Exportação de veículos cresce 2,4% em julho; produção cai 2,7%

06/08/2013 - 17h13

Flávia Albuquerque
Repórter da Agência Brasil

São Paulo – A exportação de veículos aumentou 2,4% em julho, ao chegar a 52.456 unidades, contra 51.233 em junho. Já a produção caiu 2,7% em julho. Foram produzidas 312.300 unidades, ante 320.823 em junho. Os dados foram divulgados hoje (6) pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).

Na comparação do montante exportado em julho com o do mesmo mês do ano passado, o crescimento alcançou 75,9%. No acumulado do ano, o aumento foi 24,9%, com 318.610 veículos vendidos no mercado exterior, ante 255.194 registrados no mesmo período de 2012.

De acordo com o presidente da entidade, Luiz Moan Yabiku, este foi o melhor mês de julho da série histórica, assim como o acumulado dos sete meses. “Essa elevação das exportações é resultado da melhoria do mercado interno dos países destinos, muito mais do que da alta cambial ou do ajuste de competitividade”. A Anfavea ainda revisou as projeções para as exportações, de 4,6% para mais de 20%.

Quanto ao quesito produção, na comparação de julho deste ano com igual período de 2012, foi registrado crescimento de 3,7%. O acumulado do ano teve alta de 15,8%, com 2.169.105 novos veículos contra 1.873.671 fabricados de janeiro a julho de 2012. “A produção foi prejudicada pelas paralisações do dia 11 e pela greve dos cegonheiros [motoristas de caminhão-cegonha], além dos feriados. Por isso, essa perda aparente de produção. Mas o número está perto do que era previsto, tornado este o melhor julho da série, também em termos de produção”.

Segundo o balanço mensal, as vendas de veículos no mercado interno cresceram 7,4% em julho, com 342.306 unidades contra 318.619 em junho. Em relação a julho de 2012, houve queda de 6%. No acumulado do ano, foi registrada elevação de 2,9%, com 2.141.307 de unidades licenciadas, enquanto no mesmo período do ano passado, o número chegou a 2.081.112. “Este foi o melhor mês de 2013 em vendas. Só não foi melhor porque tivemos dificuldades de fluxo nas revendas mais próximas das avenidas onde houve manifestações e feriados nos dois principais mercados [Rio de Janeiro e São Paulo]”, disse o presidente. 

De acordo com Luiz Moan Yabiku, a Anfavea prevê que a produção e as vendas devem ser maiores que os previstos. “Não fizemos os cálculos quanto a vendas porque o mercado é volátil e sensível a qualquer movimento, mas os índices econômicos apontam para um caminho positivo. Já a produção, pensamos que tem espaço para crescer seja pela diminuição dos importados, seja pelo aumento das exportações”, avaliou.

O presidente da Anfavea avaliou ainda que o setor “festeja e chora” ao mesmo tempo o valor do dólar, que já bate a casa dos R$ 2,30. No curto prazo, de acordo com o presidente, há impactos para a indústria automotiva porque grande parte dos insumos é importada. “Mesmo assim, o governo reduziu os impostos para parte desses insumos, reduzindo um pouco esse impacto”, acrescentando que o Programa Inova Auto tem incentivado a fabricação nacional de peças. Como ponto positivo do preço da moeda norte-americana, aponta o estímulo à retomada das exportações.

Sobre a produção e venda de veículos elétricos e híbridos, Moan informou que a Anfavea elaborou, recentemente, uma proposta que permita ao governo introduzir a tecnologia no país. “Nós acreditamos que o governo brasileiro não deve ser privado de experimentar e analisar todas as tecnologias disponíveis no mundo”. A entidade propõe, em uma primeira fase, importação com cota definida por empresa e isenção do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). Na segunda fase, a empresa que desejar continuar com o benefício deverá se comprometer com acesso fácil a autopeças no país e com a implantação de montadoras no Brasil.

 

Edição: Carolina Pimentel

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