Mia Couto https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//taxonomy/term/147153/all pt-br Dilma diz que Brasil está ajudando Portugal durante a crise econômica https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//noticia/2013-06-10/dilma-diz-que-brasil-esta-ajudando-portugal-durante-crise-economica <p style="margin-bottom: 0cm">Gilberto Costa<br /> <em>Correspondente da Ag&ecirc;ncia Brasil/EBC</em></p> <p style="margin-bottom: 0cm">Lisboa &ndash; Ap&oacute;s encontro com o primeiro-ministro portugu&ecirc;s, Pedro Passos Coelho, agora h&aacute; pouco, a presidenta Dilma Rousseff disse que o Brasil est&aacute; ajudando Portugal a enfrentar a crise econ&ocirc;mica e destacou a amplia&ccedil;&atilde;o dos investimentos entre os dois pa&iacute;ses. &ldquo;O Brasil tem dado apoio a Portugal. Temos todas as rela&ccedil;&otilde;es comerciais bastante significativas, neste momento de crise&rdquo;, declarou.</p> <p style="margin-bottom: 0cm">Para a presidenta, entre os dois pa&iacute;ses prevalece &ldquo;uma comunica&ccedil;&atilde;o f&aacute;cil&rdquo;, que tem permitido ampliar os investimentos bilaterais. Dilma falou aos jornalistas &agrave; sa&iacute;da do Palacete de S&atilde;o Bento, resid&ecirc;ncia oficial do primeiro-ministro portugu&ecirc;s.</p> <p style="margin-bottom: 0cm">Como exemplo dos novos investimentos entre os dois pa&iacute;ses, Dilma deu como exemplo as duas f&aacute;bricas da Embraer em &Eacute;vora (regi&atilde;o do Alentejo) para constru&ccedil;&atilde;o de estruturas de avi&atilde;o &ndash; com investimentos de 177 milh&otilde;es de euros - e da companhia petrol&iacute;fera portuguesa Galp na explora&ccedil;&atilde;o de petr&oacute;leo da camada pr&eacute;-sal.</p> <p style="margin-bottom: 0cm">&ldquo;Temos feito muitas parcerias estrat&eacute;gicas nas &aacute;reas de ci&ecirc;ncia e tecnologia&rdquo;, disse ainda Dilma, se referindo ao laborat&oacute;rio de nanotecnologia e a futuros projetos na &aacute;rea de biotecnologia, objetos de acordos assinados na tarde de hoje com o presidente de Portugal, Cavaco Silva.</p> <p style="margin-bottom: 0cm">Dilma j&aacute; chegou ao Pal&aacute;cio de Queluz, onde participa da cerim&ocirc;nia de entrega do Pr&ecirc;mio Cam&otilde;es ao escritor mo&ccedil;ambicano Mia Couto e de jantar que ser&aacute; oferecido pelo presidente Cavaco Silva. A presidenta se despede de Portugal &agrave;s 23h30 de Lisboa &ndash; 19h30 de Bras&iacute;lia.</p> <p style="margin-bottom: 0cm"><em>Edi&ccedil;&atilde;o: </em><em>Davi Oliveira</em></p> <p style="margin-bottom: 0cm"><em>Todo o conte&uacute;do deste site est&aacute; publicado sob a Licen&ccedil;a Creative Commons Atribui&ccedil;&atilde;o 3.0 Brasil. Para reproduzir a mat&eacute;ria &eacute; necess&aacute;rio apenas dar cr&eacute;dito &agrave; </em><strong>Ag&ecirc;ncia Brasil</strong></p> acordos com Portugal Embaer Galp Internacional investimentos bilaterais Mia Couto Pedro Passos Coelho Prêmio Camões primeiro-ministro visita de Dilma a Portugal Mon, 10 Jun 2013 20:10:11 +0000 davi.oliveira 722656 at https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil/ Impedir a periferia de ter pensamento próprio é forma de racismo, diz escritor moçambicano https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//noticia/2012-11-08/impedir-periferia-de-ter-pensamento-proprio-e-forma-de-racismo-diz-escritor-mocambicano <p> Daniel Mello<br /> <em>Rep&oacute;rter da Ag&ecirc;ncia Brasil</em></p> <p> S&atilde;o Paulo &ndash; O escritor mo&ccedil;ambicano Mia Couto disse, em S&atilde;o Paulo, que impedir a popula&ccedil;&atilde;o mais pobre de pensar por si mesma &eacute; uma pr&aacute;tica racista. &ldquo;Acredita-se que a periferia pode dar futebolista, cantor, dan&ccedil;arino. Mas, poeta? No sentido que o poeta n&atilde;o produz s&oacute; uma arte, mas pensamento. Isso acho que &eacute; o grande racismo, a grande maneira de excluir o outro. &Eacute; dizer: o outro pode produzir o que quiser, at&eacute; o bonito. Mas, pensamento pr&oacute;prio, isso n&atilde;o&rdquo;.</p> <p> O escritor, que j&aacute; recebeu diversos pr&ecirc;mios, como o da Uni&atilde;o Latina de Literaturas Rom&acirc;nicas, visitou ontem (7) o sarau da Cooperifa. O evento &eacute; realizado toda quarta-feira no Bar do Z&eacute; Batid&atilde;o, na regi&atilde;o do Jardim &Acirc;ngela, zona sul paulistana. Nessas reuni&otilde;es, que ocorrem h&aacute; 11 anos, crian&ccedil;as, adolescentes e adultos se revezam ao microfone para recitar poesia.</p> <p> &ldquo;&Eacute; uma coisa nova que me acontece no Brasil, estar em um lugar como este&rdquo;, disse ao come&ccedil;ar o bate-papo com a plateia que lotou a laje do bar para ouvi-lo. Couto j&aacute; esteve no pa&iacute;s em v&aacute;rias ocasi&otilde;es, mas s&oacute; na noite de ontem satisfez a vontade de conhecer a periferia de uma grande cidade.</p> <p> &ldquo;Faltava-me essa experi&ecirc;ncia&rdquo;, ressaltou. &ldquo;Eu queria visitar a periferia de uma cidade brasileira pela m&atilde;o de amigos, pela m&atilde;o de gente da periferia&rdquo;, acrescentou o autor que tamb&eacute;m se sente procedente de um lugar perif&eacute;rico.&ldquo;Sou filho de portugueses que migraram nos anos 1950 para uma pequena cidade. Mo&ccedil;ambique j&aacute; &eacute; uma periferia. Eu sou da periferia da periferia, porque &eacute; uma cidade pequena&rdquo;.</p> <p> A identifica&ccedil;&atilde;o com a periferia da zona sul de S&atilde;o Paulo tamb&eacute;m est&aacute;, segundo Couto, na resist&ecirc;ncia &agrave; condi&ccedil;&atilde;o de invisibilidade. Para ele, os mo&ccedil;ambicanos t&ecirc;m buscado for&ccedil;a para dizer: &quot;queremos permanecer, queremos ser parte do mundo, queremos ser parte de um universo que n&atilde;o &eacute; sempre periferia&rdquo;.</p> <p> Na vis&atilde;o do autor, o processo &eacute; semelhante ao que ocorre com o projeto da Cooperifa que, al&eacute;m de fomentar a cria&ccedil;&atilde;o liter&aacute;ria, busca formar p&uacute;blico para a cultura produzida na regi&atilde;o. &ldquo;Eu vi aqui um pensamento que est&aacute; muito vivo e que est&aacute; contaminando, fazendo acontecer coisas&rdquo;, destacou o escritor que admite ser fortemente influenciado pela cultura brasileira.</p> <p> &ldquo;Voc&ecirc;s n&atilde;o podem imaginar a import&acirc;ncia de pessoas como Jorge Amado, por exemplo, nessa vontade de dizer: afinal, podemos falar dos nossos pr&oacute;prios assuntos. Afinal, o negro e o mulato podem ser personagens. Afinal, as nossas coisas t&ecirc;m valor&rdquo;, disse, ao comentar como a literatura brasileira ajudou na forma&ccedil;&atilde;o das gera&ccedil;&otilde;es das d&eacute;cadas de 1950 e 1960 em seu pa&iacute;s.</p> <p> N&atilde;o s&oacute; os autores brasileiros ajudaram na forma&ccedil;&atilde;o de Mia Couto, mas m&uacute;sicos como Chico Buarque e Caetano Veloso. &ldquo;Sempre se pensa que um autor liter&aacute;rio &eacute; influenciado por outros. E, &agrave;s vezes, n&atilde;o &eacute; s&oacute;. Eu fui muito tocado pela m&uacute;sica brasileira&rdquo;. Ele lembrou que tem um leque muito amplo de influ&ecirc;ncias musicais, incluindo o sambista paulista Adoniran Barbosa.</p> <p> Como morava em uma antiga casa colonial, contou que na juventude havia press&atilde;o para a demoli&ccedil;&atilde;o desse tipo de im&oacute;vel e a constru&ccedil;&atilde;o de edif&iacute;cios mais modernos. &ldquo;L&aacute; em casa havia esse medo, que n&atilde;o era pronunciado, de que viesse qualquer coisa que nos levasse a isso. E essa can&ccedil;&atilde;o do Adoniran Barbosa [<em>Saudosa Maloca</em>] era uma esp&eacute;cie de hino. Porque aquela demoli&ccedil;&atilde;o n&atilde;o era s&oacute; de um edif&iacute;cio, era a demoli&ccedil;&atilde;o de um passado, de um lugar onde fomos felizes&rdquo;.</p> <p> Couto destacou que tamb&eacute;m encontra a &Aacute;frica fortemente enraizada na alma dos brasileiros. &ldquo;O brasileiro tem uma alma mesti&ccedil;a e conseguiu essa mesti&ccedil;agem naquilo que era mais dif&iacute;cil, no componente religioso. As religi&otilde;es africanas conseguiram se infiltrar nesse meio mais &iacute;ntimo, naquilo que &eacute; mais fundo da nossa alma.</p> <p> Mia Couto estudou medicina, formou-se em biologia, mas adotou o jornalismo depois da queda da ditadura em Portugal, em 1975, e engajou-se na guerra de liberta&ccedil;&atilde;o de Mo&ccedil;ambique. &Eacute; um dos autores do Hino Nacional mo&ccedil;ambicano, adotado em 2002. <em>Terra Son&acirc;mbula</em>, seu primeiro romance, de 1992, foi considerado um dos 12 melhores livros africanos do s&eacute;culo 20 por um j&uacute;ri criado pela Feira do Livro do Zimb&aacute;bue.</p> <p> <em>Edi&ccedil;&atilde;o: Gra&ccedil;a Adjuto</em></p> Cooperifa Cultura Cultura escritor moçambicano Mia Couto Moçambique pensamento periferia racismo são paulo sarau Thu, 08 Nov 2012 07:56:07 +0000 gracaadjuto 707452 at https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil/