pensões e aposentadorias https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//taxonomy/term/154047/all pt-br Portugueses prometem mobilização diária contra o governo e o ajuste econômico https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//noticia/2013-02-17/portugueses-prometem-mobilizacao-diaria-contra-governo-e-ajuste-economico <p> Gilberto Costa<br /> <em> Correspondente da Ag&ecirc;ncia Brasil/EBC</em></p> <p> Lisboa &ndash; O governo de Portugal e a oposi&ccedil;&atilde;o subiram o tom de acusa&ccedil;&otilde;es sobre a responsabilidade da situa&ccedil;&atilde;o econ&ocirc;mica do pa&iacute;s em recess&atilde;o. A coliga&ccedil;&atilde;o que sustenta o gabinete do primeiro-ministro Pedro Passos Coelho - formada pelo Partido Social Democrata (PSD) e Centro Democr&aacute;tico Social - Partido Popular (CDS-PP) - continua a dar sinais de desgaste. Agora, tamb&eacute;m os trabalhadores e movimentos sociais prometem ir &agrave;s ruas diariamente at&eacute; o final do pr&oacute;ximo m&ecirc;s para protestar contra a pol&iacute;tica de ajuste econ&ocirc;mico.</p> <p> <img alt="" src="https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//sites/_agenciabrasil/files/imagecache/300x225/gallery_assist/27/gallery_assist714020/prev/AgenciaBrasil201302160040.JPG" style="width: 300px; height: 225px; margin: 8px; float: right;" />&ldquo;[At&eacute;] o final de mar&ccedil;o, n&atilde;o haver&aacute; um dia em que os trabalhadores n&atilde;o [lutar&atilde;o]. N&atilde;o vai haver um dia de descanso para o governo&rdquo;; prometeu Arm&ecirc;nio Carlos, secret&aacute;rio-geral da Confedera&ccedil;&atilde;o Geral dos Trabalhadores Portugueses (CGTP), a central sindical ligada ao Partido Comunista Portugu&ecirc;s (PCP), que promoveu ontem (16) manifesta&ccedil;&otilde;es em 20 cidades continentais e insulares de Portugal.</p> <p> Os manifestantes protestaram contra os cortes j&aacute; feitos pelo governo (repasses da sa&uacute;de; pagamentos do seguro desemprego; valores das pens&otilde;es e aposentadorias) e as amea&ccedil;as de enxugamento do Estado social (promessa de corte de mais 4 bilh&otilde;es de euros). &ldquo;Os cortes nessas &aacute;reas equivalem a cortes na qualidade de vida das pessoas; equivalem a [questionar] a expectativa de desenvolvimento do pa&iacute;s no futuro e a coes&atilde;o social&rdquo;; avalia Arm&ecirc;nio Carlos.</p> <p> <img alt="" src="https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//sites/_agenciabrasil/files/imagecache/300x225/gallery_assist/27/gallery_assist714020/prev/AgenciaBrasil201302160038.JPG" style="width: 300px; height: 225px; margin: 8px; float: left;" />O governo promete apresentar uma proposta de &ldquo;refunda&ccedil;&atilde;o do Estado social&rdquo; at&eacute; o dia 27 deste m&ecirc;s, quando a troika (Fundo Monet&aacute;rio Internacional; Banco Central Europeu e Uni&atilde;o Europeia) far&aacute; ocorrer&aacute; a s&eacute;tima avalia&ccedil;&atilde;o do programa de ajuda financeira firmado em 2011; que imp&ocirc;s o corte de d&eacute;ficit or&ccedil;ament&aacute;rio e a redu&ccedil;&atilde;o da d&iacute;vida p&uacute;blica. O efeito das medidas foi a recess&atilde;o no pa&iacute;s, com a queda de 3,2% do Produto Interno Bruto (PIB) - a soma de riquezas produzidas no pa&iacute;s &ndash; no ano passado; e o desemprego (mais de 920 mil sem trabalho segundo estimativa oficial, ou mais de 1,4 milh&atilde;o segundo a CGTP).</p> <p> Os trabalhadores querem que o governo alivie a meta de d&eacute;ficit or&ccedil;ament&aacute;rio e prolongue os prazos de pagamento da d&iacute;vida; para que o Estado possa fazer investimentos e as empresas consigam suportar o aumento de sal&aacute;rios - o que ativaria a economia, com mais consumo; mais faturamento das empresas; mais emprego e mais arrecada&ccedil;&atilde;o de impostos.</p> <p> O governo pondera que n&atilde;o &eacute; poss&iacute;vel adotar essas medidas. Segundo Passos Coelho &ldquo;&eacute; demagogia&rdquo; propor aumento de gastos quando o pa&iacute;s tem que pagar d&iacute;vidas contra&iacute;das anteriormente. Ele promete que &ldquo;o governo n&atilde;o exigir&aacute; mais do que aquilo que &eacute; necess&aacute;rio para cumprir objetivos [do programa de ajustamento]&rdquo;.</p> <p> Para o economista Jo&atilde;o Ferreira do Amaral, professor catedr&aacute;tico do Instituto Superior de Economia e Gest&atilde;o, &ldquo;os programas de ajustamento n&atilde;o criam condi&ccedil;&otilde;es para que a estrutura produtiva possa se recuperar para crescimento sustent&aacute;vel&rdquo;. Segundo disse ontem na abertura do semin&aacute;rio Economia Portuguesa: Uma Economia com Futuro; na sede da Funda&ccedil;&atilde;o Calouste Gulbenkian em Lisboa, Portugal sofre um processo de desindustrializa&ccedil;&atilde;o, o que explica a falta de empregos, que come&ccedil;aram a cair acentuadamente na d&eacute;cada passada.</p> <p> Segundo os dados que apresentou na palestra, h&aacute; 15 anos a atividade industrial em Portugal equivalia a 22% do PIB do pa&iacute;s e hoje representa apenas 13%. O economista defende que Portugal saia da zona do euro e tenha moeda pr&oacute;pria para que possa usar a desvaloriza&ccedil;&atilde;o cambial e assim baratear bens de exporta&ccedil;&atilde;o e aumentar a competitividade com outras economias.</p> <p> <em>Edi&ccedil;&atilde;o: Tereza Barbosa</em></p> <p> <em>Todo o conte&uacute;do deste site est&aacute; publicado sob a Licen&ccedil;a Creative Commons Atribui&ccedil;&atilde;o 3.0 Brasil. Para reproduzir as mat&eacute;rias &eacute; necess&aacute;rio apenas dar cr&eacute;dito &agrave; <strong>Ag&ecirc;ncia Brasil</strong></em></p> ajuste econômico crise em Portugal direitos sociais dívida pública Internacional oposição partidos políticos pensões e aposentadorias seguro desemprego seguro saúde sindicatos Sun, 17 Feb 2013 17:10:15 +0000 tbarbosa 714022 at https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil/