Presidente colombiano fala em cessar-fogo imediato se houver acordo com as Farc

06/09/2013 - 18h42

Leandra Felipe
Correspondente da Agência Brasil/EBC

Bogotá – O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, afirmou hoje (6) que haverá um cessar-fogo imediato no país, se for fechado um acordo com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) pelo fim do conflito armado no país. “Assim que chegarmos a alguns acordos, haverá imediatamente um cessar-fogo e entraremos na terceira fase, a de implementação dos acordos”, disse Santos, em entrevista à Rádio Blu, emissora colombiana.

Segundo ele, tão logo termine essa fase de negociação, iniciada em novembro do ano passado, e uma vez fechados os acordos, os guerrilheiros das Farc deixariam as armas e seria iniciado o processo de reintegração e de cumprimento destes acordos. “Na verdade, a entrega das armas é parte da negociação, mas tenham absoluta certeza de que isso acontecerá, porque é parte do processo.”

Na entrevista, Santos voltou a defender a realização do referendo sobre o processo de paz. De acordo com o presidente, a população colombiana é quem deve decidir se quer que os acordos sejam cumpridos tal qual foram acertados pela mesa negociadora em Havana, capital cubana.

A proposta de um referendo no mesmo dia das eleições presidenciais, previstas para maio, não foi bem recebida pelas Farc, que consideraram a ideia “oportunista” e “condicionante”, se realmente for realizado no período eleitoral. Os negociadores chegaram a interromper por alguns dias as negociações, para analisar o tema, mas retomaram as conversações, com a ressalva de que não concordavam com a proposta do governo.

As Farc propuseram a realização de uma assembleia constituinte, mas os negociadores do governo rejeitaram a ideia, sob a justificativa de que o tema não está no rol dos assuntos predeterminados para discussão entre as partes.

A guerrilha também havia proposto, desde o início, um cessar-fogo bilateral e chegou a fazer uma trégua, entre novembro e janeiro, mas o governo decidiu manter as operações militares, enquanto as negociações esão sendo conduzidas.

Edição: Nádia Franco

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