acompanhamento pedagógico https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//taxonomy/term/147745/all pt-br Aumento de crianças com necessidades especiais na rede pública expõe carências e preconceitos https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//noticia/2012-11-18/aumento-de-criancas-com-necessidades-especiais-na-rede-publica-expoe-carencias-e-preconceitos <p> Fl&aacute;via Villela<br /> <em>Rep&oacute;rter da Ag&ecirc;ncia Brasil</em></p> <p> Rio de Janeiro &ndash; De 2003 para 2011, o n&uacute;mero de alunos com defici&ecirc;ncia ou doen&ccedil;as cr&ocirc;nicas, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdota&ccedil;&atilde;o cresceu 164%. Segundo o Minist&eacute;rio da Educa&ccedil;&atilde;o, em 2003, 28% dos alunos que precisavam da educa&ccedil;&atilde;o especial estudavam em classes comuns e o restante, em classes especiais. Em 2007, o percentual desses alunos inclu&iacute;dos nas classes regulares passou para 54% e, no ano passado, para 74%, com 752 mil estudantes inscritos.</p> <p> O n&uacute;mero de escolas de educa&ccedil;&atilde;o b&aacute;sica com matr&iacute;culas de estudantes que precisavam da educa&ccedil;&atilde;o especial cresceu 615%. Para pedagogos e especialistas, o aumento reflete a maior inclus&atilde;o de grande parte desse grupo no ambiente escolar. Antes, esses estudantes viviam confinados em casa ou em escolas especiais. A chegada desses alunos na rede p&uacute;blica tamb&eacute;m revela as car&ecirc;ncias e preconceitos de quem lida com esse p&uacute;blico.</p> <p> A pedagoga Gl&oacute;ria Fonseca Pinto trabalha com crian&ccedil;as e adolescentes com doen&ccedil;as cr&ocirc;nicas e deficientes h&aacute; mais de dez anos no Rio de Janeiro. Segundo ela, para incluir esse grupo na escola n&atilde;o basta apenas a matr&iacute;cula. &ldquo;O sistema precisa se preparar melhor para acolher essas crian&ccedil;as com mais qualidade. As escolas precisam entender que precisam se adaptar a essas crian&ccedil;as e n&atilde;o o contr&aacute;rio. Existem muitos exemplos [bem-sucedidos] de crian&ccedil;as com comprometimentos que conseguem se formar e ganhar muita independ&ecirc;ncia&rdquo;.</p> <p> Ela lamentou o fato de diversas escolas ainda recusarem esse estudantes. &ldquo;A crian&ccedil;a especial pode e deve frequentar uma escola regular, mas infelizmente n&atilde;o &eacute; toda a escola que a aceita por n&atilde;o ter curr&iacute;culo, [n&atilde;o dispor de] rampa e de material humano. Mas n&atilde;o existe receita de bolo e as escolas precisam se predispor a aceitar essas crian&ccedil;as&rdquo;.</p> <p> No Rio de Janeiro, em um ano, esse grupo de estudantes aumentou 15% na rede estadual, de acordo com a Secretaria Estadual de Educa&ccedil;&atilde;o (Seeduc), com 3 mil alunos da educa&ccedil;&atilde;o especial no universo de 1 milh&atilde;o de inscritos na rede estadual.</p> <p> Para a professora M&aacute;rcia Madureira, da equipe da Coordena&ccedil;&atilde;o de Inclus&atilde;o Educacional da Seeduc, o incremento na entrada dessas crian&ccedil;as e adolescente reflete um movimento de inclus&atilde;o por parte da rede de ensino, mas traz enormes desafios. &ldquo;O aumento do fluxo &eacute; um bom sinal e s&atilde;o muitos os desafios, mas estamos tentando ampliar os servi&ccedil;os para atender a essa demanda, como transformar todas as escolas acess&iacute;veis para cadeirantes&rdquo;.</p> <p> Segundo a Secretaria Estadual de Educa&ccedil;&atilde;o, 3.564 alunos com defici&ecirc;ncia ou doen&ccedil;as cr&ocirc;nicas foram inscritos na rede estadual de ensino no 1&ordm; semestre de 2012. S&atilde;o aproximadamente 200 Salas de Recursos que oferecem Atendimento Educacional Especializado (AEE) aos alunos com necessidades especiais e cerca de 150 profissionais atuam nestas salas.</p> <p> Para a coordenadora do N&uacute;cleo de Apoio a Projetos Educacionais e Culturais, do Instituto Nacional de Sa&uacute;de da Mulher, da Crian&ccedil;a e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz), Magdalena Oliveira, as escolas do pa&iacute;s n&atilde;o est&atilde;o estruturadas para receber as crian&ccedil;as e adolescentes com defici&ecirc;ncia. &ldquo;Com cerca de 40 alunos, &eacute; &oacute;bvio que a professora n&atilde;o ter&aacute; estrutura para atender essa crian&ccedil;a com defici&ecirc;ncia. Uma escola capaz de receber uma crian&ccedil;a com defici&ecirc;ncias deveria ter uma fisioterapeuta motora, uma fisioterapeuta respirat&oacute;ria, uma fonoaudi&oacute;loga, uma psicomotricista, uma terapeuta ocupacional, al&eacute;m de um psic&oacute;logo para poder dar apoio ao corpo docente e &agrave;s crian&ccedil;as&rdquo;.</p> <p> Magdalena ressaltou que a exclus&atilde;o dessas crian&ccedil;as e adolescentes do ambiente escolar prejudica seu desenvolvimento, pois ficam isoladas do conv&iacute;vio social. &ldquo;A escola &eacute; o &uacute;nico lugar onde a gente come&ccedil;a a vida tendo que dar conta de ter que conviver com os amigos, aguentar a press&atilde;o dos professores e dos amigos. Isso d&aacute; para a crian&ccedil;a uma independ&ecirc;ncia e uma maturidade emocional que a gente enquanto m&atilde;e n&atilde;o consegue dar&rdquo;. A pedagoga lembrou que a conviv&ecirc;ncia das outras crian&ccedil;as com esse grupo tamb&eacute;m &eacute; frut&iacute;fera, pois fortalece o respeito &agrave;s diferen&ccedil;as.</p> <p> <em>Edi&ccedil;&atilde;o: Tereza Barbosa</em></p> acompanhamento pedagógico adolescentes Cidadania classes crianças deficiência direito doenças Educação ensino fiocruz hospitais legislação mec população Saúde Sun, 18 Nov 2012 14:24:33 +0000 jose.romildo 708078 at https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil/ Educadora diz que pais devem denunciar escolas que não aceitam alunos especiais https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//noticia/2012-11-18/educadora-diz-que-pais-devem-denunciar-escolas-que-nao-aceitam-alunos-especiais <p> Fl&aacute;via Villela<br /> <em>Rep&oacute;rter da Ag&ecirc;ncia Brasil</em></p> <p> Rio de Janeiro - A diretora do Instituto Municipal Helena Antipoff, K&aacute;tia Nunes, respons&aacute;vel pela educa&ccedil;&atilde;o especial na cidade do Rio, disse que os pais devem denunciar nas Secretaria de Educa&ccedil;&atilde;o as escolas que n&atilde;o aceitarem o filho deficiente ou com doen&ccedil;a cr&ocirc;nica. &ldquo;Se a escola n&atilde;o estiver preparada para esse aluno, n&oacute;s vamos prepar&aacute;-la. Mas a escola hoje precisa entender que ela deve se adaptar &agrave;s necessidades da crian&ccedil;a e n&atilde;o o contr&aacute;rio&rdquo;.</p> <p> Na prefeitura o professor, ao assumir uma turma, recebe um DVD multim&iacute;dia com orienta&ccedil;&otilde;es sobre como melhor atender uma pessoa com defici&ecirc;ncia e informando que a prefeitura oferece cursos espec&iacute;ficos durante todo o ano. &ldquo;Tamb&eacute;m temos salas de recursos multifuncionais com mais de 300 professores especialistas para dar suporte a esses alunos com defici&ecirc;ncia&rdquo;.</p> <p> Segundo a educadora, n&atilde;o existem cursos espec&iacute;ficos para crian&ccedil;as com doen&ccedil;as cr&ocirc;nica, mas sim para pessoas com defici&ecirc;ncia. &ldquo;Damos acompanhamento, suporte pedag&oacute;gico, mas [no que diz respeito &agrave;s] quest&otilde;es mais fundamentais da sa&uacute;de solicitamos que o pessoal da sa&uacute;de caminhe junto com a gente&rdquo;. Ela admitiu que faltam professores, mas informou que a prefeitura est&aacute; investindo na forma&ccedil;&atilde;o de novos profissionais para sanar o problema.</p> <p> A professora M&aacute;rcia Madureira, da equipe de Coordena&ccedil;&atilde;o de Inclus&atilde;o Educacional da secretaria do estado do Rio, admite que faltam estrutura e m&atilde;o de obra qualificada para receber esses alunos, mas que o preconceito &eacute; uma das principais barreiras para a inclus&atilde;o efetiva das crian&ccedil;as e adolescentes com doen&ccedil;as cr&ocirc;nicas e defici&ecirc;ncias.</p> <p> &ldquo;O diferente sempre causa estranheza e tratar dessas quest&otilde;es no ambiente escolar &eacute; fundamental para acabar com preconceitos, por meio do conhecimento, e permitir que esse aluno possa participar do espa&ccedil;o da escola e n&atilde;o apenas estar nele&rdquo;.</p> <p> Para a representante da Secretaria Estadual de Educa&ccedil;&atilde;o os desafios s&atilde;o cont&iacute;nuos, mas a sociedade est&aacute; evoluindo no caminho da inclus&atilde;o. &ldquo;E n&oacute;s [governo] temos que encarar esses desafios e dar o suporte necess&aacute;rio e estamos trabalhando nisso&rdquo;.</p> <p> Para a professora municipal Karla Silva da Cunha Bastos, que trabalha com educa&ccedil;&atilde;o especial h&aacute; nove anos, a sociedade e os governos passaram a enxergar essas crian&ccedil;as, que hoje t&ecirc;m alguns direitos garantidos, mas o desconhecimento e despreparo ainda s&atilde;o grandes.</p> <p> &ldquo;Em uma turma com 40 alunos, com tantas crian&ccedil;as, com tantos outros problemas sociais e mesmo patol&oacute;gicos, o cr&ocirc;nico acaba dando medo. O aluno chega na aula com um bal&atilde;o de oxig&ecirc;nio, por exemplo, e o professor n&atilde;o sabe o que fazer. As pessoas ficam com medo de acontecer alguma coisa com a crian&ccedil;a e elas serem culpabilizadas&rdquo;.</p> <p> A professora citou o caso de uma aluna com doen&ccedil;a cong&ecirc;nita na bexiga que precisava ir ao banheiro com frequ&ecirc;ncia e, toda vez que chegava um professor novo ela precisava explicar sua condi&ccedil;&atilde;o. &ldquo;Em outro caso, o aluno n&atilde;o podia fazer atividades f&iacute;sicas e o professor o chamava de pregui&ccedil;oso e amea&ccedil;ava dar nota baixa. Nossa forma&ccedil;&atilde;o seja no curso normal ou na faculdade n&atilde;o nos prepara para a realidade social que vivemos hoje&rdquo;.</p> <p> Karla acredita que &eacute; preciso um trabalho de conscientiza&ccedil;&atilde;o sobre as especificidades das crian&ccedil;as com doen&ccedil;as cr&ocirc;nicas. &ldquo;Desde o professor, ao servente, &agrave; merendeira. Quando a crian&ccedil;a com doen&ccedil;a cong&ecirc;nita se matricular, a escola precisa receber informa&ccedil;&atilde;o sobre essa doen&ccedil;a e orienta&ccedil;&otilde;es&rdquo;.</p> <p> <em>Edi&ccedil;&atilde;o: Tereza Barbosa</em><br /> &nbsp;</p> acompanhamento pedagógico adolescentes Cidadania classes crianças deficiência direito doenças Educação ensino fiocruz hospitais legislação mec população Saúde Sun, 18 Nov 2012 14:22:13 +0000 jose.romildo 708077 at https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil/ Algumas escolas ainda recusam crianças com deficiência ou doença crônica https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//noticia/2012-11-18/algumas-escolas-ainda-recusam-criancas-com-deficiencia-ou-doenca-cronica <p> Fl&aacute;via Villela<br /> <em>Rep&oacute;rter da Ag&ecirc;ncia Brasil</em></p> <p> Rio de Janeiro &ndash; Embora a lei exija que todas as escolas brasileiras aceitem e incluam crian&ccedil;as e adolescentes com defici&ecirc;ncia e doen&ccedil;as cr&ocirc;nicas, ainda existem institui&ccedil;&otilde;es que se dizem inaptas para isso. Em muitos casos, por falta de estrutura e de informa&ccedil;&atilde;o da escola, quando o aluno &eacute; aceito acaba n&atilde;o tendo a aten&ccedil;&atilde;o devida e o respons&aacute;vel pelo estudante precisa frequentar a escola para cuidar dele.</p> <p> &Eacute; o caso da menina Giovana de Oliveira Corr&ecirc;a, 6 anos, que tem s&iacute;ndrome de Kabuki, uma desordem cong&ecirc;nita rara, que causa d&eacute;ficit intelectual e problemas f&iacute;sicos. A m&atilde;e da menina, Evanilda Apr&iacute;gio de Oliveira, ficava com ela na escola, mas conseguiu um emprego e agora paga a uma sobrinha para cuidar de Giovana.</p> <p> &ldquo;Por ela ser cadeirante, n&atilde;o consegui [vaga] na escola particular. Consegui na p&uacute;blica com facilidade, mas a dificuldade existe dentro da escola, pois eles n&atilde;o t&ecirc;m prepara&ccedil;&atilde;o, professora de apoio, espa&ccedil;o para cadeirante passar, rampa. H&aacute; boa vontade, mas falta estrutura&rdquo;.</p> <p> A pedagoga Magdalena Oliveira, do Instituto Nacional de Sa&uacute;de da Mulher, da Crian&ccedil;a e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz) diz que o caso de Giovana n&atilde;o &eacute; exce&ccedil;&atilde;o. Ela coordena v&aacute;rios projetos de educa&ccedil;&atilde;o para crian&ccedil;as e adolescentes com doen&ccedil;as cr&ocirc;nicas e defici&ecirc;ncia e argumenta que a educa&ccedil;&atilde;o inclusiva est&aacute; longe de ser alcan&ccedil;ada no Brasil.</p> <p> &ldquo;Se voc&ecirc; entrevistar as m&atilde;es que trazem seus filhos aqui, ouvir&aacute; da maioria que eles n&atilde;o s&atilde;o aceitos nas escolas. Quando s&atilde;o, elas t&ecirc;m que ficar junto com a crian&ccedil;a ou o adolescente e o tempo [de aula] &eacute; limitado, n&atilde;o &eacute; o tempo regular da escola&rdquo;.</p> <p> Magdalena citou o caso de um rapaz de 21 anos, com encefalopatia n&atilde;o progressiva (com d&eacute;ficit cognitivo s&eacute;rio) que nunca foi aceito na escola, apesar das numerosas tentativas da m&atilde;e. &ldquo;Ela ainda tem esperan&ccedil;a de ver o filho na escola. A defici&ecirc;ncia n&atilde;o o impede de ter um conv&iacute;vio com outras [pessoas], de aprender algumas coisas, dentro das limita&ccedil;&otilde;es dele&rdquo;.</p> <p> A pedagoga tamb&eacute;m contou sobre um menino de 8 anos que nasceu sem a parte inferior dos bra&ccedil;os que n&atilde;o foi aceito na escola perto de casa. &ldquo;Ele n&atilde;o tem nenhum tipo de d&eacute;ficit cognitivo, mas disseram para a m&atilde;e que ele deveria ir para uma escola especial&rdquo;.</p> <p> <em>Edi&ccedil;&atilde;o: Tereza Barbosa</em><br /> &nbsp;</p> acompanhamento pedagógico adolescentes Cidadania classes crianças deficiência direito doenças Educação ensino fiocruz hospitais legislação mec população Saúde Sun, 18 Nov 2012 14:17:13 +0000 jose.romildo 708076 at https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil/ Atendimento educacional durante a internação facilita volta da criança à escola, diz professora https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//noticia/2012-11-18/atendimento-educacional-durante-internacao-facilita-volta-da-crianca-escola-diz-professora <p> Fl&aacute;via Villela<br /> <em>Rep&oacute;rter da Ag&ecirc;ncia Brasil</em></p> <p> Rio de Janeiro - No Instituto Nacional de Sa&uacute;de da Mulher, da Crian&ccedil;a e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz), a parceria com a rede de ensino municipal completou um ano em agosto e permite que crian&ccedil;as e adolescentes internados no instituto tenham aulas diariamente. A m&eacute;dia &eacute; dez crian&ccedil;as internadas, algumas h&aacute; mais de um ano.</p> <p> A professora municipal Karla Silva da Cunha Bastos, que trabalha com educa&ccedil;&atilde;o especial h&aacute; nove anos e est&aacute; no projeto do IFF desde o in&iacute;cio da parceria com o governo municipal, acha que o atendimento pedag&oacute;gico-educacional no hospital facilita a volta das crian&ccedil;as &agrave; escola sem preju&iacute;zo e ainda minimiza o isolamento social.</p> <p> &ldquo;A interna&ccedil;&atilde;o n&atilde;o atrapalha as aulas, e ainda ajudam na recupera&ccedil;&atilde;o: a crian&ccedil;a tem menos tempo de parar e sofrer, de se deprimir com o ambiente de quietude, inje&ccedil;&atilde;o, enfermeira, rem&eacute;dio. Ent&atilde;o &eacute; um momento mais l&uacute;dico&rdquo;, observa a professora.</p> <p> Aluno de Karla, Matheus Henrique da Silva Machado, de 12 anos, tem fibrose c&iacute;stica, doen&ccedil;a gen&eacute;tica que afeta uma em cada 10 mil crian&ccedil;as brasileiras e ataca os pulm&otilde;es e o p&acirc;ncreas.</p> <p> &ldquo;Gosto da aula aqui. &Eacute; s&oacute; para mim, n&atilde;o h&aacute; milh&otilde;es de alunos. Ela [a professora] pega no p&eacute; &agrave;s vezes, mas eu gosto&rdquo;, contou o menino que, ap&oacute;s 29 dias internado, recebeu alta durante a entrevista.</p> <p> Juliana Ramos da Silva, m&atilde;e de Mateus, notou que o filho avan&ccedil;ou muito nas mat&eacute;rias escolares com a classe hospitalar.</p> <p> &ldquo;Meu filho passa mais tempo internado do que na escola. Quando ele volta para a escola j&aacute; consegue acompanhar os amigos. Antes, quando ainda n&atilde;o tinha classe hospitalar, ele ficou internado uma vez, por tr&ecirc;s meses e, quando voltou ficou perdido e nem queria mais ir &agrave; aula&rdquo;.</p> <p> Ros&acirc;ngela Alvares dos Santos &eacute; m&atilde;e de Samuel, de um ano e seis meses, internado no IFF desde que nasceu com um problema respirat&oacute;rio cr&ocirc;nico. &ldquo;Depois que Karla chegou, ele se desenvolveu. At&eacute; mostrar a l&iacute;ngua ele aprendeu com ela e j&aacute; est&aacute; comendo por conta pr&oacute;pria. Acho interessante, pois &eacute; um est&iacute;mulo diferente&rdquo;.</p> <p> Algumas doen&ccedil;as cr&ocirc;nicas, como a fibrose c&iacute;stica, exigem cuidado especial para evitar infec&ccedil;&otilde;es. S&atilde;o necess&aacute;rias aulas individuais. Al&eacute;m de Karla, o instituto conta com uma professora no turno da tarde. As duas se desdobram para atender uma m&eacute;dia de 30 alunos por m&ecirc;s, com idades e necessidades de aprendizado diferentes. &ldquo;A gente faz das tripas cora&ccedil;&atilde;o, mas amo o que fa&ccedil;o, d&aacute; muito prazer&rdquo;.</p> <p> K&aacute;tia Nunes, diretora do Instituto Municipal Helena Antipoff, respons&aacute;vel pela educa&ccedil;&atilde;o especial na cidade do Rio, explicou que n&atilde;o faltam professores interessados em trabalhar nos hospitais, mas que a especializa&ccedil;&atilde;o dessa m&atilde;o de obra ainda &eacute; um desafio.</p> <p> &ldquo;Precisamos formar mais gente. Estamos investindo nessa forma&ccedil;&atilde;o. Se a crian&ccedil;a est&aacute; impedida de ir &agrave; escola, temos que levar a escola at&eacute; eles. E constatamos, por meio de pesquisas, que a escola ajuda recupera&ccedil;&atilde;o da sa&uacute;de da crian&ccedil;a hospitalizada&rdquo;.</p> <p> <em>Edi&ccedil;&atilde;o: Tereza Barbosa</em></p> <p> &nbsp;</p> acompanhamento pedagógico adolescentes Cidadania classes crianças deficiência direito doenças Educação ensino fiocruz hospitais legislação mec população Saúde Sun, 18 Nov 2012 14:02:22 +0000 jose.romildo 708075 at https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil/ Maioria de crianças e adolescentes internados não tem acesso a aulas nos hospitais https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//noticia/2012-11-18/maioria-de-criancas-e-adolescentes-internados-nao-tem-acesso-aulas-nos-hospitais <p> Fl&aacute;via Villela<br /> <em>Rep&oacute;rter da Ag&ecirc;ncia Brasil</em></p> <p> Rio de Janeiro &ndash; Desde 1995, a legisla&ccedil;&atilde;o brasileira reconhece o direito de crian&ccedil;as e adolescentes hospitalizados ao acompanhamento pedag&oacute;gico-educacional. &Eacute; obriga&ccedil;&atilde;o dos sistemas de ensino e de sa&uacute;de municipais e estaduais organizar o atendimento educacional especializado para estudantes impossibilitados de frequentar as aulas por motivos de sa&uacute;de.</p> <p> De acordo com profissionais da &aacute;rea, passados 18 anos, a classe hospitalar - nome da modalidade de ensino que possibilita esse aprendizado nos hospitais - ainda n&atilde;o se tornou realidade para a maioria das crian&ccedil;as e adolescentes com doen&ccedil;as cr&ocirc;nicas.</p> <p> Para a coordenadora do N&uacute;cleo de Apoio a Projetos Educacionais e Culturais, do Instituto Nacional de Sa&uacute;de da Mulher, da Crian&ccedil;a e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz), Magdalena Oliveira, a classe hospitalar ainda &ldquo;engatinha&rdquo; no Brasil, sobretudo no preparo dos professores.</p> <p> &ldquo;A rede hoje precisa de uma estrutura mais ampla para atender essas crian&ccedil;as de forma mais integral. Falta tempo para o professor estudar. A grande maioria dos cursos &eacute; paga e a classe &eacute; absolutamente discriminada, com um dos piores sal&aacute;rios do pa&iacute;s. Faltam professores para dar uma aten&ccedil;&atilde;o diferenciada a essas crian&ccedil;as e adolescentes,&rdquo; disse.</p> <p> Na capital fluminense, dez hospitais contam com o apoio de professoras municipais, resultado de parcerias da prefeitura com as institui&ccedil;&otilde;es de sa&uacute;de.</p> <p> O governo do estado do Rio informou que ainda n&atilde;o oferece classe hospitalar, mas que o projeto est&aacute; sendo discutido na secretaria de Educa&ccedil;&atilde;o.</p> <p> O Minist&eacute;rio da Educa&ccedil;&atilde;o n&atilde;o soube informar o n&uacute;mero de hospitais no pa&iacute;s que oferecem classe escola. Por meio de nota informou apenas que o atendimento em classes hospitalares &eacute; a&ccedil;&atilde;o intersetorial organizada entre as secretarias de Educa&ccedil;&atilde;o e Sa&uacute;de de cada estado ou munic&iacute;pio, conforme demanda existente</p> <p> Dados do Censo 2010 mostram que o Brasil tem hoje mais de 45 milh&otilde;es de pessoas com algum tipo de defici&ecirc;ncia: quase um quarto do total da popula&ccedil;&atilde;o. N&atilde;o existem dados espec&iacute;ficos sobre doen&ccedil;as cr&ocirc;nicas, de acordo com m&eacute;dicos da &aacute;rea.</p> <p> <em>Edi&ccedil;&atilde;o: Tereza Barbosa</em><br /> &nbsp;</p> acompanhamento pedagógico adolescentes Cidadania classes crianças deficiência direito doenças Educação ensino fiocruz hospitais legislação mec população Saúde Sun, 18 Nov 2012 13:46:12 +0000 jose.romildo 708073 at https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil/