pesquisador biomédico https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//taxonomy/term/169129/all pt-br Reprogramação de células-tronco pode ajudar pacientes com esquizofrenia https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//noticia/2013-07-25/reprogramacao-de-celulas-tronco-pode-ajudar-pacientes-com-esquizofrenia <p><img alt="" src="http://agenciabrasil.ebc.com.br/ckfinder/userfiles/images/Banners e selos/banner-Futuro-da-Ciência-SBPC-2013.png" style="width: 730px; height: 150px;" /></p> <p>Heloisa Cristaldo<br /> <em>Enviada Especial/EBC</em></p> <p> Recife - A reprograma&ccedil;&atilde;o de c&eacute;lulas-tronco tem combatido os sintomas de pacientes com esquizofrenia. Ap&oacute;s constatar que neur&ocirc;nios de pacientes com a doen&ccedil;a consomem mais oxig&ecirc;nio que as c&eacute;lulas saud&aacute;veis do sistema nervoso, a equipe coordenada pelo pesquisador biom&eacute;dico Stevens Rehen tem testado um tipo de medicamento capaz de reverter o problema.</p> <p> A t&eacute;cnica da reprograma&ccedil;&atilde;o celular, usada em laborat&oacute;rio pelo pesquisador, foi criada em 2007 pelo ganhador do Pr&ecirc;mio Nobel de Medicina, Shynia Yamanaka. Com o m&eacute;todo, &eacute; feita uma bi&oacute;psia do paciente com um peda&ccedil;o da pele, de onde &eacute; extra&iacute;da uma c&eacute;lula que posteriormente criar&aacute; um tecido saud&aacute;vel.</p> <p> &quot;N&atilde;o se usa necessariamente uma c&eacute;lula da pele, o fibroblasto, mas esta &eacute; uma forma mais f&aacute;cil do procedimento e assim a transforma no que est&aacute; interessado em estudar ou recriar&quot;, explicou Rehen, em palestra durante a 65&ordf; Reuni&atilde;o Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ci&ecirc;ncia (SBPC). Realizado desde 1948, o encontro tem o objetivo de difundir os avan&ccedil;os da ci&ecirc;ncia e debater pol&iacute;ticas p&uacute;blicas para &aacute;rea.</p> <p> O biom&eacute;dico destacou que a esquizofrenia &eacute; uma doen&ccedil;a que afeta 1% da popula&ccedil;&atilde;o mundial e est&aacute; associada &agrave; m&aacute;-forma&ccedil;&atilde;o do sistema nervoso. Apesar de n&atilde;o existir consenso sobre as causas, h&aacute; ind&iacute;cios de que o estresse oxidativo tenha papel fundamental na gera&ccedil;&atilde;o da doen&ccedil;a. O sintoma ocorre quando as defesas antioxidantes do corpo humano falham no momento da respira&ccedil;&atilde;o.</p> <p> Apesar do sucesso nas pesquisas em laborat&oacute;rio, Rehen destaca que ainda n&atilde;o foi descoberto ou criado um novo rem&eacute;dio para o combate &agrave; esquizofrenia. &ldquo;&Eacute; importante frisar que esse fato n&atilde;o significa que se descobriu nenhum medicamento, s&oacute; foram abertas possibilidades. Agora podemos fazer uma triagem de centenas de medicamentos&quot;, declara. Ele lembra que o m&eacute;todo n&atilde;o &eacute; eficaz para todos os pacientes com esquizofrenia, pois as pessoas podem ter sintomas completamente diferentes.</p> <p> Rehen explica que existem v&aacute;rios tipos de c&eacute;lulas-tronco, sendo que as embrion&aacute;rias t&ecirc;m a maior capacidade de gera&ccedil;&atilde;o ou regenera&ccedil;&atilde;o de &oacute;rg&atilde;os, pois permite a forma&ccedil;&atilde;o diferentes tecidos do paciente. No caso da pesquisa, a c&eacute;lula foi reprogramada como um neur&ocirc;nio.</p> <p> &ldquo;C&eacute;lulas-tronco reprogramadas s&atilde;o uma forma de voltar &agrave; c&eacute;lula de um adulto. Quando se abre essa &#39;caixa de pandora&#39; e transforma essa c&eacute;lula da pele em outra que tenha a capacidade de gerar qualquer tecido, se abre uma s&eacute;rie de possibilidades experimentais e eventualmente terap&ecirc;uticas&rdquo;, aponta Rehen.</p> <p> Segundo Rehen h&aacute; centenas de doen&ccedil;as sendo estudadas por todo mundo com as t&eacute;cnicas de reprograma&ccedil;&atilde;o celular. Com o estudo de c&eacute;lulas-tronco tamb&eacute;m h&aacute; pesquisas para cria&ccedil;&atilde;o de &oacute;rg&atilde;os sob medida, &ldquo;personalizados&rdquo;. &ldquo;&Eacute; poss&iacute;vel hoje em dia, em laborat&oacute;rio, retirar as c&eacute;lulas do cora&ccedil;&atilde;o de um animal, deixar a &#39;matriz&#39; e introduzir nessa carca&ccedil;a c&eacute;lulas-tronco que v&atilde;o repovoar aquele &oacute;rg&atilde;o fazendo um cora&ccedil;&atilde;o novo. Se trata de um &oacute;rg&atilde;o personalizado, j&aacute; que vai ser eventualmente transplantado no animal. Quando se pega uma c&eacute;lula reprogramada, al&eacute;m de tudo, diminui o risco de rejei&ccedil;&atilde;o.&rdquo;</p> <p> No futuro, ser&aacute; poss&iacute;vel uma medicina individualizada, pois a c&eacute;lula embrion&aacute;ria &eacute; criada com as c&eacute;lulas do pr&oacute;prio paciente. &ldquo;Ser&aacute; poss&iacute;vel, inclusive, a cria&ccedil;&atilde;o de &oacute;rg&atilde;os sob medida por impressoras em 3D&rdquo;, avalia. Mas o pesquisador garante que ainda n&atilde;o h&aacute; prazo para que essa nova tecnologia seja colocada em pr&aacute;tica e alerta para o &ldquo;turismo de c&eacute;lulas-tronco&rdquo;.</p> <p> &ldquo;&Eacute; um problema mundial. Pessoas desenganadas com problemas graves, cuja medicina atual n&atilde;o &eacute; capaz de resolver, identificam <em>sites</em> e locais que prometem a cura imediata. Basta ir at&eacute; o local e receber uma inje&ccedil;&atilde;o de c&eacute;lulas-tronco. S&atilde;o pessoas que saem de grandes centros pagando, &agrave;s vezes, U$ 30 mil para receber um medicamento que n&atilde;o tem nenhuma comprova&ccedil;&atilde;o cient&iacute;fica e, na maior parte dos casos, pode ser perigoso&rdquo;,orienta.</p> <p> A reuni&atilde;o da SBPC continua nesta quinta-feira (25) com palestras sobre doen&ccedil;as autoimunes, com o professor de medicina da Universidade Federal de S&atilde;o Paulo (Unifesp), Luiz Eduardo Andrade, &agrave;s 10h30. No per&iacute;odo da tarde, entre os destaques est&aacute; a mesa-redonda Integridade Cient&iacute;fica, Financiamento e Comunica&ccedil;&atilde;o da Ci&ecirc;ncia: Novos Tempos?, com os pesquisadores Paulo Beir&atilde;o (CNPq), Ricardo Bacelar (UFC) e Sonia Vasconcelos (UFRJ).</p> <p> <em>Edi&ccedil;&atilde;o: Talita Cavalcante</em></p> <p><em>Todo o conte&uacute;do deste site est&aacute; publicado sob a Licen&ccedil;a Creative Commons Atribui&ccedil;&atilde;o 3.0 Brasil. Para reproduzir as mat&eacute;rias &eacute; necess&aacute;rio apenas dar cr&eacute;dito &agrave; <strong>Ag&ecirc;ncia Brasil</strong></em></p> 65ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência agencia brasil células-tronco esquizofenia pacientes pesquisador biomédico Pesquisa e Inovação reprogramação Stevens Rehen Thu, 25 Jul 2013 10:57:35 +0000 talita.cavalcante 726470 at https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil/