senador Ana Rita https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//taxonomy/term/148520/all pt-br Dados de violência contra a mulher refletem cultura machista, diz senadora https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//noticia/2012-11-29/dados-de-violencia-contra-mulher-refletem-cultura-machista-diz-senadora <p> Aline Leal<br /> <em>Rep&oacute;rter da Ag&ecirc;ncia Brasil</em></p> <p> Bras&iacute;lia - Nos &uacute;ltimos 30 anos, 92 mil mulheres foram mortas no Brasil v&iacute;timas de viol&ecirc;ncia dom&eacute;stica. Na &uacute;ltima d&eacute;cada, foram quase 44 mil. Os dados foram apontados pela senadora Ana Rita (PT-ES), relatora da Comiss&atilde;o Parlamentar Mista de Inqu&eacute;rito que investiga a viol&ecirc;ncia contra a mulher. Em entrevista ao <em>Rep&oacute;rter Brasil</em>, para a s&eacute;rie especial <em>Retratos da Dor</em>, ela disse que os casos de homic&iacute;dio por viol&ecirc;ncia dom&eacute;stica est&atilde;o aumentando. Ana Rita relata que dados recentes&nbsp; apontam para 4,8 homic&iacute;dios para cada grupo de 100 mil mulheres.</p> <p> Gl&aacute;ucia Souza, coordenadora-geral de acesso &agrave; Justi&ccedil;a e combate &agrave; viol&ecirc;ncia, da Secretaria de Pol&iacute;ticas para as Mulheres, tamb&eacute;m em entrevista ao <em>Rep&oacute;rter Brasil</em>, acredita que esses n&uacute;meros refletem a cultura machista que ainda existe no Brasil. &ldquo;Precisamos mudar a cultura machista que ainda est&aacute; arraigada na cultura brasileira&rdquo;, diz. &ldquo;N&atilde;o &eacute; s&oacute; uma quest&atilde;o de lei&rdquo;, corrobora Ana Rita.</p> <p> A coordenadora acentua que o Brasil precisa fortalecer a aplica&ccedil;&atilde;o da Lei Maria da Penha. De acordo com ela, a Organiza&ccedil;&atilde;o das Na&ccedil;&otilde;es Unidas (ONU) reconheceu que a legisla&ccedil;&atilde;o de combate, preven&ccedil;&atilde;o e puni&ccedil;&atilde;o de crimes relacionados &agrave; viol&ecirc;ncia contra a mulher &eacute; a terceira melhor do mundo. &ldquo;O que precisamos &eacute; fortalecer o servi&ccedil;o que existe e reestrutur&aacute;-lo. Isso depende de um comprometimento maior dos governos estaduais e municipais&rdquo; diz Gl&aacute;ucia. A senadora Ana Rita ressalta que a maior parte dos investimentos nesta &aacute;rea s&atilde;o oriundos do governo federal, e que os estados e munic&iacute;pios precisam aumentar sua colabora&ccedil;&atilde;o.</p> <p> Quanto &agrave; decis&atilde;o do Supremo Tribunal Federal que determina que a den&uacute;ncia de viol&ecirc;ncia contra a mulher feita por terceiros &eacute; leg&iacute;tima, Gl&aacute;ucia acredita que foi uma decis&atilde;o extremamente acertada. &ldquo;A viol&ecirc;ncia contra as mulheres n&atilde;o &eacute; uma quest&atilde;o de foro &iacute;ntimo, n&atilde;o &eacute; uma quest&atilde;o s&oacute; daquela mulher que muitas vezes, fragilizada pela situa&ccedil;&atilde;o, n&atilde;o d&aacute; conta de fazer a den&uacute;ncia. A viol&ecirc;ncia contra as mulheres atinge toda sociedade, por isso a sociedade tem que fazer a den&uacute;ncia&rdquo; diz Gl&aacute;ucia.</p> <p> Ana Rita ressalta que hoje, quando a mulher faz a den&uacute;ncia, ela n&atilde;o pode mais retirar a queixa. &ldquo;O Minist&eacute;rio P&uacute;blico pode fazer a queixa independentemente da mulher faz&ecirc;-la. E caso a mulher fa&ccedil;a e desista, ele assume a den&uacute;ncia. &Eacute; um a&ccedil;&atilde;o p&uacute;blica da sociedade, e n&atilde;o daquela mulher&rdquo;, finaliza.</p> <p> <em>Edi&ccedil;&atilde;o: Denise Griesinger</em></p> Comissão Parlamentar Mista Nacional onu Organização das Nações Unidas Secretaria de Políticas para as Mulheres senador Ana Rita violência contra a mulher violência doméstica Thu, 29 Nov 2012 15:28:56 +0000 deniseg 708961 at https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil/