Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//taxonomy/term/175200/all pt-br Merendeiras que ocupam Câmara reivindicam melhores condições de trabalho https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//noticia/2013-09-27/merendeiras-que-ocupam-camara-reivindicam-melhores-condicoes-de-trabalho <p>Vin&iacute;cius Lisboa<br /> <em>Rep&oacute;rter da Ag&ecirc;ncia Brasil</em></p> <p>Rio de Janeiro &ndash; O mesmo plen&aacute;rio da C&acirc;mara dos Vereadores do Rio ocupado em agosto por jovens que protestavam contra a composi&ccedil;&atilde;o da CPI dos &Ocirc;nibus abriga desde ontem (26) um grupo de mulheres de at&eacute; 60 anos,&nbsp;funcion&aacute;rias p&uacute;blicas que reivindicam um plano de carreira. S&atilde;o as merendeiras, e o principal pleito delas &eacute; mudar o modo como s&atilde;o tratadas.</p> <p>&quot;Queremos ser consideradas cozinheiras escolares. N&oacute;s preparamos refei&ccedil;&otilde;es, e n&atilde;o s&oacute; lanches. Na minha escola, somos tr&ecirc;s merendeiras para, todos os dias, cortar, cozinhar, servir e lavar as lou&ccedil;as para em m&eacute;dia 400 crian&ccedil;as&quot;, conta Arlete Silva, de 58 anos, que mora em Jacarepagu&aacute;, na zona oeste, e trabalha como merendeira h&aacute; 14 anos. &quot;Meu sal&aacute;rio era R$ 611 e s&oacute; ganhava o [sal&aacute;rio] m&iacute;nimo com as gratifica&ccedil;&otilde;es. Por causa do movimento, aumentaram a base para o m&iacute;nimo, mas queremos ser valorizadas, com&nbsp;plano de carreira e sal&aacute;rio de cozinheira&quot;.</p> <p>Com a camisa preta do Sindicato Estadual dos Profissionais da Educa&ccedil;&atilde;o, Arlete est&aacute; na C&acirc;mara dos Vereadores desde ontem, quando professores, auxiliares de creche, serventes, inspetores e outros profissionais da educa&ccedil;&atilde;o entraram no pr&eacute;dio durante a sess&atilde;o que votaria o plano de cargos e sal&aacute;rios proposto pelo prefeito Eduardo Paes. A agenda foi cancelada.</p> <p>Gellian Moreira, de 48 anos, tamb&eacute;m &eacute; merendeira e reclama do aumento do trabalho com a diversifica&ccedil;&atilde;o do card&aacute;pio escolar, que, segundo ela, n&atilde;o foi acompanhado por um n&uacute;mero maior de profissionais: &quot;Com isso, a maioria das merendeiras est&aacute; doente, com problema de coluna, problema no joelho. Nosso trabalho n&atilde;o &eacute; s&oacute; fazer a comida. Temos que cortar carne congelada, pegar o peso das panelas, temos a responsabilidade de limpar a despensa, de receber a merenda, de limpar o ch&atilde;o do refeit&oacute;rio... v&aacute;rias fun&ccedil;&otilde;es em uma s&oacute;&quot;, enumera a moradora de Ramos, que afirma ter tr&ecirc;s h&eacute;rnias de disco. &quot;As pessoas&nbsp;falam que a greve &eacute; dos professores. E n&oacute;s? N&atilde;o somos invis&iacute;veis. Temos as nossas bandeiras&quot;</p> <p>Com 27 anos de profiss&atilde;o, Claudia Rodrigues, de 50 anos, mostra o contracheque de copeira, e diz que atua como merendeira desde que come&ccedil;ou a trabalhar. Depois de passar por uma cirurgia por tendinite, ela foi deslocada para trabalhos mais leves na cozinha, e acumula renda bruta de R$ 1,2 mil com gratifica&ccedil;&otilde;es. Apesar disso, seu sal&aacute;rio-base &eacute;&nbsp;R$ 593. &quot;Gratifica&ccedil;&atilde;o eles podem tirar de uma hora para a outra. Para juntar renda, frito salgado em festa e ajudo a servir&quot;.</p> <p>Coordenadora do sindicato dos profissionais da educa&ccedil;&atilde;o Marta Moraes destaca a mobiliza&ccedil;&atilde;o das merendeiras: &quot;Realmente, quando falam da greve, at&eacute; o prefeito fala que &eacute; dos professores e n&atilde;o cita os profissionais da educa&ccedil;&atilde;o. As cozinheiras t&ecirc;m um percentual alt&iacute;ssimo de participa&ccedil;&atilde;o e a demanda delas &eacute; t&atilde;o ou mais importante que a dos professores. A merendeira, o inspetor, o servente e o copeiro tamb&eacute;m s&atilde;o fundamentais dentro do processo pedag&oacute;gico. Eles tamb&eacute;m exercem a fun&ccedil;&atilde;o de educadores dentro da escola. Esperamos que o governo lembre que as senhoras est&atilde;o h&aacute; muitos anos exercendo o papel de educadoras e s&atilde;o fundamentais nas escolas&quot;.</p> <p>Em uma assembleia realizada hoje, os profissionais da educa&ccedil;&atilde;o decidiram continuar a greve e a ocupa&ccedil;&atilde;o da C&acirc;mara dos Vereadores pela mudan&ccedil;a no plano de cargos. A Secretaria Municipal de Educa&ccedil;&atilde;o foi procurada pela <strong>Ag&ecirc;ncia Brasil </strong>para se posicionar sobre a situa&ccedil;&atilde;o das merendeiras, mas n&atilde;o respondeu ao contato at&eacute; o fechamento desta mat&eacute;ria.</p> <p>&nbsp;</p> <p> <em>Edi&ccedil;&atilde;o: Beto Coura<br /> Todo o conte&uacute;do deste site est&aacute; publicado sob a Licen&ccedil;a Creative Commons Atribui&ccedil;&atilde;o 3.0 Brasil. Para reproduzir as mat&eacute;rias &eacute; necess&aacute;rio apenas dar cr&eacute;dito &agrave; <strong>Ag&ecirc;ncia Brasil</strong></em></p> Arlete Silva Câmara dos Vereadores do Rio Claudia Rodrigues CPI dos Ônibus Eduardo Paes Educação Gellian Moreira Marta Moraes Merendeiras Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação Fri, 27 Sep 2013 19:22:24 +0000 alberto.coura 731647 at https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil/