doenças de idosos https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//taxonomy/term/162870/all pt-br Idosos vivem por mais tempo e doentes, aponta pesquisa da USP https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//noticia/2013-05-26/idosos-vivem-por-mais-tempo-e-doentes-aponta-pesquisa-da-usp <p>Elaine Patricia Cruz<br /> <em>Rep&oacute;rter da Ag&ecirc;ncia Brasil</em></p> <p> S&atilde;o Paulo &ndash; A expectativa de vida da popula&ccedil;&atilde;o brasileira cresceu nos &uacute;ltimos anos, mas os idosos est&atilde;o vivendo com menor qualidade de vida, pois convivem por mais tempo com doen&ccedil;as cr&ocirc;nicas t&iacute;picas de sua faixa et&aacute;ria. Isso &eacute; o que apontou uma pesquisa conduzida pelo m&eacute;dico geriatra Alessandro Gon&ccedil;alves Campolina, que faz parte de um estudo, chamado Sabe (Sa&uacute;de, Bem-Estar e Envelhecimento), que vem sendo desenvolvido na Faculdade de Sa&uacute;de P&uacute;blica da Universidade de S&atilde;o Paulo (FSP-USP).</p> <p> Campolina &eacute; autor da pesquisa que buscou avaliar a ocorr&ecirc;ncia de um processo chamado de compress&atilde;o da morbidade, ou seja, se o intervalo entre o aparecimento da doen&ccedil;a e a morte estava diminuindo e se o aparecimento da doen&ccedil;a estava sendo postergado para os &uacute;ltimos anos de vida. Para ele, a pesquisa demonstrou que, no caso espec&iacute;fico de S&atilde;o Paulo (Campolina acredita que esses n&uacute;meros se assemelham aos do restante do pa&iacute;s, embora nenhum estudo semelhante tenha ocorrido em outros lugares do Brasil), est&aacute; ocorrendo um fen&ocirc;meno oposto: a expans&atilde;o da morbidade o que, segundo ele, &eacute; um aspecto negativo, pois a popula&ccedil;&atilde;o passa mais tempo doente.&nbsp;</p> <p> Em 2011, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estat&iacute;stica (IBGE), a expectativa de vida ao nascer no Brasil era 74 anos e 29 dias, o que representou um incremento de tr&ecirc;s anos, sete meses e 24 dias sobre o indicador de 2000. Praticamente no mesmo per&iacute;odo, entre 2000 e 2010, a pesquisa desenvolvida por Campolina detectou que os idosos est&atilde;o vivendo com menor qualidade de vida, pois convivem por mais tempo com doen&ccedil;as cr&ocirc;nicas t&iacute;picas de sua faixa et&aacute;ria.</p> <p> &ldquo;Esse projeto &eacute; parte de um estudo maior, que &eacute; o Sabe, que vem acontecendo na faculdade desde 2000. &Eacute; um estudo populacional que tem uma amostragem das diversas regi&otilde;es representativas de S&atilde;o Paulo e que vem seguindo essa popula&ccedil;&atilde;o de idosos, com mais de 60 anos, desde 2000, fazendo avalia&ccedil;&otilde;es peri&oacute;dicas e incluindo novas popula&ccedil;&otilde;es de idosos para fazer compara&ccedil;&atilde;o entre gera&ccedil;&otilde;es. Em 2000 foram acompanhados 2.143 idosos, que passaram a ser seguidos pelo projeto, em domic&iacute;lio. J&aacute; em 2010 foi feita uma nova compara&ccedil;&atilde;o&rdquo;, explicou.</p> <p> Segundo Campolina, a pesquisa avaliou o impacto das doen&ccedil;as cr&ocirc;nicas que acometem a popula&ccedil;&atilde;o idosa em termos de expectativa e de qualidade de vida. &ldquo;Se as pessoas continuassem vivendo no estado em que elas est&atilde;o agora, com as doen&ccedil;as cr&ocirc;nicas, as doen&ccedil;as seriam mais frequentes e haveria mais comprometimento da qualidade de vida&rdquo;, disse. Quando se fala de doen&ccedil;as cr&ocirc;nicas relacionadas &agrave; popula&ccedil;&atilde;o idosa, explicou Campolina, a pesquisa&nbsp; refere-se principalmente &agrave; hipertens&atilde;o arterial, diabetes, &agrave;s doen&ccedil;as card&iacute;acas, &agrave; doen&ccedil;a pulmonar cr&ocirc;nica, &agrave;s doen&ccedil;as mentais, como depress&atilde;o e dem&ecirc;ncias, &agrave;s doen&ccedil;as articulares, como artrite e artrose, e &agrave;s quedas.</p> <p> Mas a pesquisa, de acordo com Campolina, tamb&eacute;m demonstrou que, caso fossem desenvolvidas pol&iacute;ticas p&uacute;blicas preventivas voltadas para a popula&ccedil;&atilde;o idosa, a situa&ccedil;&atilde;o poderia ser alterada. &ldquo;O estudo fez a an&aacute;lise de outros cen&aacute;rios poss&iacute;veis, ou seja, se essas doen&ccedil;as fossem prevenidas. Isso mostrou que este processo estaria sendo revertido. A&iacute; a popula&ccedil;&atilde;o ganharia mais anos de vida e mais anos de vida saud&aacute;veis&rdquo;, falou em entrevista &agrave;<strong> Ag&ecirc;ncia Brasil.</strong></p> <p> &ldquo;Se houvesse estrat&eacute;gias que evitassem que as pessoas desenvolvessem a doen&ccedil;a card&iacute;aca, por exemplo, praticando atividades f&iacute;sicas e tendo uma nutri&ccedil;&atilde;o adequada, voc&ecirc; teria mais anos de expectativa de vida saud&aacute;vel. E se as pessoas j&aacute; t&ecirc;m a doen&ccedil;a instalada e mesmo assim fizessem esfor&ccedil;o para tratamento adequado e controle dessa doen&ccedil;a, tamb&eacute;m haveria um impacto positivo na expectativa de vida saud&aacute;vel&rdquo;.</p> <p> Para Campolina, as pol&iacute;ticas p&uacute;blicas de preven&ccedil;&atilde;o voltadas para os idosos ainda &ldquo;s&atilde;o insuficientes&rdquo; no pa&iacute;s. &ldquo;A grande quest&atilde;o do estudo s&atilde;o as pol&iacute;ticas de preven&ccedil;&atilde;o e de controle das doen&ccedil;as cr&ocirc;nicas. Uma quest&atilde;o que acho muito importante &eacute; que nessa popula&ccedil;&atilde;o espec&iacute;fica de idosos, muitos acreditam que n&atilde;o vale mais a pena fazer a preven&ccedil;&atilde;o. H&aacute; o preconceito de que as doen&ccedil;as j&aacute; est&atilde;o instaladas, que as pessoas j&aacute; est&atilde;o no fim da vida, mas o estudo mostra exatamente o contr&aacute;rio, inclusive nas pessoas de idade mais avan&ccedil;ada. Se as doen&ccedil;as fossem prevenidas e houvessem pol&iacute;ticas de atividade f&iacute;sica, nutri&ccedil;&atilde;o, combate ao tabagismo e controle dessas doen&ccedil;as com tratamento adequado, provavelmente essa popula&ccedil;&atilde;o viveria melhor, mesmo os mais idosos&rdquo;, disse.</p> <p> <em>Edi&ccedil;&atilde;o: F&aacute;bio Massalli</em></p> <p> Todo o conte&uacute;do deste site est&aacute; publicado sob a Licen&ccedil;a Creative Commons Atribui&ccedil;&atilde;o 3.0 Brasil. &Eacute; necess&aacute;rio apenas dar cr&eacute;dito &agrave; <strong>Ag&ecirc;ncia Brasil</strong></p> <p> &nbsp;</p> doenças da terceira idade doenças de idosos doentes geriatra idosos idosos doentes pesquisa da USP Saúde USP Sun, 26 May 2013 20:21:56 +0000 fabio.massalli 721575 at https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil/