protesto colombiano https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//taxonomy/term/172327/all pt-br Protestos na Colômbia bloqueiam 18 rodovias e causam problemas de abastecimento https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//noticia/2013-08-24/protestos-na-colombia-bloqueiam-18-rodovias-e-causam-problemas-de-abastecimento <p>Leandra Felipe<br /> <em>Correspondente da Ag&ecirc;ncia Brasil/EBC</em></p> <p> Bogot&aacute; -&nbsp; Depois de seis dias de <a href="http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2013-08-22/protestos-na-colombia-bloqueiam-dezenas-de-rodovias" target="_blank">bloqueios de rodovias</a>, os manifestantes do Protesto Nacional Agr&iacute;cola na Col&ocirc;mbia, mant&ecirc;m hoje (24) 18 rodovias bloqueadas no pa&iacute;s e os problemas de abastecimento s&atilde;o mais percept&iacute;veis &agrave; popula&ccedil;&atilde;o das regi&otilde;es afetadas e at&eacute; na capital do pa&iacute;s. Os manifestantes acusam integrantes do Esquadr&atilde;o M&oacute;vel Antidist&uacute;rbios de abuso no uso da for&ccedil;a para conter os manifestantes.</p> <p> O departamento mais afetado foi Boyac&aacute;, no centro do pa&iacute;s, que est&aacute; praticamente isolado. O Comit&ecirc; Internacional da Cruz Vermelha (CICV), que havia pedido que as miss&otilde;es m&eacute;dicas, fossem respeitadas durante a semana, enviou hoje uma caravana humanit&aacute;ria para levar insumos de emerg&ecirc;ncia aos hospitais do departamento, que sofrem com o desabastecimento de rem&eacute;dios.</p> <p> &nbsp;&ldquo;O abastecimento dos hospitais &eacute; muito importante e muito preocupante. V&aacute;rios hospitais est&atilde;o quase esgotando suas reservas de material m&eacute;dico e medicamentos&rdquo;, explicou Jordi Raich, chefe do CICV na Col&ocirc;mbia.</p> <p> Segundo um comunicado, emitido neste s&aacute;bado, foram registrado 28 casos de ataques &agrave;s miss&otilde;es e bloqueios de passagem de ambul&acirc;ncia desde que os protestos foram iniciados na &uacute;ltima segunda-feira. Um dos incidentes causou a morte de uma pessoa que n&atilde;o pode receber hemodi&aacute;lise.</p> <p> Em Bogot&aacute;, os efeitos principais s&atilde;o sentidos no abastecimento de produtos. Feiras livres e alguns centros de abastecimento da capital, Bogot&aacute;, j&aacute; come&ccedil;am a faltar alguns produtos alimentares. &ldquo;A batata, a ervilha e o arroz n&atilde;o chegaram esta semana e tamb&eacute;m vemos que os estoques de frutas est&atilde;o terminando&rdquo;, disse &agrave; <strong>Ag&ecirc;ncia Brasil</strong> o feirante Ign&aacute;cio Garc&iacute;a, que trabalha em uma feira livre da cidade.</p> <p> Os pre&ccedil;os tamb&eacute;m come&ccedil;am a subir e &eacute; notado por donas de casa. Amalfe Ruiz disse que o arroz e a batata j&aacute; est&atilde;o mais caros. &ldquo;O quilo de arroz estava custando 2 mil pesos [R$ 2,47] e em uma semana est&aacute; mais do que o dobro do pre&ccedil;o, 5 mil pesos&rdquo;, calcula.</p> <p> Os manifestantes denunciam que, ap&oacute;s seis dias de protestos, a pol&iacute;cia tem agido com viol&ecirc;ncia para tentar conter os protestos. Diante das den&uacute;ncias, o diretor da pol&iacute;cia, general Rodolfo Palomino, escreveu em sua conta no Twitter que ordenou uma investiga&ccedil;&atilde;o dos casos denunciados.</p> <p> &ldquo;Estou atento &agrave;s den&uacute;ncias de excessos de alguns policiais e por isso ordenei uma investiga&ccedil;&atilde;o para todos os casos&rdquo;, escreveu. Palomino tamb&eacute;m pediu que os manifestantes n&atilde;o &ldquo;se deixem persuadir por pessoas violentas dentro do movimento&rdquo;. Segundo o general, cerca de 123 policiais foram feridos por arma de fogo, explosivos e golpes de pedra.</p> <p> O governo mant&eacute;m-se firme em sua posi&ccedil;&atilde;o de n&atilde;o dialogar, enquanto continue o bloqueio nas rodovias. &ldquo;Fiz um chamado aos manifestantes para que fiquem em casa ou protestem de maneira que n&atilde;o viole os direitos das outras pessoas&rdquo;, defendeu o ministro da Defesa, Juan Carlos Pinz&oacute;n, em uma entrevista coletiva ontem.</p> <p> O movimento &eacute; formado por pequenos produtores rurais, arrozeiros, cafeicultores, caminhoneiros e mineiros. H&aacute; v&aacute;rias reivindica&ccedil;&otilde;es como o repasse de recursos aos camponeses, melhores condi&ccedil;&otilde;es de trabalho, redu&ccedil;&atilde;o do custo de produ&ccedil;&atilde;o e transporte e at&eacute; mesmo reivindica&ccedil;&otilde;es pol&iacute;ticas, como &ldquo;a substitui&ccedil;&atilde;o da pol&iacute;tica neoliberal adotada pelo governo&rdquo;.</p> <p> As For&ccedil;as Armadas Revolucion&aacute;rias da Col&ocirc;mbia (Farc), j&aacute; declararam apoio ao movimento e pediram que o governo n&atilde;o criminalize os manifestantes. Analistas acreditam que as manifesta&ccedil;&otilde;es t&ecirc;m a ver com o momento pol&iacute;tico vivido pelo presidente Juan Manuel Santos &ndash; que negocia a paz com as Farc e que pretende se candidatar &agrave; reelei&ccedil;&atilde;o no pr&oacute;ximo ano.</p> <p> &ldquo;Aqui na Col&ocirc;mbia &eacute; normal, quando se aproximam as elei&ccedil;&otilde;es, que as manifesta&ccedil;&otilde;es e protestos se intensifiquem, ainda mais agora em que o pa&iacute;s est&aacute; negociando com as Farc,&rdquo; disse &agrave; <strong>Ag&ecirc;ncia Brasil </strong>o professor de Ci&ecirc;ncia Pol&iacute;tica, Benjamin Herrera, da Pontif&iacute;cia Universidade Javeriana em Bogot&aacute;.</p> <p> Na opini&atilde;o de Herrera, o governo ter&aacute; que ter bastante habilidade para contornar a insatisfa&ccedil;&atilde;o popular e dialogar com o movimento. &ldquo;H&aacute; muitas promessas e inten&ccedil;&otilde;es, mas a popula&ccedil;&atilde;o que est&aacute; reivindicando melhorias n&atilde;o viu mudan&ccedil;as na pr&aacute;tica, por isso est&aacute; indignado&rdquo;, diz Herrera.</p> <p> <em>Edi&ccedil;&atilde;o: F&aacute;bio Massalli</em></p> <p> Todo o conte&uacute;do deste site est&aacute; publicado sob a Licen&ccedil;a Creative Commons Atribui&ccedil;&atilde;o 3.0 Brasil. 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