Desafios para a garantia dos direitos humanos são apresentados na abertura de fórum

10/12/2013 - 23h14

Mariana Tokarnia
Repórter da Agência Brasil

Brasília - O Fórum Mundial de Direitos Humanos (FMDH) foi aberto hoje (10), na capital federal, com as autoridades participantes falando dos avanços conseguidos até hoje, mas destacando o muito que ainda falta ser feito.

"O desafio é hoje mais do nunca passar do discurso para a implementação daqueles padrões e compromissos já assumidos para que os direitos humanos se tornem uma realidade cotidiana para todos e todas. Principalmente para os grupos marginalizados da nossa sociedade", disse o alto-comissário da Organização das Nações Unidas (ONU) para Direitos Humanos, na América Latina, Américo Calcaterra.

"Este desafio significa passar da comodidade das palavras e das promessas abstratas para o cumprimento das vontades expressas pelos governos. Para isso, precisamos dedicar todos os recursos humanos e financeiros que forem necessários para conseguir nosso objetivo", acrescentou. 

No Brasil, segundo o coordenador-geral do Movimento Nacional de Direitos Humanos, Rildo Marques Oliveira, o desafio é também evitar retrocessos no setor. Ele ressaltou que os direitos humanos devem permear diversas decisões, como a reforma política.

A ministra da Secretaria dos Direitos Humanos da Presidência, Maria do Rosário, disse que a defesa de direitos humanos é uma das prioridades do governo, mas que ainda há desigualdades. O país registra, segundo a ministra, 50 mil mortes por ano por causas externas. "A maioria das pessoas que morrem assassinadas no Brasil é jovem, negra e mora nas periferias. Isso significa que temos ainda uma nação permeada pelo racismo e pela violência. Se nos acostumarmos com essas cifras, não vamos mudar esta realidade".

Maria do Rosário, ao falar com a imprensa, comentou o episódio de violência ocorrido no jogo do Atlético Paranaense com o Vasco do Rio de Janeiro, domingo (8), em Joinville, Santa Catarina, quando vários torcedores dos dois times sem enfrentaram na arquibancada do estádio. "Todos nos envergonhamos com as cenas nos estádios e sabemos que devemos tomar medidas fortes, medidas firmes. A defesa dos direitos humanos pressupõe também não manter impune quem age desse jeito", disse.

O Fórum Mundial de Direitos Humanos ocorre em Brasília até sexta-feira (13). O encontro inclui conferências, debates temáticos e atividades que contarão com a presença de autoridades, intelectuais e profissionais reconhecidos internacionalmente e representantes de entidades de defesa dos direitos humanos. O objetivo do evento é promover uma reflexão sobre o tema direitos humanos. O fórum registrou mais de 10 mil inscrições.

 

Edição: Aécio Amado

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