PLC 3 https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//taxonomy/term/169845/all pt-br Bancada feminina defende sanção de projeto sobre atendimento a vítimas de violência sexual https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//noticia/2013-08-01/bancada-feminina-defende-sancao-de-projeto-sobre-atendimento-vitimas-de-violencia-sexual <p>Mariana Jungmann e Iolando Louren&ccedil;o<br /> <em>Rep&oacute;rteres da Ag&ecirc;ncia Brasil</em></p> <p> Bras&iacute;lia - Autora do Projeto de Lei da C&acirc;mara (PLC) 3/2013, que trata do protocolo de atendimento a v&iacute;timas de viol&ecirc;ncia sexual nos hospitais da rede p&uacute;blica, a deputada Iara Bernardi (PT-SP) defende que a presidenta Dilma Rousseff sancione integralmente o texto, aprovado no in&iacute;cio deste m&ecirc;s no Congresso Nacional. A presidenta Dilma tem at&eacute; hoje (1&ordm;) para decidir se ir&aacute; vetar trechos do projeto ou sancion&aacute;-lo integralmente. O texto diz que o atendimento dever&aacute; incluir o diagn&oacute;stico e tratamento de les&otilde;es, exames para doen&ccedil;as sexualmente transmiss&iacute;veis e gravidez e preserva&ccedil;&atilde;o de materiais que possam ser coletados no exame m&eacute;dico legal.</p> <p> &ldquo;A responsabilidade sobre a aprova&ccedil;&atilde;o do projeto &eacute; do Congresso Nacional, n&atilde;o da presidenta Dilma. O projeto foi aprovado por unanimidade em todas as comiss&otilde;es e nos plen&aacute;rios das duas Casas. N&atilde;o &eacute; correto a presidenta vetar um projeto que foi aprovado por unanimidade no Congresso. Ela tem poder para fazer isso, mas a bancada feminina e a bancada de direitos humanos pedem com veem&ecirc;ncia que ela n&atilde;o fa&ccedil;a e sancione integralmente o projeto&rdquo;, disse a deputada.</p> <p> O projeto n&atilde;o &eacute; consenso. Representantes de grupos religiosos, como o presidente da Comiss&atilde;o de Direitos Humanos da C&acirc;mara, deputado Pastor Marco Feliciano (PSC-SP), e a Confer&ecirc;ncia Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), entregaram documento ao governo <a href="http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2013-07-18/grupos-religiosos-e-feministas-procuram-governo-para-falar-sobre-projeto-que-trata-de-violencia-sexua" target="_blank">pedindo o veto de dois dispositivos do texto</a>, que tratam da profilaxia da gravidez e que as mulheres devem ser informadas sobre seus direitos legais.</p> <p> Conforme o projeto, a v&iacute;tima, ao ser atendida no hospital p&uacute;blico, deve passar por procedimento de profilaxia da gravidez (que prev&ecirc; a distribui&ccedil;&atilde;o da p&iacute;lula do dia seguinte). Outro trecho estabelece que as mulheres devem receber orienta&ccedil;&atilde;o, ainda no hospital, sobre os direitos legais em rela&ccedil;&atilde;o &agrave; viol&ecirc;ncia.</p> <p> Os grupos religiosos consideram positiva a ideia do projeto de proteger v&iacute;timas de viol&ecirc;ncia, mas temem que os trechos abram brecha para estimular o aborto, com o uso da contracep&ccedil;&atilde;o de emerg&ecirc;ncia. Entendem ainda que as orienta&ccedil;&otilde;es devem ser feitas em delegacias e &oacute;rg&atilde;os especializados.</p> <p> Pelo C&oacute;digo Penal, o aborto &eacute; permitido quando a gravidez &eacute; resultante de estupro e em casos de risco para a sa&uacute;de da gestante. Al&eacute;m dessas situa&ccedil;&otilde;es, o Supremo Tribunal Federal (STF) autorizou gr&aacute;vidas de fetos com anencefalia a interromper a gesta&ccedil;&atilde;o, mas a decis&atilde;o n&atilde;o configurou mudan&ccedil;a no c&oacute;digo.</p> <p> Iara Bernardi argumenta que o projeto n&atilde;o trata de aborto. &ldquo;Estamos falando de um atendimento que ser&aacute; feito em at&eacute; 72 horas ap&oacute;s a viol&ecirc;ncia. Em 72 horas, n&atilde;o estamos falando em gravidez ainda. Estamos falando em preven&ccedil;&atilde;o, que no caso das mulheres adultas se faz com a p&iacute;lula do dia seguinte. Que a Igreja Cat&oacute;lica &eacute; contra o uso de p&iacute;lula do dia seguinte, n&oacute;s j&aacute; sabemos. Mas n&oacute;s estamos falando de sa&uacute;de p&uacute;blica&rdquo;, diz. De acordo com o&nbsp; Minist&eacute;rio da Sa&uacute;de, a profilaxia da gravidez se refere &agrave; utiliza&ccedil;&atilde;o de contraceptivo de emerg&ecirc;ncia &ndash; a chamada p&iacute;lula do dia seguinte &ndash; que evita a fecunda&ccedil;&atilde;o, e n&atilde;o interrompe uma eventual gesta&ccedil;&atilde;o.</p> <p> As relatoras da mat&eacute;ria no Senado, Ana Rita (PT-ES) e &Acirc;ngela Portela (PT-RR), tamb&eacute;m s&atilde;o contr&aacute;rias aos vetos parciais. Elas alegam que o projeto protege todas as v&iacute;timas de viol&ecirc;ncia sexual, incluindo crian&ccedil;as, homens, transexuais, travestis e idosos.</p> <p> Como a projeto determina a preserva&ccedil;&atilde;o de provas para identifica&ccedil;&atilde;o do agressor e o envio dos casos &agrave;s autoridades policiais, as senadoras avaliam que n&atilde;o haver&aacute; incentivo &agrave; pr&aacute;tica do aborto. &ldquo;Uma vez que as v&iacute;timas est&atilde;o conscientes de que ter&atilde;o atendimento condigno, deixar&atilde;o de ter receio de se expor [denunciar]&rdquo;, diz &Acirc;ngela Portela.</p> <p> A senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) se posicionou a favor do PLC 3. Procuradora da mulher no Senado, a parlamentar informou, por meio de sua assessoria, que o projeto passou por &ldquo;discuss&otilde;es acaloradas&rdquo; no Congresso entre as bancadas feminina e religiosa sobre as mulheres terem conhecimento de seus direitos e poderem fazer uso de m&eacute;todos contraceptivos, como a p&iacute;lula do dia seguinte. Na opini&atilde;o da senadora, o texto, encaminhado para san&ccedil;&atilde;o presidencial, &eacute; resultado de &ldquo;discuss&otilde;es amplas e democr&aacute;ticas&rdquo; e, portanto, deve ser &ldquo;concretizado&rdquo;.</p> <p> Entidades feministas defendem a san&ccedil;&atilde;o integral do texto, que torna lei os procedimentos que j&aacute; s&atilde;o adotados no Sistema &Uacute;nico de Sa&uacute;de (SUS) e que s&atilde;o regulados por uma norma t&eacute;cnica e um decreto presidencial.</p> <p> <em>Edi&ccedil;&atilde;o: Carolina Pimentel</em></p> <p> <em>Todo o conte&uacute;do deste site est&aacute; publicado sob a Licen&ccedil;a Creative Commons Atribui&ccedil;&atilde;o 3.0 Brasil. Para reproduzir o material &eacute; necess&aacute;rio apenas dar cr&eacute;dito &agrave;</em><strong><em> Ag&ecirc;ncia Brasil</em></strong></p> Agência Brasil atendimento a vítimas de violência sexual CNBB deputadas dilma rousseff entidades feministas grupos religiosos PLC 3 Política rede pública sanção senadoras sus veto Thu, 01 Aug 2013 09:24:30 +0000 talita.cavalcante 727074 at https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil/