Justiça mantém decisão que suspende greve dos professores estaduais do Rio

24/09/2013 - 0h27

Douglas Corrêa
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro - O Órgão Especial do Tribunal de Justiça do Rio manteve hoje (23) a liminar que obriga os professores da rede estadual – em greve há 50 dias – a voltarem ao trabalho, sob pena de pagamento de multa diária de R$ 300 mil ao Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação (Sepe). A decisão foi tomada durante a votação de um recurso (agravo regimental) interposto pelo sindicato da categoria, que acabou sendo negado. Os professores do estado estão em greve desde o dia 8 de agosto e deveriam ter retornado às salas de aula desde o dia 6 deste mês, quando a Justiça aplicou a multa diária ao Sepe.

O relator da ação, desembargador Mário dos Santos Paulo, disse que "a paralisação – a 15ª em 18 meses – ofende a lei, por seu caráter político, e por trazer graves danos aos estudantes".  Foi aprovado ainda que o mandado de segurança impetrado pelo Sepe, e distribuído inicialmente para 6ª Câmara Cível do tribunal, fosse encaminhado ao Órgão Especial para julgamento.  No mandado, o sindicato obteve uma liminar que proibia o estado de descontar os dias parados, mas o Órgão Especial reverteu a decisão na sessão de hoje e os profissionais de educação também terão os dias em greve descontados do salário.

O Sepe anunciou que vai recorrer amanhã (24) da decisão do colegiado do Órgão Especial da aplicação da multa diária de R$ 300 mil ao Sepe e do desconto dos dias parados dos professores faltosos.

A Secretaria de Estado de Educação (Seeduc) informa que concedeu 8% de reajuste este ano, índice acima da inflação do período (5,8%) e acima do reajuste nacional da categoria (7,9%). A secretaria informa ainda que concedeu novos benefícios para os professores, como os auxílios alimentação, transporte e qualificação. A secretaria informou, em nota, que 662 servidores, de um total de 91 mil faltaram ao trabalho hoje (23).

A coordenadora do Sepe, Marta Moraes, disse que a categoria exigia um reajuste de 28%. A classe votou pela greve para "conseguir os 20% das perdas salariais dos últimos anos", explicou. Os profissionais de educação fazem nova assembleia na quinta-feira (26) às 14h, em local a ser definido, para avaliar os rumos do movimento. Até lá, os professores da rede estadual continuam parados.

Edição: Fábio Massalli

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