Peregrinos passam noite em Copacabana e dizem que fé supera falta de infraestrutura

28/07/2013 - 11h57

 

Isabela Vieira
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro – O alvoroço com a chegada do papa Francisco a Copacabana, para o último evento público da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), não foi suficiente para acordar e levantar todos os fiéis que passaram a noite na orla.

Por causa das chuvas do início da semana, que alagaram o Campo da Fé (Campus Fidei), em Guaratiba, a vigília e a missa de encerramento do encontro, eventos com a maior expectativa de público, foram transferidos para Copacabana. Apesar do esforço da organização, a principal reclamação foi ausência de banheiros.

Em frente a um dos hotéis mais luxuosos da cidade, o Copacabana Palace, dezenas de pessoas dormiram ou descansaram sobre lonas, colchonetes e papelões. Foi uma noite fria e sem banheiros para a quem participou da vigília, que começou ontem e termina hoje à tarde (28).

Da cidade de Assis, no interior de São Paulo, a dona de casa Maísa Kamegawa, de 50 anos, passou a noite com os filhos e um grupo de peregrinos da mesma excursão. Hospedada em uma paróquia de Realengo, ela disse que preferiu ficar para não perder nada do evento de hoje.

"Foi uma noite linda, de muita fé, com os jovens cantando e dançando. Fora a precariedade dos banheiros, nada nos atrapalhou", disse. Para Maísa, a união do grupo que compartilhou cobertores e comida durante a madrugada foi um exercício de fé.

Os integrantes de um grupo de Franca (SP), que organizavam um pequeno café, com itens comprados em um supermercado próximo, pensam da mesma forma. "Fomos dormir agora de manhã. Foi uma oportunidade única ver tanta gente, de tantos países, reunidos em torno do discurso do papa, incentivando a juventude a ir em frente com nossa fé e alegria", declarou André Rezende, de 30 anos.

Um grupo de Florianópolis (SC), acrescentou que a vigília foi a chance de colocar em prática o que o papa pregou nos últimos dias: "humildade, simplicidade e generosidade com o próximo", refletiu Tayane Campos, de 23 anos. Para ela, "o papelão (para cobrir o chão) e o calor das orações com o aconchego dos amigos "fez valer a pena”. "Banheiro? Não quero me lembrar, estão sem condições, mas isso faz parte da provação", brincou.

 

Edição: Beto Coura

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