Saída de dólares do país supera entrada em US$ 2,7 bi neste mês, até sexta-feira

28/08/2013 - 14h15

Kelly Oliveira
Repórter da Agência Brasil

Brasília –  As saídas de dólares do país superam as entradas, gerando saldo negativo do fluxo cambial de US$ 2,748 bilhões, neste mês, até a última sexta-feira (23). De janeiro a 23 de agosto, o fluxo cambial ficou positivo em US$ 5,340 bilhões. Os dados foram divulgados hoje (28) pelo Banco Central (BC).

Do início do ano até a semana passada, o segmento financeiro (investimentos em títulos, remessas de lucros e dividendos ao exterior e investimentos estrangeiros diretos, entre outras operações) registrou saldo negativo de US$ 9,863 bilhões, enquanto o comercial (operações de câmbio relacionadas a exportações e importações) ficou positivo em US$ 15,203 bilhões.

No mês, até o dia 23, segmento financeiro ficou negativo em US$ 1,204 bilhão. O fluxo comercial também ficou negativo, em US$ 1,545 bilhão. As operações de Adiantamento sobre Contrato de Câmbio (ACC) chegaram a US$ 2,337 bilhões. Os pagamentos antecipados ficaram em US$ 3,294  bilhões. Esses valores estão incluídos nas exportações, que totalizaram US$ 13,383 bilhões. As importações ficaram em US$ 14,928 bilhões, neste mês até o dia 23.

Em julho, o Banco Central eliminou as restrições de prazos para que os exportadores financiem pagamentos antecipados. Antes, os exportadores que quisessem antecipar o recebimento das receitas com as vendas para o exterior poderiam pegar empréstimos de até cinco anos. O BC derrubou esse limite, permitindo que financiamentos de prazos mais longos sejam concedidos. A medida pode ajudar a aumentar a oferta de dólares no mercado, o que pode empurrar a cotação para baixo.

Hoje, o BC também informou o valor de leilão de venda de dólares das reservas internacionais com compromisso de recompra. No último dia 22, a operação totalizou US$ 2,110 bilhões. Os resultados de outros leilões desse tipo feitos neste mês ainda serão divulgados pela instituição.

O mercado financeiro global enfrenta turbulências por causa da perspectiva de que o Federal Reserve (Fed), o Banco Central dos Estados Unidos, reduza os estímulos monetários para a maior economia do planeta. Se houver redução de estímulos, o volume de moeda norte-americana em circulação cai, aumentando o preço do dólar em todo o mundo.

Edição: Juliana Andrade

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