Após denúncias, empresa pode deixar de assessorar Ministério da Fazenda

10/12/2013 - 15h01

Daniel Lima e Wellton Máximo
Repórteres da Agência Brasil

Brasília - Depois de denúncias de favorecimento, a empresa Partnersnet poderá deixar de prestar assessoria de imprensa ao Ministério da Fazenda. O caso fez dois assessores do ministro da Fazenda, Guido Mantega, suspeitos de receberem benefícios pedirem exoneração, informou a pasta.

Marcelo Fiche, que era chefe de gabinete de Mantega, e Humberto Alencar, adjunto de Fiche, são suspeitos de terem recebido R$ 60 mil em dinheiro vivo da empresa Partnersnet, contratada para prestar assessoria de imprensa ao ministério.

Até o momento o Diário Oficial da União só publicou a exoneração de Humberto Barreto Alencar. Em nota oficial, Fiche informou que pediu ao ministro para sair do cargo assim que voltasse das férias para dedicar-se à sua defesa, mas ainda não retornou.

Segundo Fiche, o afastamento contribuirá para a tranquilidade e a rapidez das investigações. Ele ressaltou que a licitação para a escolha da empresa ocorreu dentro da legalidade e gerou economia aos cofres públicos por causa do método do pregão eletrônico, que oferece menor preço, em vez dos critérios que misturam técnica e preço.

A revista Época publicou que Fiche e Alencar teriam recebido R$ 60 mil em envelopes encaminhados pela Partnersnet. Na véspera da publicação da reportagem, Mantega enviou ofício ao ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, pedindo a investigação pela Polícia Federal do contrato entre a empresa e o Ministério da Fazenda.

De acordo com a revista, uma ex-funcionária da Partnersnet denunciou o superfaturamento do contrato entre a empresa de assessoria de imprensa e o ministério. Responsável pela fiscalização do contrato, Alencar, segundo a publicação, assinava prestações de contas com funcionários fantasmas e excesso de horas trabalhadas para justificar o valor a mais pago pelo ministério. Segundo a ex-funcionária, Alencar e Fiche recebiam parte da diferença. 

O advogado da  empresa Partnersnet, Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, disse hoje que a empresa acusada não cometeu nenhuma irregularidade na gestão dos trabalhos de assessoria de imprensa do Ministério da Fazenda. Como prova de correção, ele sugeriu que a Polícia Federal solicite à Justiça a quebra do sigilo bancário da secretária da empresa, acusada de ter recebido em sua conta corrente o valor de R$ 60 mil para repassar aos assessores do Ministério da Fazenda.

O Ministério da Fazenda, por meio da assessoria de imprensa, informou que não comentará o assunto. 

 

 

Edição: José Romildo

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