Atualizada - Funcionários dos Correios mantêm greve e marcam passeata para amanhã

23/09/2013 - 19h47

Da Agência Brasil

Brasília – Em assembleia hoje (23) à tarde, em frente ao Ministério das Comunicações, funcionários dos Correios decidiram pela continuidade da greve iniciada no último dia 17. Os trabalhadores marcaram um protesto para amanhã (24), às 16h, em frente ao Ministério do Planejamento, de onde partirão em passeata até a rodoviária do Plano Piloto e, em seguida, distribuirão carta aberta pedindo apoio da população.

A pauta da Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares (Fentect) reivindica aumento de 15% e a reposição de perdas salariais no período 1994 a 2002, calculadas em 20%. Os empregados da ECT querem mais segurança nas agências, manutenção do plano Correios Saúde, implementação de Plano de Cargos Carreiras e Salários. Além disso, pedem a contratação de 10 mil funcionários e redução de jornada de trabalho dos atendentes para 6 horas.

"Queremos sensibilizar o governo a retomar as negociações para podermos avançar na nossa pauta", disse a presidente do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios e Telégrafos do Distrito Federal e Região do Entorno e diretora da Fentect, Amanda Gomes Corsino. Ela explicou que o piso salarial da categoria é o menor entre todas as estatais (R$1.004) e que a quantidade de funcionários não é suficiente para atender à demanda da população.

Hoje o TST determinou a manutenção de 40% dos empregados dos Correios em atividade.

Os Correios informaram que a remuneração média de um carteiro é R$ 2.149,72 – valor que corresponde a salário e adicionais como anuênio, quinquênio e adicional de distribuição e coleta, entre outros. “Todos os trabalhadores têm benefícios como assistência médica, hospitalar e odontológica, inclusive para dependentes”, informou por e-mail a estatal.

De acordo com a empresa, as reivindicações da Fentect têm impacto de R$ 31,4 bilhões por ano, o que, segundo a empresa, “é quase o dobro da previsão de receita dos Correios para 2013 e o equivalente a 50 folhas mensais de pagamento”. Além disso, acrescentou, de 2003 a 2012 o ganho real dos trabalhadores dos Correios foi 36,91%, índice acima da inflação. Atualmente, 65% da receita de vendas dos Correios são destinados ao pagamento de salários, benefícios e encargos.

A proposta apresentada pela empresa (reajuste de 8% nos salários e de 6,27% nos benefícios) é, segundo os Correios, “uma das melhores nos acordos coletivos deste ano”, já que garante a reposição das perdas do ano e ganho real de 1,73%, além de manter os benefícios dos empregados.

Ainda de acordo com os Correios, em 2013 foram instalados equipamentos de segurança em mais de 700 agências com Banco Postal no Brasil. A previsão é investir cerca de R$ 109 milhões na melhoria em 2013 e alcançar 2 mil agências até julho de 2014.

Além disso, acrescenta, em 2011 os Correios fizeram o “maior concurso público da história do Brasil, com mais de 1 milhão de inscritos”. Foram contratados 19 mil trabalhadores em todo o país, sendo a maior parte para a área operacional. A empresa garante estar contratando normalmente, pois a vigência vai até 2014, e que já trabalha no edital de novo concurso público.

Edição Beto Coura

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