equilíbrio racial https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//taxonomy/term/147421/all pt-br Estudo do governo aponta que negros já são 51% da classe média https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//noticia/2012-11-12/estudo-do-governo-aponta-que-negros-ja-sao-51-da-classe-media <p> Fernanda Cruz<br /> <em>Rep&oacute;rter da Ag&ecirc;ncia Brasil</em></p> <p> S&atilde;o Paulo &ndash; Dos 36 milh&otilde;es de brasileiros que ingressaram na classe m&eacute;dia durante os &uacute;ltimos dez anos, 75% eram negros, revelou um estudo da Secretaria de Assuntos Estrat&eacute;gicos da Presid&ecirc;ncia da Rep&uacute;blica (SAE) divulgado hoje (12) na capital paulista. Com isso, a participa&ccedil;&atilde;o dos negros na classe m&eacute;dia subiu de 38% em 2002 para 51% neste ano, garantindo equil&iacute;brio racial para esse extrato.</p> <p> &ldquo;O ideal &eacute; que, se os negros s&atilde;o 50% da popula&ccedil;&atilde;o brasileira, eles sejam 50% da classe m&eacute;dia. Se no Nordeste eu tenho 34% da popula&ccedil;&atilde;o brasileira, o ideal &eacute; que eu tenha 34% na classe m&eacute;dia&rdquo;, disse Ricardo Paes de Barros, secret&aacute;rio de A&ccedil;&otilde;es Estrat&eacute;gicas da SAE. Segundo ele, &ldquo;a nossa classe m&eacute;dia passou a ser muito mais heterog&ecirc;nea, um retrato do Brasil&rdquo;.</p> <p> A pesquisa, que resultou no segundo n&uacute;mero da s&eacute;rie Vozes da Classe M&eacute;dia, mostrou uma mudan&ccedil;a no perfil da nova classe m&eacute;dia brasileira, que hoje responde por 52% do total da popula&ccedil;&atilde;o do pa&iacute;s e que tem renda <em>per capita</em> familiar entre R$ 291 e R$ 1.019. As estimativas tiveram como base a Pesquisa Nacional por Amostra de Domic&iacute;lios (Pnad).</p> <p> &ldquo;&Eacute; o grupo que est&aacute; se movimentando, que gostaria de mudar de classe e planeja, toma medidas para que seus descendentes [tamb&eacute;m] mudem&rdquo;, disse o ministro-chefe da SAE, Moreira Franco.</p> <p> O aumento do n&uacute;mero de negros na classe m&eacute;dia trouxe equil&iacute;brio racial para esse extrato social, por&eacute;m isso n&atilde;o ocorreu entre as camadas mais abastadas da sociedade. &ldquo;N&oacute;s temos agora igualdade racial na classe m&eacute;dia. Mas &eacute; claro que n&atilde;o temos igualdade racial nem na classe alta, nem na classe baixa. A classe alta &eacute; predominantemente branca e a classe baixa &eacute; negra&rdquo;, declarou Ricardo Paes de Barros.</p> <p> A fatia da sociedade composta por indiv&iacute;duos de classe m&eacute;dia passou de 38% em 2002 para 52% este ano, um crescimento de 14 pontos percentuais. J&aacute; a classe baixa, cujo rendimento <em>per capita</em> varia de R$ 81 a R$ 291, sofreu redu&ccedil;&atilde;o de 21 pontos percentuais: era 48% em 2002 e caiu para 28% neste ano.</p> <p> A classe alta, com renda acima de R$ 1.019, apresentou expans&atilde;o de 7 pontos percentuais, passando de 13% em 2002 para 20% neste ano. &ldquo;O que aconteceu no Brasil, na &uacute;ltima d&eacute;cada, foi uma mudan&ccedil;a sem precedentes na distribui&ccedil;&atilde;o de renda brasileira. O tamanho desses tr&ecirc;s grupos mudou de uma maneira radical&rdquo;, avaliou o ministro.</p> <p> Outra constata&ccedil;&atilde;o do estudo &eacute; que est&atilde;o na classe m&eacute;dia 55% dos jovens e 53% das mulheres brasileiros. O pa&iacute;s tamb&eacute;m conseguiu reduzir o &iacute;ndice de extrema pobreza, que era 11% em 2003 e, ap&oacute;s um per&iacute;odo de cinco anos, caiu para menos da metade.</p> <p> O levantamento tamb&eacute;m apontou o Sudeste como destaque, por ser a regi&atilde;o que mais colocou novas pessoas na classe m&eacute;dia, o equivalente a 36% do total de novos integrantes. Em seguida, veio o Nordeste com 34% dos novos membros dessa classe social.</p> <p> Os nordestinos responderam pelo maior aumento regional da classe, passando de 22% em 2002, para 42%. No Sudeste, a diferen&ccedil;a ficou em 11 pontos percentuais &ndash; em 2002, a participa&ccedil;&atilde;o da classe m&eacute;dia na regi&atilde;o era 46% e subiu para 57% neste ano. As regi&otilde;es Norte e Centro-Oeste apresentaram crescimento de 17 pontos percentuais, um avan&ccedil;o de 31% para 48% no Centro-Oeste e de 40% para 57% no Norte. O menor crescimento ocorreu no Sul, que passou de 49% para 58%.</p> <p> De acordo com Ricardo, as mudan&ccedil;as nos extratos sociais brasileiros s&atilde;o reflexos da diminui&ccedil;&atilde;o da desigualdade de renda. &ldquo;&Eacute; um fato surpreendente que essa classe m&eacute;dia surja da redu&ccedil;&atilde;o da desigualdade. E essa redu&ccedil;&atilde;o cria um grupo do meio [classe m&eacute;dia], dos batalhadores, que &eacute; o mais heterog&ecirc;neo. Ele [o grupo] &eacute; mais a cara do Brasil do que a elite brasileira &eacute;, ou a classe baixa &eacute;&rdquo;, disse.</p> <p> <em>Edi&ccedil;&atilde;o: Davi Oliveira</em></p> ascensão dos negros Cidadania democracia racial Economia equilíbrio racial Igualdade Racial Pnad SAE Secretaria de Assuntos Estratégicos Vozes da Classe Média Mon, 12 Nov 2012 19:46:27 +0000 davi.oliveira 707721 at https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil/