perseguido político https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//taxonomy/term/174677/all pt-br Comissão concede anistia a Honestino Guimarães e recomenda mudança na certidão de óbito https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//noticia/2013-09-20/comissao-concede-anistia-honestino-guimaraes-e-recomenda-mudanca-na-certidao-de-obito <p><img alt="" src="https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//sites/_agenciabrasil/files/imagecache/300x225/gallery_assist/24/gallery_assist731146/prev/ABr20092013MCA_0023.jpg" style="width: 300px; height: 225px; margin: 3px; float: right;" />Luciano Nascimento<br /> <em>Rep&oacute;rter da Ag&ecirc;ncia Brasil</em></p> <p> Bras&iacute;lia - A Comiss&atilde;o de Anistia concedeu hoje (20) a declara&ccedil;&atilde;o de <a href="http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2013-09-20/honestino-guimaraes-recebe-hoje-anistia-politica-post-mortem-em-cerimonia-na-unb" target="_blank">anistiado pol&iacute;tico <i>post mortem</i></a> ao ex-presidente da Uni&atilde;o Nacional dos Estudantes (UNE) Honestino Guimar&atilde;es. Durante a solenidade, na Universidade de Bras&iacute;lia (UnB), o secret&aacute;rio nacional de Justi&ccedil;a e presidente da Comiss&atilde;o de Anistia do Minist&eacute;rio da Justi&ccedil;a, Paulo Abr&atilde;o, leu o pedido de desculpas oficial do governo brasileiro e declarou a anistia do l&iacute;der estudantil.</p> <div class="im"> A comiss&atilde;o tamb&eacute;m aprovou parecer em que recomenda a altera&ccedil;&atilde;o da certid&atilde;o de &oacute;bito do l&iacute;der estudantil. A comiss&atilde;o aprovou que, na nova certid&atilde;o, conste que a morte foi causada por &quot;atos violentos praticados pelo Estado&quot;. A certid&atilde;o atual, sem a causa da morte, foi emitida em 1996, ap&oacute;s o reconhecimento oficial de desaparecido pol&iacute;tico. A medida atendeu parcialmente ao pedido da fam&iacute;lia que solicitou &agrave; comiss&atilde;o que constasse como causa do &oacute;bito o sequestro e tortura praticados pelo Estado brasileiro. <p> &quot;Homenagear Honestino Guimar&atilde;es &eacute; uma forma de, emblematicamente, oficializar o pedido de desculpa do Estado a sua fam&iacute;lia, gesto que o pa&iacute;s, at&eacute; o momento, n&atilde;o havia feito&quot;, disse, antes da cerim&ocirc;nia, o secret&aacute;rio Paulo Abr&atilde;o. Parentes, amigos e ex-companheiros de movimento estudantil de Honestino participaram da solenidade, ao lado de professores e alunos da universidade.</p> <p> Honestino era estudante de geologia da UnB e participante do movimento estudantil. Foi preso diversas vezes por causa do engajamento pol&iacute;tico. Em 1968, foi desligado da universidade como puni&ccedil;&atilde;o por ter liderado movimento pela expuls&atilde;o de um falso professor, informante da ditadura. Ap&oacute;s a edi&ccedil;&atilde;o do Ato Institucional N&ordm; 5 (AI-5), que suspendeu v&aacute;rias garantias constitucionais, Honestino passou a viver na clandestinidade, com a esposa, em S&atilde;o Paulo. Em 1971, foi eleito presidente da UNE, e lutou contra a ditadura militar. Foi preso no Rio por agentes do Centro de Informa&ccedil;&otilde;es da Marinha (Cenimar), em outubro de 1973, quando desapareceu. Tinha 26 anos.</p> <p> Durante o julgamento, o relator do caso e professor da UnB, Cristiano Paix&atilde;o, reiterou que o crime cometido pelo Estado de oculta&ccedil;&atilde;o de cad&aacute;ver n&atilde;o prescreve, e por isso recomendou a remessa de c&oacute;pia do processo de anistia de Honestino ao Minist&eacute;rio P&uacute;blico Federal (MPF) para o &oacute;rg&atilde;o avaliar se cabe abertura de processo &quot;diante de not&iacute;cia de crime permanente de oculta&ccedil;&atilde;o de cad&aacute;ver&quot;. Paix&atilde;o ponderou que a Lei de Anistia n&atilde;o tem vig&ecirc;ncia em crimes de tortura e de oculta&ccedil;&atilde;o de cad&aacute;ver.</p> <p> <img alt="" src="https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//sites/_agenciabrasil/files/imagecache/300x225/gallery_assist/24/gallery_assist731146/prev/ABr20092013MCA_0314.jpg" style="width: 300px; height: 225px; margin: 3px; float: left;" />Antes do julgamento, a filha de Honestino, Juliana Guimar&atilde;es disse que a homenagem ao pai emociona, mas ressaltou que isso n&atilde;o basta. &quot;Estamos atr&aacute;s da verdade. J&aacute; se passaram 40 anos, e eu ainda n&atilde;o sei onde est&aacute; meu pai. N&atilde;o sabemos o que aconteceu no dia 10 de outubro, quando ele desapareceu. O ato &eacute; um pedacinho, temos muita coisa para buscar, [para ir] atr&aacute;s da mem&oacute;ria do que aconteceu. &Eacute; uma coisa de respeito com ele e com todo mundo [que desapareceu]&quot;, disse Juliana, que tinha 3 anos &agrave; &eacute;poca do desaparecimento do pai.</p> <p> Com mais de dez anos, a Comiss&atilde;o de Anistia busca repara&ccedil;&atilde;o aos perseguidos pol&iacute;ticos durante o regime militar no Brasil. Conforme a lei, o presidente da comiss&atilde;o oficializa o pedido de desculpas do Estado pelos erros cometidos.</p> <p></p> <div> <p><em>Edi&ccedil;&atilde;o: Carolina Pimentel</em></p> <p><em>Todo o conte&uacute;do deste site est&aacute; publicado sob a Licen&ccedil;a Creative Commons Atribui&ccedil;&atilde;o 3.0 Brasil. Para reproduzir o material &eacute; necess&aacute;rio apenas dar cr&eacute;dito &agrave; <strong>Ag&ecirc;ncia Brasil</strong></em></p> </div> </div> Agência Brasil anistia política post mortem certidão de óbito Comissão de Anistia ditadura militar Honestino Guimarães Nacional perseguido político unb UNE Fri, 20 Sep 2013 23:02:09 +0000 carolinap 731170 at https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil/