Tags: conflitos https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//taxonomy/term/163814/all pt-br Índios, fazendeiros e MPF defendem indenização integral como solução para conflitos https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//noticia/2013-06-07/indios-fazendeiros-e-mpf-defendem-indenizacao-integral-como-solucao-para-conflitos <p><img alt="" src="https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//sites/_agenciabrasil/files/imagecache/300x225/gallery_assist/26/gallery_assist709046/prev/AgenciaBrasil291112_MCA2991.JPG" style="width: 300px; height: 225px; margin: 3px; float: right;" />Alex Rodrigues<br /> <em>Rep&oacute;rter da Ag&ecirc;ncia Brasil</em></p> <p> Bras&iacute;lia - Lideran&ccedil;as ind&iacute;genas, fazendeiros, procuradores da Rep&uacute;blica e entidades como o Conselho Indigenista Mission&aacute;rio (Cimi) e a Federa&ccedil;&atilde;o da Agricultura e Pecu&aacute;ria de Mato Grosso do Sul (Famasul) concordam em pelo menos um ponto sobre os conflitos entre &iacute;ndios e produtores rurais sul-mato-grossenses: se os governos federal e estadual querem resolver os confrontos por terras, devem indenizar os fazendeiros que receberam do pr&oacute;prio Estado os t&iacute;tulos de propriedade.</p> <p> A proposta v&ecirc;m sendo discutida h&aacute; tempos, sem avan&ccedil;os. Segundo o procurador da Rep&uacute;blica Marco Antonio Delfino, s&oacute; em 2012 lideran&ccedil;as ind&iacute;genas e ruralistas, pol&iacute;ticos e membros do Minist&eacute;rio P&uacute;blico se reuniram duas vezes para discutir o assunto. Como os governos n&atilde;o deram sinais de que haveria dinheiro suficiente para colocar a sugest&atilde;o em pr&aacute;tica, os esfor&ccedil;os de negocia&ccedil;&atilde;o minguaram.</p> <p> O maior empecilho &agrave; proposta &eacute; que os produtores rurais exigem que a indeniza&ccedil;&atilde;o pelas &aacute;reas produtivas regularizadas, que forem desapropriada para a cria&ccedil;&atilde;o de terras ind&iacute;genas, leve em conta n&atilde;o s&oacute; as melhorias feitas pelos fazendeiros, mas tamb&eacute;m o valor de mercado da terra. Eles querem que tudo seja pago em dinheiro. Essas iniciativas, para alguns, exigem mudan&ccedil;as nas leis.</p> <p> Para o procurador da Rep&uacute;blica, a indeniza&ccedil;&atilde;o &eacute; a forma de o Estado brasileiro compensar os produtores n&atilde;o pela terra ou pelas benfeitorias, mas por agir de forma &ldquo;contradit&oacute;ria&rdquo;. Delfino entende que a Uni&atilde;o &eacute; a principal respons&aacute;vel pelos atuais conflitos. Isso porque, durante o s&eacute;culo passado, estimulou pessoas de outras regi&otilde;es do pa&iacute;s a se mudar para o Centro-Oeste e ocupar &aacute;reas at&eacute; ent&atilde;o povoadas por &iacute;ndios. Enquanto comunidades ind&iacute;genas inteiras eram deslocadas, o Estado brasileiro concedia aos rec&eacute;m-chegados t&iacute;tulos de propriedade das terras que, hoje, reconhece que pertenciam aos &iacute;ndios.</p> <p> &ldquo;H&aacute; um parecer da consultoria jur&iacute;dica do Minist&eacute;rio da Justi&ccedil;a que atesta a possibilidade de a Uni&atilde;o indenizar as terras que ela pr&oacute;pria titulou. Se todas as partes se sentarem para negociar &eacute; poss&iacute;vel pensar em outras propostas, mas, hoje, esta &eacute; a &uacute;nica solu&ccedil;&atilde;o poss&iacute;vel para os conflitos. No caso da Uni&atilde;o, n&atilde;o &eacute; necess&aacute;ria nenhuma mudan&ccedil;a legal. Basta o governo federal pegar o parecer jur&iacute;dico, torn&aacute;-lo vinculante e destinar dinheiro para pagar as indeniza&ccedil;&otilde;es integrais&rdquo;, disse Delfino &agrave; <strong>Ag&ecirc;ncia Brasil</strong>, criticando o fato de uma emenda parlamentar de R$ 100 milh&otilde;es, apresentada no ano passado pelo senador Waldemir Moka (PMDB-MS) para esse fim, ter sido reduzida a R$ 20 milh&otilde;es no Or&ccedil;amento deste ano.</p> <p> Para o senador, o valor &eacute; irris&oacute;rio, principalmente levando em conta o tamanho das &aacute;reas em discuss&atilde;o. &ldquo;N&atilde;o adianta fazer reuni&atilde;o, audi&ecirc;ncia p&uacute;blica no Congresso Nacional e nas assembleias legislativas se n&atilde;o houver recurso no or&ccedil;amento. Sem dinheiro, esse conflito n&atilde;o vai acabar nunca.&rdquo;</p> <p> <img alt="" src="https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//sites/_agenciabrasil/files/imagecache/300x225/gallery_assist/26/gallery_assist709046/prev/AgenciaBrasil291112_MCA2883.JPG" style="width: 300px; height: 225px; margin: 5px; float: left;" />O presidente da Famasul, Eduardo Riedel, tamb&eacute;m defende a indeniza&ccedil;&atilde;o integral como forma de o Estado reparar o que fez no passado. &ldquo;Se o governo federal entende que, agora, os &iacute;ndios t&ecirc;m que ser instalados nessas &aacute;reas, que as compre e pague por elas&rdquo;, disse Riedel. &quot;Em algum momento, o Estado brasileiro estimulou as pessoas a ocupar essas &aacute;reas, dando a elas os t&iacute;tulos de propriedade. Tentar tir&aacute;-las dal&iacute; sem as indenizar, certamente vai gerar conflitos&quot;, acrescentou Riedel em entrevista &agrave; <strong>Ag&ecirc;ncia Brasil</strong> e &agrave; <strong>TV Brasil</strong>, no fim do ano passado. Na &eacute;poca, Riedel comentou que poucos produtores discordavam da proposta, por diferentes motivos.&nbsp;</p> <p> Irm&atilde;o do &iacute;ndio terena Osiel Gabriel, morto na &uacute;ltima quinta-feira (30), e primo de Josiel Gabriel Alves, baleado nessa ter&ccedil;a-feira (4), Otoniel Terena disse quarta-feira que v&aacute;rios produtores rurais sul-mato-grossenses j&aacute; sinalizaram que aceitam deixar as fazendas, desde que recebam pela terra e pelas benfeitorias um valor que considerem justo. &ldquo;O governo diz que &eacute; dif&iacute;cil resolver o problema, mas os fazendeiros j&aacute; aceitaram vender suas terras. Um &iacute;ndio teve que ser morto para o governo [federal] fazer algo&rdquo;, disse Otoniel, referindo-se &agrave; visita do ministro da Justi&ccedil;a, Jos&eacute; Eduardo Cardozo, ao estado, ontem. &ldquo;Ficamos com uma terr&iacute;vel sensa&ccedil;&atilde;o de que estamos sendo injusti&ccedil;ados.&rdquo;</p> <p> O secret&aacute;rio executivo do Cimi, Cleber Buzatto, refor&ccedil;ou a opini&atilde;o de Otoniel. &ldquo;O Cimi entende que, al&eacute;m da indeniza&ccedil;&atilde;o pelas benfeitorias, os n&atilde;o &iacute;ndios que ocupam terras tradicionais dos povos ind&iacute;genas t&ecirc;m direito &agrave; indeniza&ccedil;&atilde;o pelos t&iacute;tulos de propriedade de boa-f&eacute; dessas terras. Os t&iacute;tulos emitidos pela Uni&atilde;o devem ser indenizados diretamente pela Uni&atilde;o. J&aacute; os t&iacute;tulos emitidos pelos estados federados devem ser indenizados por eles&rdquo;, completou Buzatto.</p> <p> <img alt="" src="https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//sites/_agenciabrasil/files/imagecache/200x150/gallery_assist/27/gallery_assist722420/prev/ABr06062013VAC_2731.jpg" style="width: 200px; height: 150px; margin: 5px; float: right;" />O ministro da Justi&ccedil;a, Jos&eacute; Eduardo Cardozo, mant&eacute;m discurso cauteloso sobre o tema. &ldquo;Tudo isso ser&aacute; objeto dessa discuss&atilde;o, eu n&atilde;o vou antecipar propostas [a serem discutidas em um f&oacute;rum proposto pelo governo, com representantes dos dois lados]. Vou previamente me reunir, inclusive com o Conselho Nacional do Minist&eacute;rio P&uacute;blico e com o Conselho Nacional de Justi&ccedil;a, para discutir um pouco as quest&otilde;es jur&iacute;dicas que envolvem o caso.&quot;</p> <p> <em>Edi&ccedil;&atilde;o: Gra&ccedil;a Adjuto e Talita Cavalcante</em></p> <p> <em>Todo o conte&uacute;do deste site est&aacute; publicado sob a Licen&ccedil;a Creative Commons Atribui&ccedil;&atilde;o 3.0 Brasil. Para reproduzir a mat&eacute;ria &eacute; necess&aacute;rio apenas dar cr&eacute;dito &agrave; <strong>Ag&ecirc;ncia Brasil</strong></em></p> Cimi Conselho Indigenista Missionário famasul fazendeiros Federação da Agricultura indenização Índios integral lideranças mato grosso do sul MPF MS Nacional procuradores da República produtores rurais solução Tags: conflitos Fri, 07 Jun 2013 10:26:15 +0000 talita.cavalcante 722456 at https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil/