avicultores https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//taxonomy/term/141180/all pt-br Alta no preço do milho encarece frango https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//noticia/2012-08-23/alta-no-preco-do-milho-encarece-frango <p> Pedro Peduzzi<br /> <em>Rep&oacute;rter da Ag&ecirc;ncia Brasil</em></p> <p> Bras&iacute;lia - Apesar da safra recorde de milho e dos estoques privados dessa <em>commodity</em> estarem lotados, diversos pequenos avicultores t&ecirc;m encontrado dificuldades para obter esse que &eacute; o principal alimento oferecido aos frangos produzidos no pa&iacute;s. Com isso, o custo de produ&ccedil;&atilde;o de frangos j&aacute; aumentou 25%.</p> <p> Ciente desse problema, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) tem estimulado a oferta de milho nas regi&otilde;es mais necessitadas. A medida, no entanto, &eacute; insuficiente para dar conta da demanda do setor, que, segundo a Uni&atilde;o Brasileira de Avicultura (Ubabef), &eacute; 3 milh&otilde;es de toneladas por m&ecirc;s. O estoque atual da Conab &eacute; 1,2 milh&atilde;o de toneladas.</p> <p> Parte da dificuldade de acesso ao milho se deve &agrave; alta do pre&ccedil;o internacional do produto, em decorr&ecirc;ncia da seca nos Estados Unidos. &nbsp;&ldquo;Al&eacute;m de ter reduzido a produ&ccedil;&atilde;o deles, a seca prejudicou tamb&eacute;m o escoamento, j&aacute; que afetou as hidrovias norte-americanas por onde o milho &eacute; transportado&rdquo;, disse &agrave; <strong>Ag&ecirc;ncia Brasil</strong> o superintendente de Gest&atilde;o de Oferta da Conab, Carlos Eduardo Tavares.</p> <p> &ldquo;Mas acredito que este &eacute; apenas um problema moment&acirc;neo, j&aacute; que a safra deles, a maior do mundo, &eacute; cinco vezes maior que a brasileira. Mesmo com a quebra, os EUA continuam produzindo mais que o Brasil. Enquanto o problema da seca nos rios n&atilde;o for superado, eles compram do Brasil. A partir do momento em que os rios voltarem a permitir o escoamento do produto, a tend&ecirc;ncia ser&aacute; de maior tranquilidade para comercializarmos internamente o nosso milho, sem tanta influ&ecirc;ncia do ambiente externo&rdquo;, explicou o superintendente.</p> <p> Enquanto isso n&atilde;o acontece, a Conab est&aacute; atuando em duas frentes visando ao suprimento de milho nas &aacute;reas mais afetadas pela seca no Brasil - uma no Nordeste, outra na Regi&atilde;o Sul. &ldquo;O Nordeste desenvolveu uma avicultura forte e depende do milho para alimentar suas aves. Estamos liberando estoques de Mato Grosso para suprir esse d&eacute;ficit. Ser&atilde;o remetidas mais de 400 mil toneladas de milho para o norte da regi&atilde;o. Fizemos subven&ccedil;&otilde;es para a iniciativa privada interessada em transportar o milho at&eacute; l&aacute;. Na &aacute;rea central do Nordeste, a remo&ccedil;&atilde;o ter&aacute; origem nos estoques de Mato Grosso e Goi&aacute;s&rdquo;, disse Tavares.</p> <p> Segundo ele, das 400 mil toneladas previstas para o Nordeste, 70 mil j&aacute; foram comercializadas. &ldquo;Estamos estudando a possibilidade de, caso haja eleva&ccedil;&atilde;o significativa de pre&ccedil;os, elevar ainda mais o fornecimento do produto&rdquo;. Para aumentar seus estoques destinados ao mercado interno, a Conab j&aacute; est&aacute; negociando a compra de 10 milh&otilde;es de toneladas de milho produzidos em Mato Grosso, no Paran&aacute; e em &aacute;reas do Nordeste.</p> <p> A Regi&atilde;o Sul tamb&eacute;m registrou problemas devido &agrave; seca, principalmente no noroeste do Rio Grande do Sul e no oeste de Santa Catarina. Para amenizar a situa&ccedil;&atilde;o, o governo federal est&aacute; deslocando 200 mil toneladas de milho para a regi&atilde;o afetada. &ldquo;Desse montante, mais de 140 mil j&aacute; foram para os dois estados por meio de remo&ccedil;&atilde;o&rdquo;, disse o superintendente.</p> <p> &ldquo;O governo usa, acertadamente, o pr&ecirc;mio de escoamento da produ&ccedil;&atilde;o e a venda da produ&ccedil;&atilde;o como instrumentos para regular a situa&ccedil;&atilde;o. &Eacute; uma atitude elogi&aacute;vel. O problema &eacute; que falta volume, porque o consumo e a car&ecirc;ncia de milho s&atilde;o sempre grandes. A avicultura consome, por m&ecirc;s, 3 milh&otilde;es de toneladas, valor bem acima do estoque anunciado pela Conab, que &eacute; apenas um paliativo e n&atilde;o d&aacute; condi&ccedil;&otilde;es para a regula&ccedil;&atilde;o do pre&ccedil;o&rdquo;, disse &agrave; <strong>Ag&ecirc;ncia Brasil </strong>o presidente da Ubabef, Francisco Turra.</p> <p> Ele explicou que, no caso do milho, o pa&iacute;s tem um bom estoque, &ldquo;mas nas m&atilde;os do setor privado&rdquo;.&nbsp; Na opini&atilde;o de Turra,&nbsp; &ldquo;para melhorar a situa&ccedil;&atilde;o, a Conab precisa intermediar mais leil&otilde;es, inclusive de fretes de milho. Atualmente sobra milho nas &aacute;reas de produ&ccedil;&atilde;o, mas falta nas &aacute;reas de consumo porque a produ&ccedil;&atilde;o brasileira est&aacute; tomando outro destino, onde os pre&ccedil;os est&atilde;o mais atrativos&rdquo;.</p> <p> A falta de ra&ccedil;&atilde;o para frangos &eacute; mais sentida pelos pequenos produtores, segundo o presidente da Ubabef. &ldquo;Eles n&atilde;o t&ecirc;m capital de giro e n&atilde;o conseguem comprar. Ficam &agrave; merc&ecirc; de um programa governamental como esse, para ter acesso ao milho. &Eacute; um gesto bonito do governo, mas &eacute; pouco. Para o brasileiro, isso &eacute; melhor do que o milho ter como destino os portos e o mercado externo&rdquo;.</p> <p> Somente em julho a exporta&ccedil;&atilde;o chegou a 1,7 milh&atilde;o de toneladas de milho, segundo Turra. O reflexo disso, explicou o avicultor, &eacute; a redu&ccedil;&atilde;o da produ&ccedil;&atilde;o de frango. &ldquo;Esse cen&aacute;rio n&atilde;o est&aacute; restrito ao Brasil. H&aacute; cerca de duas semanas, durante um congresso mundial de avicultura que reuniu representantes de 93 pa&iacute;ses na Bahia, os produtores de frango anunciaram redu&ccedil;&atilde;o de 10% na produ&ccedil;&atilde;o mundial. No Brasil, a redu&ccedil;&atilde;o m&iacute;nima dever&aacute; ser 10%, causada pela alta do pre&ccedil;o dos insumos e pela dificuldade de reabastecimento&rdquo;.</p> <p> Com isso, acrescentou, o repasse ao pre&ccedil;o final ser&aacute; inevit&aacute;vel. &ldquo;Temos informa&ccedil;&atilde;o que isso j&aacute; est&aacute; acontecendo. O aumento do custo para o produtor j&aacute; est&aacute; acima de 25%, e temos informa&ccedil;&atilde;o que, para o consumidor, o pre&ccedil;o final j&aacute; aumentou cerca de 15%&rdquo;.</p> <p> <em>Edi&ccedil;&atilde;o: Gra&ccedil;a Adjuto</em></p> alimento alta avicultores commoditie conab custo Economia estoques frango frangos milho preço produção recorde safra Thu, 23 Aug 2012 09:20:07 +0000 gracaadjuto 701695 at https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil/