Testemunhas do caso Amarildo são retiradas do Rio de Janeiro pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência

21/09/2013 - 15h50

Vitor Abdala
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro – Um adolescente de 16 anos e sua mãe, duas das testemunhas do inquérito que investiga o desaparecimento do ajudante de pedreiro Amarildo de Souza, foram retirados na madrugada de hoje (21) do Rio de Janeiro pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, com a ajuda da Polícia Federal. Os dois pediram para ingressar no Programa de Proteção à Criança e ao Adolescente Ameaçado de Morte, do governo federal.

O pedido deve ser analisado em até uma semana, mas como eles corriam risco de morrer, a Secretaria de Direitos Humanos optou por retirá-los da cidade do Rio e levá-los para um destino não divulgado, enquanto o pedido de ingresso no programa é analisado. Os dois já estão "sob proteção federal", segundo nota da secretaria.

Uma das testemunhas do caso, o adolescente havia inicialmente dito, em depoimento, que Amarildo de Souza foi morto por um traficante da Rocinha. Em seguida, o jovem disse que foi coagido pela Polícia Militar para dar o depoimento.

Amarildo de Souza desapareceu no dia 14 de julho e, segundo sua família, foi visto pela última vez quando estava sob custódia da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da Rocinha, onde ele morava. O  Programa de Proteção à Criança e ao Adolescente Ameaçado de Morte proporciona ajuda com moradia e com a reinserção da pessoa no novo ambiente.

O desaparecimento de Amarildo foi lembrado em manifestações em diversas cidades do país. Durante os protestos era comum os manifestantes carregaram cartazes perguntando "Onde está Amarildo?".

Edição: Fábio Massalli

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