Presidenta Dilma diz que única solução para conflito sírio é a negociação

24/09/2013 - 16h15

Danilo Macedo
Repórter da Agência Brasil

Brasília – Após defender uma reforma “urgente” do Conselho de Segurança, durante a Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU), em Nova York, a presidenta Dilma Rousseff disse hoje (24) que o conflito armado na Síria comove e provoca indignação, com dois anos e meio de mortes e destruição, que causaram o maior desastre humanitário do século. Segundo ela, a única solução para a crise é a negociação.

“Não há saída militar. A única solução é a negociação, o diálogo, o entendimento”, disse Dilma. Ela observou que o Brasil tem na descendência síria um importante componente de sua nacionalidade, e está envolvido com o drama de sua população. “É preciso impedir a morte de inocentes, crianças, homens, mulheres e idosos. É preciso calar a voz das armas – convencionais ou químicas, do governo e dos rebeldes”.

A presidenta disse que a decisão do governo da Síria de assinar a Convenção sobre a Proibição de Armas Químicas é decisiva para superar o conflito. O uso de armas químicas, reforçou a presidenta, “é hediondo e inadmissível em qualquer situação”, e, por isso, o Brasil apoiou o acordo entre os Estados Unidos e a Rússia para eliminar o armamento. “Cabe ao governo sírio cumpri-lo integralmente, de boa-fé e com ânimo cooperativo”.

A presidenta ressaltou que intervenções unilaterais, sem autorização do Conselho de Segurança, agravariam a instabilidade na região e aumentariam o sofrimento humano. Dilma disse que o Brasil se guia pela defesa de um mundo multilateral, regido pelo direito internacional, pela primazia da solução pacífica dos conflitos e pela busca de uma ordem solidária e justa, tanto econômica quanto social.

Ao falar sobre os conflitos, a presidenta aproveitou para dizer que é chegada a hora de atender às “legítimas aspirações palestinas”, por um Estado independente e soberano, transformando em realidade o amplo consenso internacional em favor da solução do embate Israel-Palestina. “A paz duradoura entre Israel e Palestina assume nova urgência diante das transformações pelas quais passa o Oriente Médio”

Dilma defendeu que a governança de um novo Conselho de Segurança reflita o peso das nações em desenvolvimento no mundo atual. Ela reforçou a necessidade de a ONU promover o multilateralismo, revigorando as esperanças das nações nas instituições internacionais. “A história do século 20 mostra que o abandono do multilateralismo é o prelúdio de guerras, com seu rastro de miséria humana e devastação. Mostra também que a promoção do multilateralismo rende frutos nos planos ético, político e institucional”.

 

Edição: Beto Coura
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