surto em São Gabriel da Cachoeira https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//taxonomy/term/153034/all pt-br Justiça cobra medidas da União contra virose que matou duas crianças indígenas no Amazonas https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//noticia/2013-02-05/justica-cobra-medidas-da-uniao-contra-virose-que-matou-duas-criancas-indigenas-no-amazonas <p> Alex Rodrigues<br /> <em>Rep&oacute;rter Ag&ecirc;ncia Brasil</em></p> <p> Bras&iacute;lia &ndash; As mortes de duas crian&ccedil;as devido a um surto de virose n&atilde;o identificada em uma aldeia ind&iacute;gena de S&atilde;o Gabriel da Cachoeira (AM), Extremo Noroeste do Brasil, levou a Justi&ccedil;a Federal a determinar que a Uni&atilde;o adote medidas urgentes para preservar a sa&uacute;de da comunidade da etnia Hupda. As mortes foram notificadas &agrave;&nbsp; Secretaria Especial de Sa&uacute;de Ind&iacute;gena (Sesai), do Minist&eacute;rio da Sa&uacute;de, no &uacute;ltimo dia 18.</p> <p> Segundo o Minist&eacute;rio P&uacute;blico Federal no Amazonas (MPF/AM), pelo menos 13 moradores da Aldeia Taracu&aacute;-Igarap&eacute; podem ter sido contaminados pelo mesmo v&iacute;rus.</p> <p> Ao julgar o pedido de provid&ecirc;ncias apresentado pelo MPF, o juiz federal M&aacute;rcio Andr&eacute; Lopes Cavalcante determinou que a Uni&atilde;o deve, por meio do Distrito Sanit&aacute;rio Especial Ind&iacute;gena (Dsei) Alto Rio Negro,&nbsp; providenciar visitas di&aacute;rias e semanais dos profissionais de sa&uacute;de &agrave; regi&atilde;o pelos pr&oacute;ximos tr&ecirc;s meses ou at&eacute; que o &ldquo;surto de virose&rdquo; tenha sido controlado.</p> <p> O surto foi relatado por organiza&ccedil;&otilde;es indigenistas como a Federa&ccedil;&atilde;o das Organiza&ccedil;&otilde;es Ind&iacute;genas do Rio Negro (Foirn) e pelos procuradores da Rep&uacute;blica. Caso a determina&ccedil;&atilde;o seja descumprida, o coordenador do Dsei local, Alexandre Cantu&aacute;ria, ser&aacute; penalizado com multas di&aacute;rias de R$ 10 mil.</p> <p> A Uni&atilde;o tamb&eacute;m dever&aacute; apresentar, a cada 15 dias, relat&oacute;rio detalhado das a&ccedil;&otilde;es desenvolvidas. Al&eacute;m disso, o juiz estipulou prazo de 60 dias para que a Uni&atilde;o contrate nove m&eacute;dicos, triplicando o atual efetivo &agrave; servi&ccedil;o do Dsei Alto Rio Negro. O descumprimento dessa decis&atilde;o acarretar&aacute; multas di&aacute;rias de R$ 30 mil. A Uni&atilde;o tamb&eacute;m vai ter que garantir combust&iacute;vel e equipamentos necess&aacute;rios para que dentistas visitem a &aacute;rea mensalmente.</p> <p> Por fim, o juiz determinou que a Uni&atilde;o crie, em no m&aacute;ximo 30 dias, &ldquo;um canal de comunica&ccedil;&atilde;o avan&ccedil;ado com todas as aldeias que tenham a presen&ccedil;a de um agente ind&iacute;gena de sa&uacute;de&rdquo;.</p> <p> A pr&oacute;pria <strong>Ag&ecirc;ncia Brasil</strong> testemunhou a dificuldade de comunica&ccedil;&atilde;o com os distritos sanit&aacute;rios. Al&eacute;m do telefone do Dsei Alto Rio Negro estar desativado, alguns dos n&uacute;meros de outros distritos da regi&atilde;o informados no <em>site</em> Portal da Sa&uacute;de est&atilde;o desatualizados ou ningu&eacute;m os atende.</p> <p> Segundo o procurador da Rep&uacute;blica J&uacute;lio Jos&eacute; Ara&uacute;jo J&uacute;nior, o pedido de liminar apresentado &agrave; Justi&ccedil;a Federal &eacute; parte de uma a&ccedil;&atilde;o civil p&uacute;blica ajuizada em junho de 2010. Na &eacute;poca, a Justi&ccedil;a recusou os pedidos de provid&ecirc;ncias. Agora, diz o procurador, a situa&ccedil;&atilde;o &eacute; ainda pior. &nbsp;</p> <p> &ldquo;O estado da sa&uacute;de ind&iacute;gena &eacute; cr&iacute;tico, n&atilde;o s&oacute; no Alto Rio Negro, como em todo o pa&iacute;s. A sa&uacute;de ind&iacute;gena enfrenta problemas graves de gest&atilde;o e embora a cria&ccedil;&atilde;o da Sesai fosse uma importante reivindica&ccedil;&atilde;o do movimento ind&iacute;gena, ela n&atilde;o representou avan&ccedil;os&rdquo;, disse o procurador &agrave; <strong>Ag&ecirc;ncia Brasil</strong>, garantindo que o recente surto de virose entre os hupdas n&atilde;o &eacute; o &uacute;nico caso grave no Alto Rio Negro.</p> <p> &ldquo;Ante a falta de comunica&ccedil;&atilde;o das aldeias com a Sesai, &eacute; importante que haja visitas peri&oacute;dicas [dos profissionais de sa&uacute;de]. O que o MPF quer &eacute; que o gestor de sa&uacute;de v&aacute; &agrave; &aacute;rea e aponte o que ocorreu, o que foi feito e o que deixou de ser feito&rdquo;, explicou.</p> <p> Procurada, a Sesai confirmou as mortes, mas informou, por meio da assessoria, que a origem do surto ainda est&aacute; sendo apurada. Ainda de acordo com a secretaria, equipes multidisciplinares de sa&uacute;de visitam as aldeias da regi&atilde;o pelo menos a cada 30 dias, mas assim que as mortes das duas crian&ccedil;as foram notificadas, servidores foram &agrave; aldeia avaliar a situa&ccedil;&atilde;o.</p> <p> No dia 23 de janeiro, esses servidores relataram que o surto j&aacute; estava controlado. Um diagn&oacute;stico sanit&aacute;rio e ambiental para detectar a exist&ecirc;ncia de poss&iacute;veis contaminantes na &aacute;gua usada pela Aldeia Igarap&eacute; e op&ccedil;&otilde;es de abastecimento vai come&ccedil;ar a ser produzido ainda este m&ecirc;s.</p> <p> Coordenadoras, respectivamente, da Vigil&acirc;ncia Epidemiol&oacute;gica e de Aten&ccedil;&atilde;o B&aacute;sica &agrave; Sa&uacute;de da Secretaria Municipal de Sa&uacute;de de S&atilde;o Gabriel da Cachoeira, Miracl&eacute;ia Torres Diniz e&nbsp; Juliana Alves Moreira garantiram que a prefeitura n&atilde;o foi oficialmente comunicada dos fatos.</p> <p> Segundo elas, a comunica&ccedil;&atilde;o permitiria que o poder p&uacute;blico municipal tomasse as medidas necess&aacute;rias para impedir a propaga&ccedil;&atilde;o do surto e preservar a sa&uacute;de da popula&ccedil;&atilde;o. &ldquo;Sinceramente, estou surpresa. N&atilde;o estava sabendo de nada&rdquo;, disse Miracl&eacute;ia &agrave; <strong>Ag&ecirc;ncia Brasil</strong>. A Sesai disse n&atilde;o ter informado &agrave; prefeitura por n&atilde;o ter identificado a causa do surto.</p> <p> <em>Edi&ccedil;&atilde;o: Davi Oliveira</em></p> <p> Todo o conte&uacute;do deste site est&aacute; publicado sob a Licen&ccedil;a Creative Commons Atribui&ccedil;&atilde;o 3.0 Brasil. Para reproduzir as mat&eacute;rias &eacute; necess&aacute;rio apenas dar cr&eacute;dito &agrave; Ag&ecirc;ncia Brasil</p> Alto Rio Negro amazonas decisão da Justiça defesa dos índios Distrito Sanitário Especial Indígena etnia hupda índios hupda Nacional Secretaria Especial de Saúde Indígena Sesai surto em São Gabriel da Cachoeira Tue, 05 Feb 2013 21:34:57 +0000 davi.oliveira 713293 at https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil/