecirc;ncia, n&atilde;o &eacute; tipicamente uma v&iacute;tima de direitos humanos dentro do que, internacionalmente, s&atilde;o considerados crimes de direitos humanos&rdquo;, pondera.</p> <p> Alejo explica que a complexidade est&aacute; no fato de que, comumente, os crimes ligados ao Estado, ao narcotr&aacute;fico, ou &agrave;s guerras s&atilde;o aqueles tradicionalmente considerados como viola&ccedil;&otilde;es de direitos humanos. Perguntado sobre casos de crimes de viol&ecirc;ncia contra a mulher, por exemplo, em casos de abuso sexual ou viol&ecirc;ncia dentro da fam&iacute;lia, ele explicou que n&atilde;o &eacute; a crueldade que define se houve ou n&atilde;o viola&ccedil;&atilde;o de direitos humanos, mas os atores envolvidos e o contexto.</p> <p> &ldquo;Mas isso n&atilde;o quer dizer que a v&iacute;tima de um crime sexual n&atilde;o tenha tido violados seus direitos, sua dignidade. S&oacute; que, em termos de conven&ccedil;&atilde;o internacional, casos de viol&ecirc;ncia urbana devem ser cuidados de maneira diferente&rdquo;, argumenta.</p> <p> O professor reconhece que, em pa&iacute;ses com uma alta taxa de criminalidade e grande presen&ccedil;a de grupos armados, fica dif&iacute;cil fazer essa distin&ccedil;&atilde;o. A Col&ocirc;mbia &eacute; um exemplo disso. Por um lado, o pa&iacute;s tem v&iacute;timas de viola&ccedil;&otilde;es de direitos humanos pelos atores do conflito - Estado, guerrilhas, paramilitares - e por outro tem grupos que controlam crimes comuns e o narcotr&aacute;fico.</p> <p> Alejo acrescenta que, para uma v&iacute;tima das chamadas bacrins - gangues que controlam o narcotr&aacute;fico e a minera&ccedil;&atilde;o ilegal em algumas regi&otilde;es colombianas - ainda n&atilde;o h&aacute; respaldo legal de reconhecimento porque a Lei de V&iacute;timas e Restitui&ccedil;&atilde;o de Terras, em vigor desde 2011, n&atilde;o cita esses grupos.</p> <p> &ldquo;Assim, se uma comunidade &eacute; deslocada internamente ou sofre um massacre por um desses grupos, ela n&atilde;o ter&aacute; o respaldo legal que uma v&iacute;tima do conflito armado, das Farc [For&ccedil;as Armadas Revolucion&aacute;rias da Col&ocirc;mbia] ou de paramilitares j&aacute; tem&rdquo;, explica.</p> <p> Ele acrescentou que a din&acirc;mica muda tamb&eacute;m conforme a realidade de cada regi&atilde;o. No caso colombiano, o foco &eacute; o conflito armado, mas em pa&iacute;ses da Am&eacute;rica Central e no M&eacute;xico j&aacute; n&atilde;o h&aacute; o fator guerra civil. Nesses lugares, h&aacute; um cen&aacute;rio em que o Estado parece n&atilde;o ter controle sobre cart&eacute;is de drogas e a a&ccedil;&atilde;o de organiza&ccedil;&otilde;es criminosas que controlam o tr&aacute;fico de drogas e de pessoas.</p> <p> Na Col&ocirc;mbia, ele v&ecirc; de maneira positiva as a&ccedil;&otilde;es adotadas nos &uacute;ltimos dez anos e, especialmente, depois que a lei entrou em vigor. O pa&iacute;s j&aacute; tem um acompanhamento e a busca pela repara&ccedil;&atilde;o, inclusive pela participa&ccedil;&atilde;o das v&iacute;timas nesse processo.</p> <p> &ldquo;Ainda h&aacute; muito o que fazer e h&aacute; uma brecha entre o que a lei determina e o que &eacute; executado. H&aacute; muito o que melhorar, mas j&aacute; estamos caminhando sob a perspectiva de colocar as v&iacute;timas no centro das aten&ccedil;&otilde;es&rdquo;, disse o professor.</p> <p> <em>Edi&ccedil;&atilde;o: Marcos Chagas</em></p> <p> Todo o conte&uacute;do deste site est&aacute; publicado sob a Licen&ccedil;a Creative Commons Atribui&ccedil;&atilde;o 3.0 Brasil. Para reproduzir as mat&eacute;rias, &eacute; necess&aacute;rio apenas dar cr&eacute;dito &agrave; Ag&ecirc;ncia Brasil</p> atendimento às vítimas Cidadania Fórum Mundial de Direitos Humanos programação da FMDH situação da Colômbia violÊncia Sat, 07 Dec 2013 12:26:11 +0000 davi.oliveira 736023 at https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil/